ago 312023
 

A cidade de Shirakawa, na província de Fukushima está realizando o concurso de Haiku (Haikai), que aceita participantes estrangeiros.

Considerada a porta de entrada de Oushu (região das atuais províncias de Fukushima, Miyagi, Iwate e Aomori), o posto de fiscalização de Shirakawa foi o local onde o famoso poeta Matsuo Basho passou em sua longa peregrinação descrita no livro “Oku no Hosomichi” (Trilhas Longínquas de Oku, no título do livro em português, na ótima tradução de Mieko Shimon).

Basho, que tinha 46 anos de idade, era considerado velho na época, e estava cansado de sua viagem, mas quando viu a beleza de Shirakawa, decidiu prosseguir a jornada, que durou 156 dias e completando quase 2.300 quilômetros percorridos por ele e seu assistente, a pé. No livro, Basho escreve um haiku para Shirakawa e registra o ato do nobre e poeta Fujiwara no Kiyosuke, que viveu 500 anos antes dele, que até teria colocado seu traje formal da corte em respeito à beleza do lugar.

5º Concurso de Haiku “Basho Barreira Shirakawa”

Prazo final: 15/09/2023 (atenção: horário do Japão. Do Brasil precisa ser enviado até o dia 14/9 por causa do fuso horário)

Os trabalhos precisam ser em idioma japonês. O tema para os japoneses é: “Shirakawa e as quatro estações” na categoria livre e “道” (michi), que é “caminho” ou “estrada”. Nessa categoria, é obrigatório o uso do termo “michi” dentro do haiku. Há uma categoria infantil (até ginasial) com tema livre. Para os residentes fora do Japão, o tema é 「希望」, que significa “Esperança”. Pode enviar até três poemas por autor.

Inscrição dos haiku: pode ser feita pelo site: https://www.shirakawa.jp/ssl/shirakawa/mailform.php?code=194

O regulamento completo está aqui: https://www.city.shirakawa.fukushima.jp/page/page007427.html

No ano passado, o concurso recebeu 114 poemas do exterior, principalmente do Brasil. E houve vários premiados. Para ter uma ideia dos haikus premiados: https://www.brasilnippou.com/2023/230110-22colonia.html

ago 272021
 

Segunda palestra da série “Ensino no Japão” aborda uma visão do ensino nas escolas estabelecidas no Japão, com o objetivo de dar uma educação brasileira para filhos de brasileiros que trabalham no Japão.

O público alvo são as pessoas que apreciam ou têm curiosidade sobre o Japão, e aqueles que pretendem visitar o país no futuro, seja como turista, a negócios, para trabalhar ou como estudante, para que tenham maior proveito da oportunidade à partir do conhecimento de sua história e cultura.

Palestrantes: Alexandre Funashima e Samuel Tachibana, ambos professores da Escola Alegria de Saber, com seis unidades no Japão. 

Data: 29/08/2021 – Das 9 às 10h30. 

Inscrições: Grátis, pelo Sympla. A transmissão será pelo Zoom.

Certificados: Haverá emissão de um certificado único, com carga horária, para as três palestras da série, somente para aqueles que assistirem as três palestras na transmissão on-line. O fato de se inscrever não dá direito ao certificado. Não haverá um certificado separado para cada palestra.

A iniciativa é da Abrademi (Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações) em conjunto com o departamento cultural da Associação Cultural e Assistencial Mie Kenjin do Brasil. Apoio institucional: Fundação Japão em São Paulo.

Para qualquer comunicação, utilize o endereço: abrademi@abrademi.com

As demais palestras da série “Ensino no Japão”:

1 – A História do Ensino no Japão – Foi dia 22/08/2021 – Com o professor Francisco Noriyuki Sato, jornalista e editor. Veja o vídeo no YouTube

3 – A Educação Atual no Japão – INSCREVA-SE – Dia 05/09/2021 – Com a professora Sandra Terumi Suenaga Kawabata, professora da Fundação Japão.

Canal Abrademi do YouTube – Vídeos das palestras anteriores da Abrademi estão disponíveis no Canal Abrademi do YouTube. Inscreva-se para receber atualizações.

jul 262021
 

Esta cédula com a estampa da Umeko Tsuda estará em circulação em 2024

Poucos japoneses tiveram uma experiência incrível como a Umeko Tsuda, educadora, que vai figurar na nota de 5.000 ienes a partir de 2024.

