out 132016
 

palestra-historia-imigraA palestra abordará a história da imigração japonesa no Brasil, as causas, como foi a chegada dos primeiros imigrantes e a sua adaptação, suas preocupações com a educação de seus filhos e as frustrações. Construção de núcleos japoneses no Brasil, a Segunda Guerra Mundial, as restrições aos cidadãos japoneses e a mudança de planos. Após a Guerra, os conflitos com aqueles que acreditavam na vitória japonesa, a decisão de permanecer no Brasil e a chegada dos novos imigrantes do Japão.
Essa palestra é indicada para qualquer pessoa que tenha interesse na história, principalmente àqueles que pretendem viajar para o Japão no futuro através de uma bolsa de estudos.

Dia 06 de novembro de 2016 – Das 14 às 15h30 – Grátis, mas deve ser feita inscrição pelo Sympla
Local: Associação Cultural Mie Kenjin do Brasil – Av. Lins de Vasconcelos, 3352 – saída do Metrô Vila Mariana, São Paulo

Palestrante: Francisco Noriyuki Sato, jornalista e publicitário formado pela USP, autor dos livros Banzai – História da Imigração Japonesa em Mangá, História do Japão em Mangá, e História Ilustrada do Japão. Ex-bolsista da JICA na Kanazawa University, onde pesquisou história, sociedade e cultura do Japão. Foi assessor da Jetro, órgão do governo japonês, e da Cooperativa Agrícola de Cotia. Palestrante em diversas entidades como USP, SESC, FIESP, etc. Palestrou em universidades e museus históricos do Japão. Diretor Cultural da Associação Mie Kenjin do Brasil, presidente da Abrademi,diretor da ACAL Associação Cultural e Assistencial da Liberdade. É editor do site culturajaponesa.com.br e do imigracaojaponesa.com.br.

Promoção conjunta: Associação Mie Kenjin do Brasil e Abrademi – Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações.

mar 142016
 

kasamayaki004Nos dias 29 e 30 de março, duas sessões especiais exibirão o documentário Kasamayaki (Made in Kasama, Japão & EUA, 2014, 78 min, Blu-ray, legendado), seguido de bate-papo com a cineasta japonesa Yuki Kokubo. Os eventos acontecem respectivamente no cinema Caixa Belas Artes, às 19h30, em São Paulo, e no dia seguinte, no auditório municipal do Centro Cultural “Carlos Fernandes de Paiva”, às 15h, na cidade de Bauru.
As duas sessões terão entrada gratuita. Em São Paulo, os ingressos serão distribuídos a partir de 24 de março, na bilheteria do cinema. Mais informações sobre o documentário em: www.kasamayakifilm.com

kasamayaki006Yuki Kokubo – Yuki Kokubo nasceu em Kasama, na Província de Ibaraki, em uma comunidade rural de artistas no Japão. Aos oito anos de idade, partiu com os pais para Nova Iorque, em busca do sonho de viver da arte. Após alguns anos, presenciou o fim dos sonhos de seus pais, que, com dificuldades, decidiram retornar ao Japão, deixando a filha nos Estados Unidos. Yuki, aos 16 anos de idade, começou a fotografar e frequentou a School of the Art Institute, em Chicago. Mais tarde, estudou Social Documentary Film na Escola de Artes Visuais.
Em 2011, assistiu pela imprensa a devastação do terremoto e tsunami e sua terra natal. Com a tragédia ocorrida no Japão, mesmo ressentida pelo suposto abandono de seus pais, Yuki decidiu que era hora de voltar à sua terra natal para visitá-los e ver com os próprios olhos o que restou após a tragédia.
“Senti a necessidade de estar perto de minha família e também de documentar o que estava acontecendo no Japão”, revela.
Foi assim que começou a trabalhar em seu primeiro documentário de longa-metragem, Kasamayaki (Made in Kasama). Em 2013, o filme recebeu financiamento da Fundação Jerome e foi selecionado como um dos dez filmes documentários para o IFP’s Independent Filmmaker Labs. Em 2014, Yuki recebeu uma bolsa individual do Conselho de Estado de Nova Iorque para as Artes por seu trabalho em Kasamayaki.

