nov 182021
 

Por ocasião do 70º aniversário da Imigração Japonesa no Brasil, a Fundação Japão possibilitou a primeira e única vinda do Grupo de Teatro de Takarazuka ao Brasil.

Capa do programa da apresentação de Takarazuka no Teatro Municipal de São Paulo

O grupo, que tem como característica mais marcante o fato do elenco ser composto somente por moças, se apresentou no Teatro Municipal de São Paulo no período de 3 a 12 de novembro de 1978, portanto, há 43 anos. Essa mesma apresentação aconteceu na França, nos Estados Unidos e na União Soviética, e foi muito bem recebida.

A primeira parte do espetáculo foi dedicada às tradições japonesas e recebeu o nome de “Fantasia do Japão”, com as moças de quimono cantando e dançando músicas tradicionais, lembrando o período Genroku (1688 ~ 1703), mas apresentando músicas de várias regiões. Na segunda parte, o estilo foi Ocidental, como são normalmente as apresentações desse grupo e recebeu nome de “na cadência de Takarazuka”. Como uma homenagem para o público brasileiro, a cantora Mao Daichi apresentou a música “Mas que Nada”, composta e gravada em 1963 pelo brasileiro Jorge Ben e regravada e 1966 pelo Sérgio Mendes, tornando-se um sucesso internacional.

Escola Musical de Takarazuka em 1919

O grupo de Teatro de Takarazuka foi fundado em 1913, inicialmente formada por apenas seis jovens, como uma atração para um resort turístico da cidade de Takarazuka, província de Hyogo, pelo empresário Ichizo Kobayashi. Ele era presidente da empresa de linha ferroviária Hankyu, que opera ainda hoje na região de Osaka, e pretendeu com a atração levar o público a se hospedar no resort da companhia, utilizando, evidentemente, o seu trem. A ideia deu tão certo, que em 1924 foi construído um Grande Teatro de 3 mil lugares. Kobayashi investiu também numa escola, que até hoje prepara as jovens para o grupo. Surgiram também grupos concorrentes apresentando propostas parecidas em outras localidades.

Para quem conhece a história do mangá, esse grupo teatral é o que teria influenciado o desenhista Tezuka Osamu a criar personagens com olhos grandes e brilhantes. Tezuka, quando criança, morava em Takarazuka, e uma das atrizes era amiga da mãe e eles sempre assistiam às apresentações do grupo. Como o teatro é muito grande e ele sentava atrás, não podia ver muitos detalhes, mas sempre percebia que os olhos pareciam muito grandes e expressivos por causa da maquiagem teatral. O grande mestre do mangá viu ali uma característica que se tornaria uma marca registrada do mangá.

Como a popularização da televisão, o teatro foi perdendo seu público, e no início da década de 1970, o grupo estava com as contas negativas. Quem salvou o Takarazuka, quem diria, foi um mangá. Ao ser levado para o palco, a adaptação do mangá “A Rosa de Versalhes”, de Ikeda Ryoko, alcançou um inimaginável sucesso. A concorrência para ingressar na escola de Takarazuka, que era de cinco vezes o número de vagas, depois do sucesso da “Rosa de Versalhes”, saltou para 20 vezes. Takarazuka entrou na moda, e até hoje continua encenando temporadas desse sucesso originário do mangá feminino. Takarazuka continua na moda até hoje e, além do teatro original na cidade, possui um teatro em Tóquio. Mesmo assim, é preciso reservar o ingresso com bastante antecedência.

A apresentação do Takarazuka Revue no Brasil teve o patrocínio da Japan Foundation e a colaboração da Embaixada do Japão, Comissão Organizadora do 70° Aniversário da Imigração Japonesa no Brasil, Consulado Geral do Japão em São Paulo e da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa.

Saiba mais sobre o Teatro Takarazuka, no http://www.japop.com.br/index.php/opera-takarazuka-takarazuka-kagekidan/

Mais sobre o Teatro Takarazuka, no http://www.culturajaponesa.com.br/index.php/teatro-takarazuka-se-esforca-para-atrair-publico-no-exterior/

Mais sobre “A Rosa de Versalhes”, no http://www.culturajaponesa.com.br/index.php/revivendo-50-anos-depois-rosa-de-versalhes/

ago 162014
 

OLYMPUS DIGITAL CAMERAO ano é 1961 e o lugar é Tóquio, a capital japonesa. O jovem escultor Hisao Ohara, de 29 anos, e sua esposa, a bailarina e coreógrafa Akiko Ohara (foto abaixo), de 26 anos, preparam suas malas para uma viagem inesquecível ao Brasil. Mas não iriam fazer turismo. Haviam decidido morar na Fazenda Yuba, em Mirandópolis/SP, onde o patriarca Isamu Yuba, visualizava uma nova fase cultural em sua comunidade, com a construção do teatro e o ensino da arte da escultura.

