set 042023
 

A União Cultural Guinkenshibu do Brasil realiza, no dia 10 de setembro de 2023, a partir das 10 horas, a 48ª Apresentação de Canto Entoado e Dança de Espada e Leque (Guinkenshibu Taikai).

O que é Guinkenshibu?
A palavra Guinkenshibu, em japonês, é uma junção de diversas palavras e significados e é considerado um Caminho, ou seja, uma forma de aperfeiçoamento pessoal e uma expressão artística tradicional. O Guinkenshibu é o Caminho que engloba a Declamação de Poemas e a Dança da Espada. Isso se expande em três artes interligadas, quais sejam:

Kenbu 剣舞 ou 剣武, que é a dança marcial da espada, baseada nas artes marciais tradicionais japonesas de combate com a espada embainhada (Iaijutsu) ou desembainhada (Kenjutsu), além de técnicas de luta corporal (Jūjutsu ou Yawara);

Shibu 詩舞, que é a dança marcial do leque, sendo uma derivação do Kenbu; e

Shigin 詩吟, que é a declamação de poemas conforme a forma tradicional japonesa. A declamação não é uma simples récita, assemelhando-se de certa forma com o canto lírico (operático) ocidental, uma vez que utiliza a voz empostada, que vem da respiração diafragmática, e obedece a determinadas regras para que o poema seja entoado de forma adequada. O Shigin pode ser feito por uma única pessoa ou pode ser feito coletivamente, no que se chama de Gōgin.

Fundamental ressaltar que o Kenbu e o Shibu são diferentes das danças populares japonesas, como o Bon Odori. Essas apresentam movimentos mais simples e não raro repetitivos, além de músicas de cunho naturalmente popular. Em contrapartida, o Kenbu e o Shibu trazem movimentos oriundos das artes tradicionais japonesas, especialmente as artes marciais, e são executados juntamente com composições literárias mais complexas. Nesse sentido, o Kenbu e o Shibu se mostram mais próximos de artes como o Teatro Nô e o Kabuki. 

Origem do Guinkenshibu
Danças utilizando espadas ou leques, em um sentido amplo, são bastante antigas no Japão, remontando pelo menos ao século VIII, quando já existiam danças utilizando espadas tanto para fins cênicos quanto para fins cerimoniais. Similarmente, mais ou menos nessa época, a composição e a récita de poemas já eram populares entre a nobreza, habilidades que, posteriormente, também se difundiram entre sacerdotes, guerreiros e outros eruditos.

Acredita-se que o formato atual do Guinkenshibu começou a se desenvolver aproximadamente em meados do século XIX, já no período do final do Xogunato Tokugawa. A popularização do estudo dos poemas levou ao recital e declamação para fins de aprendizado e apresentação, formando as bases para o Shigin de hoje.
Já na Era Meiji (segunda metade do século XIX), o Kenbu ganhou os contornos da prática atual, por ocasião das iniciativas de Sakakibara Kenkichi, um famoso samurai da época, que promoveu o Kenbu como parte das diversas demonstrações de artes marciais da época.

Ainda na Era Meiji, mestres como Hibino Raifū, Chōsokabe Chikashi (Rinma) e Kanabusa Kan’ichirō desenvolveram e formalizaram o Kenbu como é praticado hoje em dia, criando estilos de Kenbu que, por sua vez, geraram diversas ramificações posteriores. Dentro desse contexto, foi desenvolvido também o uso do leque em substituição à espada, gerando o Shibu.

No século XX, a declamação de poemas se difundiu não apenas entre os eruditos, mas também entre a população em geral. Mestres como Kimura Gakufū e Manago Saishū ajudaram a impulsionar o Shigin no Japão, fomentando a popularização da declamação de poemas.

Atualmente, existem diversos estilos de Kenbu, Shibu e Shigin espalhados por todo o Japão e em diversos países no exterior, incluindo naturalmente o Brasil. A organização que congrega a arte no Japão é a Nippon Ginkenshibu Foundation ( 日本吟剣詩舞振興会 ), fundada em 1968, que realiza diversos eventos da arte, incluindo campeonatos em nível nacional, além de estimular a difusão da arte e a formação de novos praticantes e instrutores.