Kasamayaki (Made in Kasama) – O documentário tem início já no aeroporto, no momento de seu desembarque. Com o passar do tempo, Yuki pressiona seus pais por respostas, em meio ao dia a dia que intercala atividades domésticas e jardinagem a pequenos tremores de terra e a constante preocupação com os níveis de radiação, visto que a cidade está localizada a aproximadamente 140 km dos reatores nucleares de Fukushima. Ao longo do filme, Yuki revela, por meio de diálogos tensos, as complexas ligações e imperfeições de uma família e sua busca por respostas acumuladas ao longo dos anos. Assim, realizando pequenas entrevistas com os pais, lentamente (e relutantemente) percebeu que estar lá era a chance de redescobrir quem eram seus pais e o real motivo do distanciamento da família. “A câmera tornou-se uma ferramenta poderosa, permitindo que eu abordasse temas difíceis que evitávamos havia muito tempo.” Foi assim que percebeu que aquele filme não apenas poderia retratar uma região devastada e o início de sua luta para se reerguer, mas também a reunião e a compreensão de um drama familiar. “Pude perceber a forma como meus pais usam a criatividade para superar dificuldades na vida e assim, finalmente, entendi que o meu filme poderia ser usado para curar não apenas a nossa família, mas também inspirar outras a encontrar a cura em suas próprias vidas.”

Kasamayaki (Made in Kasama, Japão & EUA, 2014, 78 min, Blu-ray, legendado)
29 de março, terça-feira, às 19h30 – São Paulo
Local: Cinema Caixa Belas Artes – Sala Carmen Miranda (96 lugares) – Endereço: Rua da Consolação, 2423 – Cerqueira César – São Paulo, SP – Informações: (11) 2894-5781
Ingressos Gratuitos – Retirada a partir de 24 de março na bilheteria do cinema.

30 de março, quarta-feira, às 15h – Bauru
Local: Auditório Municipal do Centro Cultural “Carlos Fernandes de Paiva” (60 lugares)
Endereço: Av. Nações Unidas, 8-9 – Centro – Bauru, SP – Informações: (14) 3235-1312
Entrada Franca – Sem necessidade de ingresso

Realização – Fundação Japão em São Paulo
Apoio – Caixa Belas Artes – Secretaria Municipal de Cultura de Bauru

ago 312015
 

Hiroshima livroNo dia 6 de agosto de 1945 Hiroshima sucumbiu diante do poder de destruição da bomba atômica. Foram mais de 140 mil mortos pela explosão e pelas consequências da radiação.
Em 2015 completam-se 70 anos dessa tragédia que jamais deve ser esquecida para que o ser humano não cometa o mesmo erro. Conhecer melhor essa história nos faz refletir sobre o uso indiscriminado das armas de grande poder de destruição e os perigos da energia nuclear, que pode devastar a vida de milhares de pessoas.
Os hibakushas, nome dado aos sobreviventes, viveram anos de medos e incertezas.
Takashi Morita que era policial do Batalhão Especial do Exército Imperial do Japão, estava na rua a 1.300 metros da explosão. Kunihiko Bonkohara foi salvo pelo pai aos 5 anos de idade. Junko Watanabe foi atingida pela chuva negra quando criança e só soube que era sobrevivente aos 38 anos. Tae Il Bae, coreano nascido no Japão, sobreviveu à radiação e à Guerra da Coreia. Em busca de paz e esperança vieram para o Brasil.
Baseado no depoimento desses sobreviventes o livro conta a incrível e emocionante jornada vivida por eles.

Lançamento do Livro – “Adeus, Hiroshima – Sobreviventes da bomba recomeçam a vida no Brasil”.
Sessão de autógrafos com a autora Denise Bertola, que morou no Japão e é jornalista do jornal Asahi Shimbun no Brasil. Haverá a presença de representantes da Associação Hibakusha Brasil pela Paz e do Secretário Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, o ex-senador Eduardo Suplicy.

Quarta-feira, 02 de Setembro de 2015 – 20:30 – Espaço Exposição – LIVRARIA CULTURA – BOURBON SHOPPING SÃO PAULO – Rua Palestra Itália, 500 – Piso 3 – Loja 211 – São Paulo – SP

jun 012015
 

yami no ichinichiNo mês da comemoração dos 107 anos do início da imigração japonesa no Brasil, o Sábado Resistente apresentará o filme “Yami no Ichinichi – O crime que abalou a Colônia Japonesa no Brasil” (Mario Okuhara, 2012, 1h22min.), que relata um episódio dramático cujas consequências marcaram profundamente a comunidade japonesa no Brasil.

O documentário, fruto de intensa pesquisa, retrata a brutal repressão contra os estrangeiros que, iniciada no Estado Novo (1937 – 1945), prosseguiu no ano de 1946 sobre a população japonesa. As restrições impostas pela ditadura impediram qualquer forma de comunicação em língua japonesa, impedindo que os imigrantes tivessem conhecimento da situação do Japão durante a Segunda Guerra Mundial. Desta forma, uma violenta discórdia foi desencadeada dentro da comunidade japonesa no Estado de São Paulo, provocando mortes e ferimentos.

