set 052021
 

Terceira e última palestra gratuita da série “Ensino no Japão”, aborda o sistema pedagógico atual do Japão, apresentando o funcionamento geral das escolas japonesas. Esta palestra, inicialmente agendada para o dia 05/9, por problemas técnicos do Sympla, foi transferida para o dia 12/9, das 9 às 10h30, on-line. 

O público alvo são as pessoas que apreciam ou têm curiosidade sobre o Japão, e aqueles que pretendem visitar o país no futuro, seja como turista, a negócios, para trabalhar ou como estudante, para que tenham maior proveito da oportunidade à partir do conhecimento de sua história e cultura.

Certificados: Haverá emissão de um certificado único, com carga horária, para as três palestras da série, somente para aqueles que assistirem as três palestras na transmissão on-line. O fato de se inscrever não dá direito ao certificado. Não haverá um certificado separado para cada palestra.

A iniciativa é da Abrademi (Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações) em conjunto com o departamento cultural da Associação Cultural e Assistencial Mie Kenjin do Brasil. Apoio institucional: Fundação Japão em São Paulo.

Para qualquer comunicação, utilize o endereço: abrademi@abrademi.com

As gravações das demais palestras da série “Ensino no Japão”:

1 – A História do Ensino no Japão – Dia 22/08/2021 – Com o professor Francisco Noriyuki Sato, jornalista e editor. https://youtu.be/0fjHkAe20g4

2 – As Escolas Brasileiras no Japão – Dia 29/08/2021 – Com os professores Alexandre Funashima e Samuel Tachibana, da Escola Alegria de Saber. https://youtu.be/V61tfflYfHg

Próxima palestra da Abrademi:

O Culto ao Barroco Romântico no Japão INSCREVA-SE – Dia 11/09/2021 – Com a profa. Cristiane A. Sato

ago 152021
 

Educação no JapãoA Abrademi e a Associação Cultural Mie programaram uma série de três palestras on-line abordando o tema “Ensino no Japão”. As inscrições (gratuitas) são realizadas pelo Sympla e a transmissão será pelo Zoom.

O público alvo são as pessoas que apreciam ou têm curiosidade sobre o Japão, e aqueles que pretendem visitar o país no futuro, seja como turista, a negócios, para trabalhar ou como estudante, para que tenham maior proveito da oportunidade a partir do conhecimento de sua história e cultura.

1 – A História do Ensino no Japão (22/08/2021 – 9 às 10h30): A primeira palestra da série “Ensino no Japão” aborda a história do ensino no Japão desde a chegada da escrita chinesa, passando pelo período de isolamento, a reabertura dos portos e a formação de escolas nos moldes ocidentais, a fase da Segunda Guerra Mundial e o ensino no período do pós-guerra.

Palestrante: Francisco Noriyuki Sato, formado em Jornalismo pela USP, foi assessor de comunicação da Cooperativa Agrícola de Cotia e da Jetro – Japan External Trade Organization, autor dos livros História do Japão em Mangá, Banzai – História da Imigração Japonesa no Brasil, entre outros, é presidente da Abrademi e editor do site culturajaponesa.com.br. Foi bolsista da JICA na Universidade de Kanazawa, em 2014, e ministrou palestras em universidades e museus do Japão em 2016 e 2019. Escreve artigos para revistas em português e japonês, edita livros e ministra o Curso de História do Japão desde 2017.

2 – As Escolas para Brasileiros no Japão (29/08/2021 – 9 às 10h30): Segunda palestra da série “Ensino no Japão” aborda uma visão do ensino nas escolas estabelecidas no Japão, com o objetivo de dar uma educação brasileira para filhos de brasileiros que trabalham no Japão.

Palestrantes: Alexandre Tetsuo Funashima, formado pela faculdade de Belas Artes de São Paulo em Artes Visuais, leciona Artes e História da Arte na grade curricular da EAS (Escola Alegria de Saber) no Japão, nas unidades de Hamamatsu (Shizuoka) e Toyohashi (Aichi) desde 2008. Atua também na área da ilustração Digital e ministra cursos de Desenho e Pintura Digital online e presencial; e Samuel Toshikasu Tachibana, bacharel e licenciado em Física em 2005 pelo Instituto de Física da USP. Em maio de 2006 iniciou a docência na Escola Alegria de Saber, nas unidades Toyohashi e Hamamatsu, Japão. Leciona física, química e ciências.

