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Foto Kurukuru Papa

Crianças de 10 anos conseguiam arremessar uma bola mais longe em 1964 do que em 2013. Essa constatação mereceu certo destaque nos noticiários japoneses, afinal, era curioso que as crianças de hoje, maiores e mais nutridas, tivessem desempenho inferior que a de seus avôs.

Anualmente, o Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia realiza um levantamento nacional abrangendo todas as faixas etárias, registrando os dados biométricos e as capacidades físicas da população. Isso começou em 1964, nas Olimpíadas de Tóquio, e os últimos dados foram divulgados no dia 12 de outubro, véspera do feriado nacional do Dia do Esporte.

De forma geral, toda população japonesa teve melhora substancial quanto ao desempenho até 1985. Esse foi o pico. Depois começou a declinar até 1998 quando registrou o pior resultado. A população infanto-juvenil melhorou nos anos seguintes, mas ainda não atingiu os dados de 1985. O Ministério da Educação espera que essa população jovem melhore nos próximos seis anos, quando alguns deles estarão disputando as Olimpíadas de Tóquio de 2020.

O Ministério comparou os dados das crianças de 10 anos de idade, dos anos de 1964 (essa criança terá 60 anos de idade hoje), de 1989 (terá 35 anos de idade), e de 2013. As meninas nessa idade são mais altas do que os meninos. Em 1964, o menino media 1,33m, em 1989 1,38m, e em 2013 mede 1,39m. A menina tinha 1,33m em 1964, 1,39 em 1989 e hoje tem 1,40m.

A capacidade de correr 50 metros alcançou 9″20 (meninos de 10 anos) e 9″41 (meninas) em 1989, mas o resultado diferiu apenas 0″1 em relação a 1964 e 2013. Já no salto lateral, onde são feitas três retas paralelas na quadra para pular, o desempenho foi melhor em 2013, atingindo 42,97 e 40,69 vezes em 20 segundos, com uma diferença considerável na comparação com 1964. Isso deve-se à maior estatura das crianças de hoje.

Já no arremesso da bola, levou-se em conta o arremesso do softbol, ou seja, por baixo, e a diferença foi surpreendente. Os meninos de 1964 conseguiram arremessar em média 30,38 m, enquanto em 1989 conseguiram jogar 28,37 m, e em 2013 atingiram a pior marca da história: apenas 24,45 m.

Especialistas dizem que para o arremesso da bola, além da força física, fazem diferença a prática e a técnica, e as crianças de hoje não teriam mais tempo para brincar de arremesso e nem espaço para isso. Mais uma questão a ser levada em conta para os preparativos de uma boa participação olímpica em casa.