ago 202013
 

mega encontro bastensesO que é valorizar a raiz? Não temos conhecimento de um “encontro de paulistanos”, mas quem nasce em Bastos valoriza realmente a sua origem. Mas valoriza tanto que possuem até um clube de ex-bastenses em São Paulo, o Gecebs, que é conhecido nacionalmente pelo beisebol.

Terra do ovo, a cidade paulista revelou nikkeis conhecidos, como o ex-ministro das minas e energia, Shigeaki Ueki; o desembargador Kazuo Watanabe, professor Doutor da Universidade de São Paulo, que assumiu o posto de Juiz de Direito em 1962; e o professor Ii-Sei Watanabe, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, detentor de vários títulos de pós-doutorado em diversas universidades do exterior. A lista de famosos engloba os coronéis da PM Reizo Nishi e do Exército Yoshio Kiyono. Obviamente, existem muitos outros, mas esses são lembrados porque cresceram num período mais difícil para os nipo-brasileiros, no período da guerra, e ajudaram a construir uma imagem melhor para a comunidade, uma imagem de sucesso. E talvez por isso os bastenses valorizem tanto a sua origem.

Agora, os originários de Bastos organizam o Mega Encontro Cultural e Beneficente de Bastenses, “saudando as nossas origens e celebrando os nossos valores”, no dia 21 de setembro de 2013, das 9 às 17 horas, no Círculo Militar de São Paulo, na Rua Abílio Soares, 1589, Ibirapuera, São Paulo.

Será servindo um almoço, com apresentações de taikô, show do cantor Nobuhiro Hirata, do bon odori e sorteio de brindes. Informações e convites com: Yoshio Kiyono (11) 99984-5697, Paulo Hashimoto (11) 99585-8534, Minoru Matsuura (21) 9871-0400, Relojoaria Takata (14) 3478-2110.

 

jul 182013
 

A Associação Comunidade Yuba, que comemorou o 50º aniversário do teatro e ballet, foi homenageado com um belo documentário de 26 minutos, que fala da origem do teatro Yuba, que foi construído em 1961 pelos próprios moradores do local.
Fazem parte do vídeo depoimentos fascinantes como o da coreógrafa Akiko Ohara, que atuava na TV em Tóquio e se mudou juntamente com o seu marido escultor Hisao para a comunidade no Brasil, abandonando todo o conforto urbano que tinham para uma vida mais simples, do ponto de vista material, de arte e cultura.
Akiko lembra o líder da comunidade, Isamu Yuba, que ao assistir ao ensaio das crianças orientadas por ela, resolveu construir imediatamente um teatro no meio do cafezal, mandando derrubar a plantação de café já formada. Isso demonstra a importância que esse pioneiro, falecido em 1976, dava à arte. O documentário mostra também os fatos mais recentes do teatro Yuba, que faz intercâmbio com outros grupos de ballet e de teatro, com depoimentos de personalidades como Sérgio Mamberti, secretário de política cultural do Ministério da Cultura. É possível ver também o dia a dia da comunidade na agricultura.
O vídeo tem 26 minutos e contou com o apoio do Proac, e está em português e japonês com legendas. Vale a pena ser visto.


Matéria sobre o teatro e ballet Yuba – http://www.culturajaponesa.com.br
Grupo de Yosakoi Soran recebe ajuda da profa. Akiko Ohara do Teatro Yuba – http://www.japop.com.br

maio 312013
 

imin_noNo dia 4 de junho será realizado o IMIN NÔ – III ENCONTRO DE NÔ GAKU – OUTONO no Tucarena – PUC/SP. Nô é uma arte cênica que integra música, dança e atuação, fundada por Zeami há 600 anos no Japão. Foi trazida pelos imigrantes japoneses para o Brasil e atualmente conta com a participação de brasileiros. Este encontro reunirá quatro escolas: Kanze, Hosho, Kongo e Kita, que apresentarão juntas, pela primeira vez no Brasil, a peça Funabenkei.
Na primeira parte – Tristeza de Shizuka – Yoshitsune e Yoritomo, os irmãos líderes do clã Genji, acabam de ganhar a guerra contra o clã Heike. Por conta de um boato mentiroso, Yoritomo acredita que seu irmão o esteja traindo. Por isso Yoshitsune foge numa viagem perigosa que o obriga a separar-se de Shizuka, sua mulher. Na segunda parte – Luta contra o fantasma – durante sua viagem marítima, Yoshitsune é atacado pelo fantasma de Taira no Tomomori, samurai da família Heike morto pelo próprio Yoshitsune. Ao final, o fantasma vencido desaparece no branco das espumas das ondas. O interlúdio é o Ai Kyogen, a história de Funabenkei em português, num texto criado especialmente para ocasião desta apresentação pelos artistas do IMIN NÔ. Funa(ne) significa barco e Benkei é um monge e subordinado de Yoshitsune que liderou a viagem pelo mar poderosamente.
Essa apresentação será um marco para a consolidação da Associação Brasileira de Nô Gaku que tem como objetivo dar continuidade à pesquisa e apresentações de peças clássicas, difundir e criar público para apreciação do Teatro Nô no Brasil.