3 – A Educação Atual no Japão (12/09/2021 – 9 às 10h30): Terceira e última palestra da série “Ensino no Japão”, aborda o sistema pedagógico atual do Japão, apresentando o funcionamento geral das escolas japonesas. Inicialmente programada para o dia 05/9, por questões técnicas, foi transferida para o dia 12/9.

Palestrante: Sandra Terumi Suenaga Kawabata, com mestrado em Graduate School of Japanese Applied Linguistics pela Waseda University (2005).  É professora de idioma japonês na Fundação Japão em São Paulo.

Certificados: Haverá emissão de um certificado único, com carga horária, para as três palestras da série, somente para aqueles que assistirem as três palestras com transmissão on-line. Não basta estar inscrito para receber o certificado. Não haverá um certificado separado para cada palestra.

A iniciativa é da Abrademi (Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações) em conjunto com o departamento cultural da Associação Cultural e Assistencial Mie Kenjin do Brasil. Apoio institucional: Fundação Japão em São Paulo.

Para qualquer comunicação, utilize o endereço: abrademi@abrademi.com

ago 062021
 

Foto de Marine Perez/Miss Million

No mês de junho, a Times Higher Education, da Inglaterra, como faz desde 2004, revelou os dados do levantamento anual (2021) das universidades a nível mundial. A Universidade de Tóquio é a número 6 da Ásia e se mantém em 36º lugar no mundo. De suas salas saíram nove vencedores de Prêmio Nobel, 15 primeiros-ministros e cinco astronautas. Não é pouca coisa, mas em 2014 estava em 23º no mundo e era o número 1 da Ásia!

Há que considerar o grande investimento realizado pelas universidades da Ásia em geral, cujo desempenho superou a da tradicional universidade japonesa. Em 2015, cinco universidades japonesas estavam no ranking das 200 melhores, entretanto, em 2021, apenas a Kyoto University, em 54º do mundo, além da Tokyo, permanece na lista.

O ex-Primeiro Ministro Shinzo Abe desejava elevar 10 universidades japonesas à lista dos 100 melhores até 2020, e isso, obviamente, não foi atingido. Além da supremacia das universidades americanas e inglesas que permanecem no topo, as escolas da China, Hong Kong, Cingapura e Coreia do Sul estão avançando rapidamente.

As escolas japonesas têm contratado professores do exterior, para melhorar a qualidade do ensino, porém, esbarram na questão do custo. Professores americanos de primeira linha ganham em média 270 mil dólares por ano (levantamento de 2014), e eles preferem trabalhar num ambiente onde estejam outros professores estrangeiros do mesmo nível, para poder compartilhar pesquisas usando os dados mais recentes. Há também diferenças culturais quanto à hierarquia no Japão e a adaptação das famílias no País distante e onde poucos realmente falam inglês.

A pesquisa da Time Higher Education leva em conta vários fatores como número de professores estrangeiros, número de pesquisas publicadas, quantidade de citações, reputação, proporção de estudantes para professores, quantidade de doutores formados no período analisado, etc. Sendo assim, um trabalho publicado em inglês poderá ser visto e citado por todos os países do mundo, mas um trabalho no idioma japonês registrará pouca consulta, evidentemente, e isso será desvantajoso se considerar o sistema de pontuação da Times Higher.

O governo japonês está preocupado com o nível de suas universidades. Nós também.

A melhor universidade brasileira é a Universidade de São Paulo, que tem 5.383 professores, 97 mil alunos, mais de 13.300 funcionários e forma cerca de 2.300 doutores por ano (dado de 2014), produzindo em torno de 25% de tudo o que se produz na área acadêmica no Brasil. A USP é a melhor no Brasil, mas é a 235ª do mundo, e perde para a Pontifical Catholic University of Chile. Mesmo dentre os países do BRICS e países emergentes, a USP está em 13º lugar.

Obs. Na listagem internacional, a classificação não especifica a colocação das universidades que não ficaram entre as 200 melhores, deixando a USP no bloco das 201 a 250, porém, pela ordem geral, a USP deverá estar na 235ª colocação. A segunda melhor do Brasil, a Unicamp, está no bloco das 401 a 500, enquanto a terceira posição ficou para a Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal de São Paulo, Universidade Federal de Sergipe, e a PUC do Rio de Janeiro, todos no bloco de 601 a 800.