48ª Apresentação de Canto Entoado e Dança de Espada e Leque (Guinkenshibu Taikai)
Dia 10/9/2023 (domingo) – Início: 10 horas
Local: Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa (Bunkyo) – Rua São Joaquim, 381 – Pequeno Auditório – Liberdade, São Paulo.

Onde praticar
Os locais de prática podem ser obtidos através do contato com a União Cultural Guinkenshibu do Brasil.
Contato: Miyamura (11) 98296-8834 (WhatsApp)

mar 112022
 

Experiência que reunirá realidade virtual, concerto e exposição na Unibes Cultural acontece de 18 a 20 de março, com entrada gratuita

A Fundação Japão em São Paulo, com apoio da Unibes Cultural e Sinos na Floresta, apresenta, Sky Bridge Experience, um encontro entre o Brasil e o Japão através das constelações, nos dias 18 a 20 de março, na Unibes Cultural, em São Paulo.

O evento de realidade virtual, utilizando a linguagem visual e sonora, reúne a experiência do planetário, concerto musical e exposição, combinando a cultura japonesa e a brasileira. Com a curadoria e produção de Shen Ribeiro, o evento é uma extensão do projeto Sky Bridge-Ponte do céu e tem ingressos gratuitos, que deverão ser retirados no local, a partir de uma hora antes de cada sessão. 

As sessões terão vagas limitadas a 70% da capacidade do local, com a exigência de apresentação do passaporte de vacinação na entrada.

Sky Bridge Experience

O conteúdo do projeto Sky Bridge-Ponte do céu, originalmente desenvolvido para os planetários no Japão, foi convertido especialmente para a plataforma de realidade virtual, resultando no Sky Bridge Experience, que proporcionará ao público brasileiro uma experiência única

O Sky Bridge-Ponte do céu faz parte de uma série de projetos de arte cênica de cooperação internacional da Fundação Japão. Desenvolvida para os planetários no Japão pela empresa japonesa LIL Visual Art Studio, contou com a participação de músicos e artistas de ambos os países na produção.

“O nome do projeto nasceu primeiro em japonês, com a ideia de um projeto que unisse músicos japoneses e brasileiros, unidos a um tema relacionado com estrelas e a via láctea. Porém, percebemos que esse encontro iria muito além de um encontro musical, estabelecendo uma ponte cultural entre dois países irmãos, apesar da incrível distância geográfica que nos separa e das diferenças culturais que nos une”, explica o músico Shen Ribeiro, curador do projeto.

O Sky Bridge Experience conta com apresentações musicais ao vivo, com os músicos brasileiros que estiveram envolvidos na trilha musical, além da exposição de trabalhos de artistas visuais de ambos os países.

O evento reúne o dinamismo da linguagem visual de Daisuke Hashimoto, do estúdio japonês LIL Visual Art Studio, a sensibilidade da artista brasileira Camila Gondo, a poesia sonora de músicos brasileiros, como Ari Colares, Gabriel Levy, Neymar Dias e Shen Kyomei Ribeiro, e o músico japonês Yohei Kobayashi, entre outros.

A produção foi conduzida no Japão pela Mayumi Otake, da S. C. Alliance.

PROGRAMAÇÃO

Sexta-feira, 18 de março

Sessões de VR (Realidade Virtual): 16h, 16h45, 17h30, 18h15 e 20h

Exposição: a partir das 16h

Concerto: 19h

Sábado, 19 de março

Sessões de VR (Realidade Virtual): 14h30, 15h15, 16h, 16h45, 17h30, 18h15 e 20h

Exposição: a partir das 14h

Concerto: 19h

Domingo, 20 de março

Sessões de VR (Realidade Virtual): 14h30, 15h15, 16h, 16h45, 17h30, 18h15 e 20h

Exposição: a partir das 14h

Concerto: 19h

 

LIL Visual Art Studio

Estúdio japonês que atua principalmente nas áreas de produção de audiovisual, cenografia, direção de palco, animação, design visual e design sonoro. Nos últimos anos, a LIL tem sido ativa no planejamento, design de experiência e produção de espetáculos de entretenimento, utilizando projeção mapeada, filmes para exposições e museus e exposições permanentes em instalações comerciais e parques temáticos.