“Yami no Ichinichi” traz a saga de Tokuichi Hidaka que, em 1946, aos 19 anos de idade, foi um dos autores do assassinato do coronel Jinsaku Wakiyama, em crime atribuído à entidade Shindo Renmei (Liga dos Caminhos dos Súditos). Hidaka, que vive hoje na cidade de Marília, entregou-se à polícia com o restante do grupo e cumpriu 18 anos de prisão. Em liberdade, sofreu a punição da coletividade japonesa: foi discriminado, condenado ao ostracismo, sem oportunidade para contar a sua versão.

Décadas mais tarde, Hidaka retorna ao presídio da Ilha de Anchieta para reconstruir a memória da época e encontrar o sentido da sua vida no Brasil.

Nesta oportunidade, também estará presente Maurício Moromizato, prefeito de Ubatuba, SP, que no debate relatará propostas de preservação da Ilha de Anchieta para sua transformação em lugar de memória e consciência.

A atividade é gratuita e não é necessário se inscrever.

Exibição do “Yami no Ichinichi – O Crime que abalou a Colônia Japonesa no Brasil”
Data/hora: 6 de junho de 2015, sábado, das 14h às 17h30
LocalMemorial da Resistência de São Paulo – Auditório Vitae – 5º andar
Largo General Osório, 66 – Luz – São Paulo – SP
Informações: (11)3335-4990
Entrada Franca

dez 042014
 

Após a crucificação dos 26 mártires, houve uma revolta, também em Nagasaki, entre 1637 e 1638, contra o governo nacional de Tokugawa. Não foi propriamente uma revolta religiosa, mas constatou-se que a maioria dos 27 mil camponeses e samurais desempregados que reclamavam da alta do imposto e da fome era cristã. Todos foram mortos, e depois deste triste episódio, o cerco aos cristãos ficou ainda mais rigoroso. Prêmios foram oferecidos para quem denunciasse alguém praticando o cristianismo, e os cristãos encontrados foram todos mortos. Assim iniciou a política de isolamento do governo de Tokugawa, que começou em 1639 e terminou somente em 1854.

Kakure Kirisutan

Depois do longo período de mais de 200 anos de isolamento, o Japão abriu os portos, em 1854, permitindo a entrada de estrangeiros. Pelo acordo entre os países, uma área foi reservada perto do Porto de Nagasaki para os estrangeiros se estabelecerem, em 1859. Três anos depois, o Papa Pio XIX transformou os 26 mártires do Japão em santos da Igreja Católica.

Imagem de Maria na Igreja Oura Tenshuudo que comoveu os japoneses

Imagem de Maria na Igreja Oura Tenshuudo que comoveu os japoneses

Mas no Japão, a prática do cristianismo continuava proibida para os japoneses. Entretanto, os estrangeiros tinham liberdade religiosa, e dentro do espaço dos estrangeiros, os católicos ergueram a igreja Oura Tenshuudo para servir a comunidade estrangeira no país. No dia 17 de março de 1865, apenas um mês após a sua inauguração, o padre francês Petitjean recebeu na igreja a inesperada vista de um grupo de japoneses. Os japoneses, ao virem a estátua de Santa Maria na igreja, falaram ao padre: “Nossos corações e os seus são os mesmos”. Eles arriscaram a vida e se declararam cristãos. Essa data foi considerada a “ressureição do cristianismo” no Japão. Não se sabia, até então, da existência desses cristãos, depois de mais de 250 anos de proibição.

Outros cristãos que estavam escondidos se juntaram ao grupo, e apesar do risco de morte, recriaram secretamente a Igreja Católica Japonesa, pegaram quatro casas comuns para funcionarem como igrejas, e 3.394 católicos foram enviados a 22 localidades para a preservação da fé. Em 1873, o governo Tokugawa havia caído e o governo Meiji restaurou a liberdade religiosa no País.

Como sobreviveu por tanto tempo?

Por 250 anos, não houve mais contato dos japoneses com os missionários portugueses e espanhóis. Cristão descoberto era cristão morto, por isso, não havia como utilizar as cartilhas da Igreja e nem deixar textos escritos. Assim, o catolicismo só sobreviveu graças à transmissão pessoal, em cabanas simples utilizadas como igrejas secretas. Os fiéis também tiveram que criar imagens de Cristo e Maria parecidos com imagens budistas para não serem identificados como cristão e mortos. Outros instrumentos religiosos também foram alterados para não serem descobertos, e os próprios rituais seguiram caminhos diferentes dos ensinados a partir de Roma, por falta total de contato. Muitas partes que foram modernizadas ou simplificadas pela Igreja, no Japão permaneceram da forma como eram em 1639.

Veja os objetos utilizados pelos kakure kirisutan para a preservação da sua fé:

Veja também: Quem são os 26 santos japoneses da Igreja Católica?