Nascida na capital Edo, em 31/12/1864, Umeko era a segunda filha de Sen Tsuda, cristão, agrônomo e fervoroso apoiador da ocidentalização do Japão.

Pelos contatos do pai, Umeko participou da famosa Missão Iwakura, com apenas 6 anos de idade, sendo a mais jovem participante. O grupo, liderado pelo Embaixador Tomomi Iwakura, chegou a São Francisco, nos Estados Unidos, em janeiro de 1872, cumprindo um extenso programa de visitas por alguns estados americanos e seguiu depois para a Europa, de onde retornaria para Yokohama em setembro de 1873. A japonesa mais jovem do grupo, entretanto, permaneceu na capital Washington, onde estudou até completar 18 anos de idade, em 1882. O objetivo dessa missão era, entre outras prioridades, levar ao Japão informações sobre o sistema de ensino no Ocidente.

Tsuda foi morar na casa do casal Adeline e Charles Lanman, que era secretário da Embaixada do Japão em Washington. O casal não tinha filhos, por isso, a pequena Umeko se tornou quase que uma filha. Sendo muito estudiosa, a menina ganhou vários prêmios de mérito nas escolas. Era ótima em matemática, aprendeu a escrever bem em inglês, estudou latim e também francês, e ainda tocava muito bem o piano. O casal Lanman era da Igreja Episcopal e, depois de um ano nos Estados Unidos, Umeko foi batizada cristã. Ela retornou ao Japão com 18 anos de idade.

Umeko Tsuna na formatura da Bryn Mawr College em 1890

Logo, Umeko foi contratada pelo político Hirobumi Ito, que seria depois primeiro-ministro, como tutora de seus filhos, e além disso, começou a lecionar na escola Gakushuin, reservada para filhos da nobreza. Em 1888, Umeko resolveu retornar aos Estados Unidos para prosseguir seus estudos. Se matriculou na Bryn Mawr College, da Filadélfia, onde se formou em Biologia e Educação (a atriz Katharine Hepburn foi da turma de 1928 dessa faculdade), e depois estudou na St. Hilda’s College. Ministrando inúmeras palestras sobre a educação das mulheres no Japão, Tsuda conseguiu levantar um fundo com a intenção de criar oportunidades como a que ela teve para outras jovens japonesas. Retornando ao país, utilizou o fundo conseguido para enviar 25 estudantes japonesas para estudar nos Estados Unidos. Tsuda foi lecionar em duas universidades, promoveu campanhas pela fundação de novas escolas, publicou artigos e ministrou palestras, e com a ajuda de amigos, fundou a Escola Feminina de Inglês, reconhecida pelo governo em 1903, e que se tornou a atual Tsuda University em 1948.

Umeko Tsuda trabalhou muito e isso pode ter prejudicado sua saúde. Ela sofreu um acidente vascular cerebral em 1919, quando tinha 54 anos, vindo a falecer dez anos depois na cidade de Kamakura, província de Kanagawa.

Outro educador no dinheiro do Japão

A cédula de 10.000 ienes, em circulação desde 2004, traz a estampa de Yukichi Fukuzawa, outro grande educador japonês do período Meiji. Isso mostra quanto o Japão dá valor à educação.

Se tiver interesse em saber mais, participe da série de palestras gratuitas (on-line) sobre o tema: Ensino no Japão:

22/08/2021 – “A História da Educação no Japão”, com o professor Francisco Noriyuki Sato, presidente da Abrademi, professor de História do Japão, e autor do livro História do Japão em Mangá.

29/08/2021 – “As Escolas Brasileiras no Japão”, com os professores Alexandre Funashima e Samuel Tachibana, da Escola Alegria de Saber, do Japão.

05/09/2021 – “A Educação Atual do Japão”, com a professora Sandra Terumi Suetsugu Kawabata, da Fundação Japão de São Paulo.