Seus trabalhos mais recentes foram o Pokémon Wonder, CRYSTAL STORY, da Square Enix, NEXT VISION JAPAN 2021 XR LIVE, entre outros.

MÚSICOS PARTICIPANTES

Ari Colares (percussão)

Mestre em educação musical pela ECA-USP, mesma instituição onde fez o Bacharelado em percussão. Músico e educador especializado em percussão e ritmos brasileiros. Ingressou aos 17 anos num grupo de teatro popular, que se transformou em um Balé Folclórico (Abaçaí – Cultura e Arte), por meio das pesquisas, vivências e produção de espetáculos. Desde 1990, passou a lecionar e tocar com importantes nomes da música. Desde 2000, participa de diversos projetos com o pianista Benjamim Taubkin – com quem tem viajado para diversos países. Desde 2004, faz parte do grupo musical A Barca, que vivencia e dialoga com diferentes mestres e expressões da música da Cultura Popular Brasileira. Lecionou Percussão Popular na Tom Jobim EMESP – Escola de Música de SP, de 1993 a 2018. Atualmente, exerce o cargo de Gerente Artístico do Projeto Guri, ministra aulas regulares em seu estúdio, além de cursos e oficinas no Brasil e no exterior.

Gabriel Levy (piano/acordeão)

Acordeonista, arranjador, compositor, educador e produtor musical tem atuado ao lado de artistas do Brasil e do exterior nos mais diversos estilos. Participa de alguns dos mais destacados projetos de músicas do mundo no Brasil, como Mawaca, Mutrib, Fortuna, Orquestra Mundana, Kerlaveo, além de trabalhos juntos a comunidades de imigrantes. Criou o projeto artístico-pedagógico “A Magnífica Orchestra Paulistana de Músicas do Mundo”. É diretor musical de festivais multiculturais, como Na Dança!, Ethno Brazil, Encontro de Música e Danças do Mundo (Bahia). Foi indicado a prêmios musicais como Melhor Produtor e Melhor Instrumentista. Seu CD Terra e Lua recebeu o prêmio Catavento da Rádio Cultura na categoria Música Instrumental. Publicou livros e artigos voltados à educação musical intercultural. Mestre em Processos de Criação Musical /Educação Musical (ECA-USP). Teve composições interpretadas por renomados artistas, como Duo Assad, Orquestra Refugi, Yo-yo Ma, Paquito d’Rivera, entre outros.

Neymar Dias (viola caipira/baixo acústico)

De início, autodidata, aprendeu vários instrumentos de cordas, como viola caipira, guitarra, violão, baixo elétrico, guitarra havaiana e bandolim. Posteriormente, formou-se em composição e regência pela FAAM – Faculdade de Artes Alcântara Machado, integrando orquestras respeitadas, como a OSUSP e a Experimental de Repertório. Notado por sua profundidade e musicalidade ímpares, realiza intenso e constante trabalho na música popular, atuando como compositor, arranjador e músico de estúdio, trabalhando juntamente com importantes nomes do cenário musical brasileiro. Recebeu o prêmio revelação do “Prêmio Syngenta de Música Instrumental de Viola Caipira”, em 2005, e foi nomeado ao Grammy Latino juntamente com Toninho Ferragutti, em 2014. Lançou os cds “Capim” (2009), “Intervalo” (2010), “Caminho de Casa” (2012), Duo (2013), Come Together Project! (2015). Em 2015 e 2016 saiu em turnê nacional com Monica Salmaso e em 2016 arranjou e produziu projeto com Ivan Lins e Rafael Altério.