Confira você mesmo e saiba a metodologia empregada: Times Higher Education

Autor: Francisco Noriyuki Sato – jornalista, editor e professor de História do Japão.

Esta matéria foi publicada em 2014 e atualizada em 2021, Veja outros textos da série:

O sistema de ensino que forma um país desenvolvido – 1

O custo do ensino no Japão hoje – 2

O Japão no ranking das universidades do mundo – 3

Conhecendo uma escola colegial japonesa

Conhecendo uma outra escola colegial japonesa

Se tiver interesse em saber mais, participe da série de palestras gratuitas (on-line) sobre o tema: Ensino no Japão:

22/08/2021 – “A História da Educação no Japão”, com o professor Francisco Noriyuki Sato, presidente da Abrademi, professor de História do Japão, e autor do livro História do Japão em Mangá.

29/08/2021 – “As Escolas Brasileiras no Japão”, com os professores Alexandre Funashima e Samuel Tachibana, da Escola Alegria de Saber, do Japão.

05/09/2021 – “A Educação Atual do Japão”, com a professora Sandra Terumi Suetsugu Kawabata, da Fundação Japão de São Paulo.

MAIORES INFORMAÇÕES SOBRE AS PALESTRAS

jul 262021
 

Esta cédula com a estampa da Umeko Tsuda estará em circulação em 2024

Poucos japoneses tiveram uma experiência incrível como a Umeko Tsuda, educadora, que vai figurar na nota de 5.000 ienes a partir de 2024.

Nascida na capital Edo, em 31/12/1864, Umeko era a segunda filha de Sen Tsuda, cristão, agrônomo e fervoroso apoiador da ocidentalização do Japão.

Pelos contatos do pai, Umeko participou da famosa Missão Iwakura, com apenas 6 anos de idade, sendo a mais jovem participante. O grupo, liderado pelo Embaixador Tomomi Iwakura, chegou a São Francisco, nos Estados Unidos, em janeiro de 1872, cumprindo um extenso programa de visitas por alguns estados americanos e seguiu depois para a Europa, de onde retornaria para Yokohama em setembro de 1873. A japonesa mais jovem do grupo, entretanto, permaneceu na capital Washington, onde estudou até completar 18 anos de idade, em 1882. O objetivo dessa missão era, entre outras prioridades, levar ao Japão informações sobre o sistema de ensino no Ocidente.

Tsuda foi morar na casa do casal Adeline e Charles Lanman, que era secretário da Embaixada do Japão em Washington. O casal não tinha filhos, por isso, a pequena Umeko se tornou quase que uma filha. Sendo muito estudiosa, a menina ganhou vários prêmios de mérito nas escolas. Era ótima em matemática, aprendeu a escrever bem em inglês, estudou latim e também francês, e ainda tocava muito bem o piano. O casal Lanman era da Igreja Episcopal e, depois de um ano nos Estados Unidos, Umeko foi batizada cristã. Ela retornou ao Japão com 18 anos de idade.

Umeko Tsuna na formatura da Bryn Mawr College em 1890

Logo, Umeko foi contratada pelo político Hirobumi Ito, que seria depois primeiro-ministro, como tutora de seus filhos, e além disso, começou a lecionar na escola Gakushuin, reservada para filhos da nobreza. Em 1888, Umeko resolveu retornar aos Estados Unidos para prosseguir seus estudos. Se matriculou na Bryn Mawr College, da Filadélfia, onde se formou em Biologia e Educação (a atriz Katharine Hepburn foi da turma de 1928 dessa faculdade), e depois estudou na St. Hilda’s College. Ministrando inúmeras palestras sobre a educação das mulheres no Japão, Tsuda conseguiu levantar um fundo com a intenção de criar oportunidades como a que ela teve para outras jovens japonesas. Retornando ao país, utilizou o fundo conseguido para enviar 25 estudantes japonesas para estudar nos Estados Unidos. Tsuda foi lecionar em duas universidades, promoveu campanhas pela fundação de novas escolas, publicou artigos e ministrou palestras, e com a ajuda de amigos, fundou a Escola Feminina de Inglês, reconhecida pelo governo em 1903, e que se tornou a atual Tsuda University em 1948.