mar 212013
 

Estandarte da Shindo Renmei

Veja a utilização do estandarte nesta foto de 1946

Yasuo Yamamura entrou em contato com o Projeto ABRANGÊNCIAS após assistir o documentário “Yami no Ichinichi – O Crime que abalou a Colônia Japonesa no Brasil“.
Ele resgatou nos pertences de seu pai Tamotsu Yamamura, documentos das atividades da Shindo Renmei na cidade de Valparaíso/SP. Entre os objetos raros, o estandarte da Shindo Renmei, além de fotos e atas das reuniões.

O estandarte foi devidamente enquadrado para ser doado ao Museu da Imigração Japonesa no Brasil. O local da exposição do estandarte será definido no ato da entrega, que será às 14 horas do dia 22 de março de 2013.

O Projeto ABRANGÊNCIAS é uma iniciativa do “Imagens do Japão” que iniciou suas atividades em 1970 com o programa de nome homônimo na televisão brasileira. O objetivo é resgatar a Memória Nipo-Brasileira e nesta primeira fase, recuperar a difícil situação dos japoneses nos anos 40.

O escritório do Museu da Imigração Japonesa no Brasil fica no 3ºandar do prédio da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – Bunkyo, Rua São Joaquim, 381 – Liberdade – Tel.: 11 3208-1755 – contato@projetoabrangencias.com.br

mar 182013
 

Hermengarda e Takeshita

Não se sabe ao certo qual foi o primeiro casal nipo-brasileiro da história, mas é certo que Hermengarda Leme Leite e Kwanichi Takeshita foram um dos pioneiros, numa época em que vigorava o preconceito racial. Ela, vindo de uma família tradicional de fazendeiros do café e professora. Ele, por sua vez, vindo da famosa Universidade de Waseda, chegou ao Brasil em 1924.
Casaram-se no dia 23 de outubro de 1929 no Consulado do Japão, e no dia 6 de novembro do mesmo ano no cartório, com testemunhas japonesas. Casaram-se na volta de uma partida de tênis de campo, ainda carregando as raquetes, e cada um foi para sua casa, e ninguém da família ficou sabendo.
E, quando souberam, foi um escândalo. Kwanichi não tinha parentes no Brasil, mas a Hermengarda carregava uma grande família e uma tradição maior ainda.
Com aquela decisão, Hermengarda perdeu sua família e tudo o que dispunha, para enfrentar a vida com um japonês inteligente, que era discriminado em todos os lugares. Hermengarda contou que, ao entrarem no cinema, percebia que todos estavam olhando. E quando ocupavam seus lugares, as pessoas que estavam sentadas começavam a se levantar e sair, deixando a sala praticamente vazia.
Kwanichi jogou tênis de campo nos clubes Tietê e Espéria na década de 1930, relembrando os tempos de estudante em Tóquio, quando passava as férias praticando esse esporte na cidade turística de Karuizawa, Nagano, no Japão. Ele lecionou no Taisho Shogakko, famosa escola japonesa que ficava na Rua Conde de Sarzedas, traduziu filmes japoneses para os cinemas, e fez muito mais. Durante o período da guerra, foi preso várias vezes por falar em japonês.
Hermengarda escreveu vários livros e o último foi uma autobiografia, escrita nos últimos anos de vida, quando o casal morava na Rua Carlos Gomes, na Liberdade. O casal faleceu na década de 1980, mas deixou uma emocionante história de amor, que merece ser lida.
No site Imigração Japonesa há um texto mais completo sobre essa história.