Shen Kyomei Ribeiro (shakuhachi/flauta transversal)

Natural de Botucatu, São Paulo, começou sua aprendizagem musical através do canto comunitário. Aos 15 anos, iniciou o estudo de flauta doce (recorder), piano e canto coral no Conservatório de Música do Instituto Santa Marcelina, em sua terra natal. Integrou, como flautista, as Orquestras Jovens do Município de São Paulo e do Estado de São Paulo, sendo presidente dos comitês das orquestras. Em 1987, partiu para o Japão, para especializar-se no estudo do Shakuhachi e cultura tradicional japonesa. Em 1988, ingressou na Universidade de Belas Artes de Tóquio e foi um discípulo direto do Professor e Mestre Goro Yamaguchi (Tesouro Nacional Japonês). Com 6 cds gravados, foi convidado para tocar para a Imperatriz do Japão em um recital na casa do Embaixador da Argentina em Tóquio e para o Imperador do Japão em sua residência no Palácio Imperial de Tóquio. Como Concertista, apresentou-se em inúmeras salas de concertos no Brasil, Japão e Europa, interpreta repertório variado de estilos e autores, confraternizando temas clássicos, populares e tradicionais. Atualmente, vive em São Paulo, lecionando e tocando o Shakuhachi estilo kinko, representando da Associação Chikumeisha do Japão, e participa como convidado de gravações de músicos brasileiros.

 

EXPOSIÇÂO DOS ARTISTAS

Daisuke Hashimoto

Diretor artístico, artista de animação e de artes visuais, dirige comerciais de TV, vídeos musicais, animação e design de personagens. Recentemente esteve envolvido no planejamento e direção artística de conteúdos usando novas tecnologias, como experiências de ocupação de espaços através da projeção mapeada, arte digital, teatro e shows de entretenimento. Desde 2005 na P.I.C.S., onde atualmente exerce o cargo de gerente, se estabeleceu na LIL em 2018 a fim de especializar sua própria criatividade e buscar novas possibilidades de expressão, ampliando o escopo de suas atividades. Premiado com DSA Japan Spatial Design Award (2018), ONESHOW (Nova Iorque) SilverPencil (2016), D&AD (Londres) Lápis de grafite (2016), 4K de Boas Práticas (2014), entre outros.

Camila Gondo

Artista brasileira, com ascendência japonesa, nascida em São Paulo, passou parte da infância em Tóquio, Japão. Formada em Design pela UNESP Bauru, cursou mestrado em Design de Moda na Universidade de Lisboa. Procura inspiração para o seu trabalho no feminino e na natureza, inserindo em seu processo criativo as particularidades dos diferentes países em que viveu, entre eles Singapura. Além de pinturas em quadros e paredes residenciais, realizou projetos artísticos para marcas como Google, Starbucks, Bvlgari, BASF, Shiseido, Koleston, Lisbon Fashion Week, entre outros.

SERVIÇO

Sky Bridge Experience

Data: 18 a 20 de março de 2021

Horário: sexta-feira a partir das 16h, sábado e domingo a partir das 14h

Local: Unibes Cultural

Endereço: Rua Oscar Freire, 2.500 – Sumaré, São Paulo – SP (ao lado do Metrô Sumaré)

Capacidade: sessões de VR são limitadas a 30 pessoas por sessão | Concerto com capacidade de 200 lugares (sessões com limite de 70% da capacidade)

Ingressos: Gratuitos, com distribuição de senhas no local a partir de 1 hora antes de cada sessão (VR e concerto)

A apresentação do passaporte de vacinação será exigida na entrada, como medida de prevenção ao risco de transmissão do Coronavírus (Covid-19)

nov 182021
 

Por ocasião do 70º aniversário da Imigração Japonesa no Brasil, a Fundação Japão possibilitou a primeira e única vinda do Grupo de Teatro de Takarazuka ao Brasil.