MAIORES INFORMAÇÕES SOBRE AS PALESTRAS

dez 292020
 

Hyakunin Isshu é uma antologia de poemas curtos “waka”, reunidos pelo poeta Fujiwara no Sadaie (ou Teika), que viveu de 1162 a 1241, e também é o nome de um jogo de baralho “Karuta”, muito popular no Japão. Trata-se de um jogo aparentemente intelectual, onde os participantes procuram entre as cartas o poema que está sendo lido. Atualmente, após o sucesso do mangá “Chihayafuru” de Yuki Suetsugu, depois transformado em animê e mais tarde em filmes para cinema (foto), são os jovens que mais praticam essa modalidade no Japão e no mundo. O jogo de Hyakunin Isshu exige muita velocidade e, por isso mesmo, um bom preparo físico dos participantes.

No Brasil também existem muitos praticantes, e o grupo Meguriai Karuta Kai, de São Paulo, resolveu fazer a cobertura da primeira partida ao vivo, com comentários em português. O evento é presencial e reúne os melhores do mundo e estará acontecendo no Templo Omi Jingu, na província de Shiga, que homenageia o Imperador Tenji (626 a 672). O Imperador Tenji é o autor do primeiro dos 100 poemas que compõem o jogo de Hyakunin Ishuu, e por isso, o Omi Jingu é considerado o santuário de Karuta. O local ficou famoso depois que foi cenário do filme “Chihayafuru”, mas o local sedia há muito mais tempo os tradicionais campeonatos de Karuta.

No dia 8 de janeiro de 2021 (sexta-feira), serão transmitidas pelo Youtube as partidas que decidem os melhores jogadores de karuta do mundo, em que os vencedores recebem o título de Queen e Meijin. As partidas acontecem no formato melhor de cinco (ganha quem vence três). Os membros do Meguriai realizarão a cobertura ao vivo da primeira partida, com chamada no Google Meets por volta das 21h30 (horário a confirmar) para explicar as regras do jogo e esclarecer dúvidas dos participantes. O evento tem previsão de terminar por volta das 23h30, será gratuito e aberto a todos.

A inscrição será realizada mediante preenchimento do formulário: https://forms.gle/HbCRdWxdoYTEwYRK8

Para quem quer entender um pouco mais sobre o jogo antes da transmissão, veja aqui os comentários escritos pelo grupo Meguriai sobre as partidas que definiram os competidores do Campeonato de Queen e Meijin. https://meguriaikai.wordpress.com/2020/11/16/a-partida-do-desafiante-2020-impressoes/

 

jul 072020
 

A cidade de Shirakawa, na província de Fukushima está realizando o concurso de Haiku (Haikai), que neste ano estará aceitando participantes do Brasil.

Considerada a porta de entrada de Oushu (região das atuais províncias de Fukushima, Miyagi, Iwate e Aomori), o posto de fiscalização de Shirakawa foi o local onde o famoso poeta Matsuo Basho passou em sua longa peregrinação descrita no livro “Oku no Hosomichi” (Trilhas Longínquas de Oku, no título do livro em português, na ótima tradução de Mieko Shimon).

Basho, que tinha 46 anos de idade, era considerado velho na época, e estava cansado de sua viagem, mas quando viu a beleza de Shirakawa, decidiu prosseguir a jornada, que durou 156 dias e completando quase 2.300 quilômetros percorridos por ele e seu assistente, a pé. No livro, Basho escreve um haiku para Shirakawa e registra o ato do poeta Fujiwara no Kiyosuke, que viveu 500 anos antes dele, que até teria colocado seu traje formal da corte em respeito à beleza do lugar.

2º Concurso de Haiku “Basho Barreira Shirakawa”

Prazo final: 31/08/2020 (atenção: horário do Japão. Do Brasil precisa ser enviado até o dia 30/8)

Os trabalhos precisam ser em idioma japonês. O tema para os japoneses é: “A Lenda de Minamoto no Yoshitsune” e “A Lenda de Minamoto no Yoshiie”. Para os estrangeiros, o tema é “Michinoku”, que é uma corruptela de “Michi no Oku”, ou fundo da estrada, enfim, um local distante. “Michinoku” era como essa região era conhecida no passado.

Inscrição dos haiku: pode ser feita pelo site: https://www.shirakawa.jp/ssl/shirakawa/mailform.php?code=100

Informações: http://www.city.shirakawa.fukushima.jp/data/doc/1592790052_doc_135_0.pdf