O casal chegou no dia 14 de dezembro daquele ano, e a comunidade começava a construir o seu teatro, onde a experiência de Hisao, formado em Belas Artes e com vivência em atuação, cenografia e iluminação, seria muito útil. Enquanto isso, as crianças ensaiavam as peças que seriam apresentadas na festa de Natal, e Akiko, com experiência em coreografia para televisão, começou a orientá-las. Logo, Akiko passou a ensinar balé moderno a esse grupo, formando o famoso balé de Yuba, que divulgaria o nome da fazenda comunitária para todo o mundo. Em 1974, o balé Yuba se apresentou ao então primeiro ministro Kakuei Tanaka, e em 1997, foi visto pelo casal imperial japonês em sua visita pelo Brasil.

Mais recentemente, a coreógrafa ajudou o grupo Tomodachi da cidade de Birigui a se preparar para o Festival Yosakoi Soran (leia na íntegra). Numa entrevista em 2011, Akiko Ohara contou que ela e o marido sempre apreciaram o Teatro Takarazuka e, enquanto morava no Japão, assistiram a todos os shows desse grupo teatral quando se apresentava em Tóquio. Quando Takarazuka visitou o Brasil na década de 70, o casal Ohara viajou a São Paulo para vê-lo no Teatro Municipal. O Takarazuka tem origem na cidade do mesmo nome, e se caracteriza por um elenco exclusivamente feminino. Na origem, em 1914, ele foi influenciado pelos musicais de Londres, Paris e Nova Iorque (mais sobre Takarazuka).

Akiko Ohara dará uma palestra sob o tema “Balé Yuba e eu: 50 anos de Brasil”. Promovido pelo Centro de Estudos Nipo-Brasileiros, a palestra será realizada em japonês, no dia 20 de agosto de 2014, à partir das 18h30, no Bunkyo, na Rua São Joaquim, 381 – 5º andar sala 53.

Informações: 11 3277-8616 – Centro de Estudos Nipo-Brasileiros

 

maio 162013
 
Takarazuka apresenta A Rosa de Versalhes

Takarazuka apresenta A Rosa de Versalhes

O teatro musical que se caracteriza por ter o exclusivamente feminino, está agora de olho nas prósperas nações asiáticas vizinhas para ampliar sua base de fãs. Em abril, a trupe fará shows em Taiwan (Formosa) – a primeira montagem na qual o grupo realizará tudo por si, da venda de ingressos à locação do teatro.
A empresa organizadora do Teatro Takarazuka, sediada na província de Hyogo no Japão, acredita que a iniciativa de divulgar e aumentar o público no exterior poderá atrair mais turistas estrangeiros para os teatros da companhia no Japão.
O teatro, criado em 1913 pelo fundador da Companhia Ferroviária Hankyu, Ichizo Kobayashi, começou como um coral cujo propósito era atrair mais turistas para as termas da cidade de Takarazuka em Hyogo, o ponto final da linha principal da ferrovia. A companhia teatral, agora uma afiliada da Hankyu Hanshin Holdings Inc., é composta inteiramente por jovens solteiras que passaram pelos difíceis exames de admissão da Escola de Música de Takarazuka e por dois anos de rigoroso ensino e treinamento de dança e canto. A trupe é conhecida por musicais românticos como “A Rosa de Versalhes”, que se passa durante a Revolução Francesa.
Essa trupe – uma amada instituição da região de Kansai cuja importância se rivaliza com a dos Hanshin Tigers, time de beisebol profissional local também ligado às empresas Hankyu Hanshin – também lançou algumas atrizes extremamente populares no Japão, como Yuki Amami.
No ano fiscal de 2011 (apurado em 31/03/2012) os dois teatros da companhia – o Takarazuka Grand em Takarazuka e o Tokyo Takarazuka – atraíram um público de 1 milhão e 880 mil espectadores. A arreacadação total, incluindo das apresentações fora dos teatros-sede, somaram 25.7 bilhões de ienes.
Mesmo assim, o crescimento do público se estagnou nos últimos anos. No exterior, Takarazuka realizou seu primeiro show na Europa em 1938 e já fez 24 apresentações em 17 países, quase sempre a pedido de governos estrangeiros. Tais eventos foram organizados por instituições governamentais e empresas de entretenimento locais que cuidaram de toda a logística das apresentações, da divulgação e da venda de ingressos.
O Takarazuka, que em 2014 comemorará os 100 anos de sua primeira apresentação, fará o show em Taiwan em parte atendendo a um convite, mas a empresa organizadora da trupe está cuidando diretamente do marketing e encontrou patrocinadores locais e espera expandir negócios em Formosa num futuro próximo.
Fonte: Japan Times, 21/03/2013. Saiba tudo sobre o Teatro Takarazuka no nosso link.

jan 012013
 

A NHK possui, em seu acervo, várias apresentações do Teatro Musical de Takarazuka. No dia 2 de janeiro, à 1 hora (horário de Brasília), terá início o programa Takarazuka Legend nº1, com dois shows: a primeira de 1984 – The Revue II – Takarazuka Forever, e a outra de 1993: Million Dreams.
A TV NHK faz parte dos canais étnicos da NET e da TVA / Vivo.