Capa do programa da apresentação de Takarazuka no Teatro Municipal de São Paulo

O grupo, que tem como característica mais marcante o fato do elenco ser composto somente por moças, se apresentou no Teatro Municipal de São Paulo no período de 3 a 12 de novembro de 1978, portanto, há 43 anos. Essa mesma apresentação aconteceu na França, nos Estados Unidos e na União Soviética, e foi muito bem recebida.

A primeira parte do espetáculo foi dedicada às tradições japonesas e recebeu o nome de “Fantasia do Japão”, com as moças de quimono cantando e dançando músicas tradicionais, lembrando o período Genroku (1688 ~ 1703), mas apresentando músicas de várias regiões. Na segunda parte, o estilo foi Ocidental, como são normalmente as apresentações desse grupo e recebeu nome de “na cadência de Takarazuka”. Como uma homenagem para o público brasileiro, a cantora Mao Daichi apresentou a música “Mas que Nada”, composta e gravada em 1963 pelo brasileiro Jorge Ben e regravada e 1966 pelo Sérgio Mendes, tornando-se um sucesso internacional.

Escola Musical de Takarazuka em 1919

O grupo de Teatro de Takarazuka foi fundado em 1913, inicialmente formada por apenas seis jovens, como uma atração para um resort turístico da cidade de Takarazuka, província de Hyogo, pelo empresário Ichizo Kobayashi. Ele era presidente da empresa de linha ferroviária Hankyu, que opera ainda hoje na região de Osaka, e pretendeu com a atração levar o público a se hospedar no resort da companhia, utilizando, evidentemente, o seu trem. A ideia deu tão certo, que em 1924 foi construído um Grande Teatro de 3 mil lugares. Kobayashi investiu também numa escola, que até hoje prepara as jovens para o grupo. Surgiram também grupos concorrentes apresentando propostas parecidas em outras localidades.

Para quem conhece a história do mangá, esse grupo teatral é o que teria influenciado o desenhista Tezuka Osamu a criar personagens com olhos grandes e brilhantes. Tezuka, quando criança, morava em Takarazuka, e uma das atrizes era amiga da mãe e eles sempre assistiam às apresentações do grupo. Como o teatro é muito grande e ele sentava atrás, não podia ver muitos detalhes, mas sempre percebia que os olhos pareciam muito grandes e expressivos por causa da maquiagem teatral. O grande mestre do mangá viu ali uma característica que se tornaria uma marca registrada do mangá.

Como a popularização da televisão, o teatro foi perdendo seu público, e no início da década de 1970, o grupo estava com as contas negativas. Quem salvou o Takarazuka, quem diria, foi um mangá. Ao ser levado para o palco, a adaptação do mangá “A Rosa de Versalhes”, de Ikeda Ryoko, alcançou um inimaginável sucesso. A concorrência para ingressar na escola de Takarazuka, que era de cinco vezes o número de vagas, depois do sucesso da “Rosa de Versalhes”, saltou para 20 vezes. Takarazuka entrou na moda, e até hoje continua encenando temporadas desse sucesso originário do mangá feminino. Takarazuka continua na moda até hoje e, além do teatro original na cidade, possui um teatro em Tóquio. Mesmo assim, é preciso reservar o ingresso com bastante antecedência.

A apresentação do Takarazuka Revue no Brasil teve o patrocínio da Japan Foundation e a colaboração da Embaixada do Japão, Comissão Organizadora do 70° Aniversário da Imigração Japonesa no Brasil, Consulado Geral do Japão em São Paulo e da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa.

Saiba mais sobre o Teatro Takarazuka, no http://www.japop.com.br/index.php/opera-takarazuka-takarazuka-kagekidan/

Mais sobre o Teatro Takarazuka, no http://www.culturajaponesa.com.br/index.php/teatro-takarazuka-se-esforca-para-atrair-publico-no-exterior/

Mais sobre “A Rosa de Versalhes”, no http://www.culturajaponesa.com.br/index.php/revivendo-50-anos-depois-rosa-de-versalhes/

ago 142020
 

Comida japonesa! Sábado e Domingo, dias 15 e 16/8/2020.

