mar 202014
 

O uniforme escolar feminino japonês, conhecido como sailor fuku, foi derivado do uniforme da escola naval européia e está em uso desde o final do século 19. Os trabalhadores também usam seus uniformes e todos se sentem pertencer a um determinado grupo. O programa Begin Japanology produziu um belo documentário sobre o uso de uniformes no Japão. Esse programa pode ser visto semanalmente na TV NHK do mundo inteiro, mas no Brasil só passa de vez em quando.

Para quem lembra de 'Sound of Music' com a Julie Andrews. há a famosa cena com os uniformes das crianças

Para quem lembra de ‘Sound of Music’ com a Julie Andrews, há a famosa cena com os uniformes das crianças

mar 202014
 

A Fundação Japão em São Paulo e a Faculdade Santa Marcelina (FASM) promovem, em 27 de março, às 19h, o Tokyo Fashion Festa (TFF) São Paulo~Brasilicious!~. O evento contará com a palestra do empresário Nichi Kashihara e um desfile de moda urbana contemporânea de Tóquio.
A palestra, com tradução simultânea, será uma excelente oportunidade para saber um pouco mais sobre a criatividade e a originalidade que circulam pelas ruas de Tóquio.
Os looks virão diretamente do Japão através da loja conceito idealizada por Kashihara, Madame-Killer, em Nova Iorque. Passarão pela passarela exemplares das marcas Motonari Ono, Neb aaran do, Yukihero Pro-Wrestling e Dress and Tights. O evento contará com a participação dos alunos da FASM como modelos.

moda tokyofesta2014

Motonari Ono – O estilista que dá nome à grife tem sido destaque do Tokyo Fashion Week. Atualmente, é um dos estilistas top de Tóquio.

Neb aaran do – A grife oferece um toque urbano a uniformes de colegiais.

Yukihero Pro-Wrestling – Na moda de Tóquio, esta é uma marca ímpar que tem como inspiração a luta-livre.

Dress and Tights – Como o próprio nome diz, vestidos e meias-calças são os produtos desta singular grife conceitual.

Tokyo Fashion Festa
A primeira edição do evento aconteceu em 2010, em Nova Iorque, em parceria com a escola de moda Fashion Institute of Technology (FIT), apresentado estilos como Gothic e Gyaru (Girl) atraindo centenas de veículos da imprensa especializada.
Depois disso, com o trágico acidente que devastou o Japão em 2011, quando foi acometido por terremoto e tsunami, Kashihara decidiu levar o evento para outros países, em prol daqueles que passavam necessidades em sua terra natal.
Foi assim que o TFF veio a São Paulo, trazendo não apenas os diversos aspectos culturais do país, como também auxiliando na recuperação da indústria japonesa. Com o sucesso, diversos outros países passaram a solicitar as suas próprias edições. Costa Rica foi um deles, que teve o TFF inserido no Costa Rica Fashion Week, no verão de 2012. Ainda em 2012, o TFF esteve em Moscou, na Rússia. Em 2013 esteve no Chile e na Argentina apenas com palestras TFF.

Tokyo Fashion Festa São Paulo~Brasilicious!~
Data: 27 de março de 2014 – Horário: 19h
Local: Faculdade Santa Marcelina (FASM) – Rua Dr. Emílio Ribas, 89 – Perdizes, São Paulo/SP

A entrada é gratuita e as vagas limitadas. As inscrições podem ser feitas enviando nome completo e telefone para: info@fjsp.org.br

mar 172014
 

A pesquisadora Cristiane A. Sato, autora de Japop – O Poder da Cultura Pop Japonesa, recomenda esses vídeos do programa Begin Japanology, da TV NHK World. Apresentado por Peter Barakan, o programa é falado ou legendado em inglês e é exibido em várias partes do mundo, mas no Brasil, infelizmente, a programação da NHK World não é a mesma de outros países. Mesmo assim, alguns desses Begin Japanology são exibidos no Brasil, de vez em quando (lá fora é um por semana). Se o público se manifestar, talvez isso seja alterado. A TV NHK faz parte do pacote étnico da TV paga.

Um belíssimo documentário sobre quimonos:

https://www.youtube.com/watch?v=uI76y-xXK6E

As revistas de moda japonesa são muito segmentadas. O documentário mostra parte desse universo:

