jul 242017
 

No dia 21 de julho de 2017, o deputado federal Mikio Shimoji, do Japan Innovation Party, esteve palestrando no salão nobre da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social (Bunkyo) sobre o visto para descendentes de japoneses da quarta geração.

Atualmente, os descendentes da segunda geração (nisseis) e da terceira geração (sanseis) podem receber o visto de longa permanência e a ideia do projeto é que os da quarta geração (yonseis) também possam receber o mesmo tratamento. No momento, os yonseis conseguem vistos para entrar e permanecer no Japão somente se forem filhos biológicos, menores e solteiros, de pais sanseis que vivem no Japão como residentes com visto de permanência como Residente de Longo Período.

Pelo projeto, que está em estudo e deverá seguir tramitação na Câmara dos Representantes a partir de novembro de 2017, prevê-se também a concessão de visto para que o yonsei possa estudar e trabalhar no Japão durante o período de três anos, e depois solicitar visto para residir no país. Essa modalidade, conhecida como Working Holiday, já é aplicada para cidadãos de 18 países (é um acordo bilateral), porém, o período é de um ano e não inclui os brasileiros. Segundo o deputado, pretende-se também oferecer aos familiares (esposa e filhos) do yonsei, esse visto temporário de 3 anos.

Sem dúvida, é um passo para tentar resolver o problema da diminuição da população ativa no Japão, mas é uma providência tardia e tímida. Se em 1948, o Japão registrou o nascimento de mais de 2,5 milhões de crianças, em 2016, o número despencou para menos de 1 milhão, o que faz com que a população total diminua cada vez mais nos próximos anos. Nos últimos seis anos, o país perdeu 6 milhões de habitantes. Com a base da pirâmide social invertida, onde poucos estão na idade ativa para trabalhar enquanto muitos estão aposentados e com possibilidade de viver bastante, é claro que a conta não fechará nunca. Será preciso abrir outras portas imediatamente, mas isso não quer dizer que o Japão será capaz de atrair tantos imigrantes para suprir a demanda. É preciso ver se há emprego para todos e condições mínimas para eles permanecerem no solo japonês a vida inteira.