A Associação Ikoi-no-Sono estará preparando o Sanuki Udon, macarrão ensopado tradicional de Kagawa, neste final de semana. Esse macarrão vem do Japão e só é servido em duas ocasiões no Brasil: no Festival do Japão e no Festival Kompira Matsuri organizado pela Associação de Kagawa. No delivery, há duas opções de Sanuki Udon: tempurá e kakiage.

Haverá também outros pratos, como Anchova Teishoku e Sanma Teishoku (peixe sanma trazido do Japão). Peça já, que no dia não vai ter. Link abaixo. O pagamento poderá ser feito pelo aplicativo PicPay ou através de depósito em conta. Tem dois endereços para ir retirar, mas haverá serviço de entrega domiciliar.

Show de cultura japonesa

No domingo, dia 16/8 às 14 horas, terá início um show de cultura japonesa ON-LINE e gratuito via youtube, também da mesma entidade, como agradecimento à todos os que ajudaram adquirindo as iguarias oferecidas. Por isso mesmo, o show tem o nome de “Kansha”, que significa agradecimento. Taikô de Okinawa, Awaodori, Suzume Odori e muito mais num supershow. 

Segue o link do show: https://youtu.be/cGhZQoXlV4Y

https://ikoinosono.org.br/wordpress/2020/08/05/gratidao-diversao-gastronomia-garantidos-em-um-unico-final-de-semana-dias-15-e-1608/

jul 292019
 

Muitos discos da bossa nova foram lançados no Japão e não no Brasil. Esse gênero musical foi praticamente esquecido no país de origem, mas continua bastante vivo no Japão, onde as emissoras de TV costumam usar bossa nova como fundo musical de seus documentários sobre o Japão, tal a sua aceitação em solo nipônico.

A razão da aceitação da bossa nova tem muito a ver com a cantora Lisa Ono, aliás, seria mais correto creditar o mérito ao seu pai, Toshiro Ono (1924 – 2012). Esse japonês imigrou para o Brasil na segunda metade da década de 1950 e abriu um clube noturno no estilo japonês em São Paulo. Criou vínculo e até gravação do famoso músico jazzista Sadao Watanabe com músicos brasileiros. Levou a bossa nova para o Japão através de artistas como Cláudia e Baden Powell e fez um grande esforço de divulgação. Apesar de Sérgio Mendes ser considerado o pioneiro na difusão do gênero no Japão, foi o Trio Tambatajá, levado por Ono, o primeiro a se apresentar no Japão, antes mesmo do nascimento da clássica “Garota de Ipanema”, de Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes, de 1962. Trio Tambatajá se apresentou em várias regiões japonesas. Em 1974, Ono abriu um restaurante brasileiro em Tóquio, o Saci Pererê, onde se ouvia ao vivo, evidentemente, bossa nova. Esse restaurante continua firme ainda hoje. Lisa Ono, a mais velha das filhas de Toshiro, começou sua carreira cantando aqui ainda bem jovem. Depois, ela se tornou uma espécie de embaixadora da música brasileira no Japão, tendo se apresentado com os maiores nomes da MPB no Brasil e no Japão. Ela tem mais de 30 discos gravados e faz muito sucesso em várias partes do mundo onde se apresenta constantemente.

A TV NHK produziu esse belo documentário (clique no link abaixo) sobre os 60 anos da bossa nova, com entrevistas e show da Lisa Ono, e tudo está em português. O vídeo é On Demand, mas está disponibilizado gratuitamente. Vale a pena ver para aprendermos sobre a beleza da bossa nova, tão esquecida em terras brasileiras.

https://www3.nhk.or.jp/nhkworld/pt/ondemand/video/2045024/

As informações desta matéria foram baseadas no texto escrito pelo maestro Hidenori Sakao para o jornal Nikkey Shimbun em japonês e publicado em novembro de 2012.