mar 102014
 

No dia 24 de fevereiro de 2014, um pequeno grupo deu entrada no 3º Cartório de Títulos e Documentos de São Paulo para registrar a Associação Brasileira de J-Fashion. Seria apenas mais uma entidade não fosse o curioso e específico tema chamado “J-Fashion”, ou “Japanese Fashion”, que pode ser traduzido como moda japonesa.
A nova entidade é encabeçada por Cristiane A. Sato, autora do livro Japop – O Poder da Cultura Pop Japonesa (2007), e que vem há muitos anos palestrando sobre esse tema. Fazem parte da associação, entre outros, os organizadores do “Harajuku Fashion Meeting”, evento que reuniu em São Paulo mais de cem jovens simpatizantes da moda alternativa japonesa de diversas partes do Brasil.
“Há um crescente interesse do Ocidente pelo que se produz no Japão em termos de moda”, explica Cristiane.
Nas últimas 3 décadas estilistas, designers, caçadores de tendências, artistas, a indústria da moda e a mídia internacional vêm acompanhando atentamente tudo que ocorre no Japão porque lá ocorrem inovações estéticas e comportamentais únicas. Isso acontece devido a condições específicas do país. Entre tais condições destacam-se:
1 – Devido sua forte identidade cultural, o Japão é provavelmente o único país rico e industrializado que mantém o uso de suas roupas tradicionais como moda (o que implica em viabilidade comercial e constante inovação), não as relegando a mero traje folclórico como ocorreu nos demais países industrializados.
2 – Embora o Japão aprecie produtos e estilos ocidentais, o mercado e a produção local não se limitam a importar ou copiar o que vem do exterior, e é da mistura de estilos japoneses (Wafuku) com estilos ocidentais (Yofuku) que surgem inovações estéticas e comportamentais.
3 – Caracterizada pela complexidade e rigidez de normas de comportamento na vida cotidiana, a sociedade japonesa curiosamente permite e tolera o uso da moda como válvula de escape social, o que criou no país um ambiente único de alto grau de experimentalismo, criatividade e o maior mercado de moda alternativa do mundo.
Seria essa rigidez da sociedade que, por exemplo, obriga crianças e adolescentes a usarem uniformes até em excursões escolares a origem da revolta que criou a moda alternativa, como a que se vê nas ruas do bairro de Harajuku em Tóquio?
A especialista diz que não. “O primeiro movimento de moda alternativa no Japão aconteceu por volta de 1925, com os chamados ‘moga-mobo’, ou ‘modern girl’ e ‘modern boy’, e o ponto era o bairro luxuoso de Ginza, em Tóquio”. Cristiane comenta que naquela época o quimono ainda era muito utilizado pelos japoneses e esse grupo era considerado moderno por usar roupas ocidentais. “Mesmo usando roupas da Europa, as jovens faziam adaptações nos acessórios e nas combinações porque queriam adequá-las à estética japonesa. Elas consideravam, por exemplo, o leque um acessório obrigatório, ao invés da bolsa”, resume a pesquisadora.
O objetivo da Associação Brasileira de J-Fashion é divulgar a moda japonesa no Brasil, incluindo reunir adeptos e combater o bullying e o preconceito contra os que se vestem de maneira diferente da maioria.

Palestra da Cristiane lotou a sala da Associação Mie no dia 9 de março de 2014: um tema específico como Moda Japonesa tem muitos seguidores no Brasil.

Palestra da Cristiane lotou a sala da Associação Mie no dia 9 de março de 2014: um tema específico como Moda Japonesa tem muitos seguidores no Brasil.

Apesar disso, a nova entidade não tratará apenas da moda alternativa do oriente. Ela pretende difundir o uso do quimono no Brasil como traje apropriado para festas e cerimônias. A própria Cristiane é adepta dessa moda, usando-a em várias ocasiões. Uma das propostas da entidade é, por exemplo, fazer uma campanha para convencer os proprietários de restaurantes japoneses a concederem um generoso desconto para clientes que vierem trajando quimono completo. Com isso, os restaurantes ganham uma aparência típica e o quimono sairá dos armários para ser usado no dia a dia.
“A Associação quer fazer com que a moda japonesa deixe de ser mero conceito em palcos e passarelas, e passe para as ruas. Moda que não é usada, quando muito, vira peça de museu”, finaliza Cristiane Sato.

mar 012014
 

moda japonesa banner

Palestra: Introdução à Moda Japonesa – Dia 9 de março de 2014 (d0mingo) – das 14 às 17 horas
Taxa única: R$ 10,00
Local: Associação Cultural Mie Kenjin do Brasil – Av. Lins de Vasconcelos, 3352 – na saída do metrô Vila Mariana, São Paulo.

Conteúdo:
Um país pequeno de 127 milhões de habitantes, mas cujo mercado de moda moveu impressionantes 128 bilhões de Euros (ou US$ 172.800 bilhões, ou R$ 414.720 bilhões) em 2013 e que vem crescendo de forma estável, na casa de 2% ao ano. Estamos falando do Japão, onde modernidade e tradição coexistem, e para onde os caçadores de tendências vão se antenar com a vanguarda.
Muito do que o olhar ocidental traduz como mera extravagância ou esquisitice étnica tem na verdade fundamentos históricos e culturais – conhecimento sem o qual é difícil identificar os movimentos sólidos de moda e comportamento do Japão, e que também dificulta a penetração de produtos estrangeiros no variado e competitivo mercado nipônico. Conhecer as características da moda japonesa – gostos, estéticas e valores da sociedade – é fundamental para saber como encontrar um nicho num mercado extremamente variado e competitivo e o que produzir.

A palestra MODA JAPONESA é uma introdução aos 3 “mundos” diferentes que convivem em termos de conceito, estilo de vida e estética no país (wafuku, yõfuku e moda alternativa), ao dress code japonês, e sobre como designers e as ruas do Japão vêm influenciando a moda no Ocidente.

A quem se destina:
Profissionais da moda, estudantes de moda, design e artes em geral, e interessados em cultura pop japonesa.

Palestrante: Cristiane A. Sato
Formada em Direito pela Universidade de São Paulo, publica artigos sobre cultura popular e história japonesa em jornais e revistas desde 1993. Autora do livro “Japop – O Poder da Cultura Pop Japonesa” (2007), atualmente prepara um livro sobre moda japonesa. Ministrou palestras em eventos no Centro Cultural Itaú, Sesi, Sesc, Senac, USP, Fundação Japão, Embaixada e Consulado Geral do Japão, entre outros.

Maiores informações: abrademi.com. Inscrições pelo Sympla ou no próprio local.