Umeko Tsuda trabalhou muito e isso pode ter prejudicado sua saúde. Ela sofreu um acidente vascular cerebral em 1919, quando tinha 54 anos, vindo a falecer dez anos depois na cidade de Kamakura, província de Kanagawa.

Outro educador no dinheiro do Japão

A cédula de 10.000 ienes, em circulação desde 2004, traz a estampa de Yukichi Fukuzawa, outro grande educador japonês do período Meiji. Isso mostra quanto o Japão dá valor à educação.

Se tiver interesse em saber mais, participe da série de palestras gratuitas (on-line) sobre o tema: Ensino no Japão:

22/08/2021 – “A História da Educação no Japão”, com o professor Francisco Noriyuki Sato, presidente da Abrademi, professor de História do Japão, e autor do livro História do Japão em Mangá.

29/08/2021 – “As Escolas Brasileiras no Japão”, com os professores Alexandre Funashima e Samuel Tachibana, da Escola Alegria de Saber, do Japão.

05/09/2021 – “A Educação Atual do Japão”, com a professora Sandra Terumi Suetsugu Kawabata, da Fundação Japão de São Paulo.

MAIORES INFORMAÇÕES SOBRE AS PALESTRAS

jan 252019
 

Uma sala de aula somente com estudantes estrangeiros na Universidade de Kanazawa © NSP Editora

Boas e disputadas universidades. Mas isso não é mais garantia de um bom emprego.

Apesar de toda essa pressão sobre o aluno, o nível geral das universidades japonesas está caindo na média internacional. O levantamento “World University Rankings” lista as 980 melhores universidades do mundo. Até 2014, a Universidade de Tóquio se manteve em 23º lugar, sendo considerada a melhor da Ásia. Em 2016, a mesma universidade despencou para a 39ª colocação, sendo superada pela Universidade Nacional de Cingapura e duas chinesas.

Outras universidades japonesas aparecem em posições inferiores e, mesmo assim, estão bem. Basta comparar com a Universidade de São Paulo, que com mais de 80 mil estudantes, é a melhor posicionada na América Latina. A USP está entre a colocação 251 e 300, na lista liderada pela inglesa Oxford.

No país onde o ensino é levado a sério, críticos afirmam que, apesar dos rigorosos exames para se entrar numa universidade japonesa, depois de aprovados os alunos se sentem no paraíso. Ou seja, falta um exame rigoroso para diplomar os universitários e por isso, estudando ou não, todos serão aprovados. Mais uma vez, na área de exatas, onde há experiências em laboratório e atividades experimentais, os alunos tendem a se esforçar mais. Os universitários japoneses, embora sejam os campeões em matemática e ciências exatas, não apresentam bons resultados nas áreas de humanas e linguística, se comparados com os de outros países desenvolvidos. Além disso, estudiosos do exterior afirmam que o sistema de ensino japonês não desenvolve o espírito crítico dos estudantes. Talvez isso nem fosse necessário numa época de economia estável.

Sem uniforme e com horários mais flexíveis, as universidades parecem ideais para incentivar a criatividade. Entretanto, as aulas costumam ser expositivas © NSP Editora

Até o final da bolha econômica, por volta do final dos anos 90, todos os universitários tinham certeza de conseguir emprego. As grandes empresas contratavam os alunos das melhores universidades antes mesmo de se formarem. Não importava a área de formação. A partir do momento em que eram contratados, recebiam treinamento e ocupavam uma função, faziam carreira e ficavam na mesma empresa até se aposentarem. Hoje tudo mudou, muitos com formação superior não chegam a ter o primeiro emprego, e assim, sobrevivem às custas de trabalhos temporários, que são relativamente bem remunerados.

Embora todos os japoneses continuem investindo alto na educação formal de seus filhos, o resultado final não tem sido animador para os recém-formados.

Por outro lado, na última década, as universidades japonesas têm investido em trazer alunos estrangeiros para suas salas. Fenômeno da globalização? Na verdade não. É que a população japonesa vem diminuindo num ritmo acelerado e isso reflete também no número de alunos matriculados. As vagas que sobram são preenchidas pelos estrangeiros. Como existe a barreira do idioma, as universidades aceitam alunos com domínio do inglês e com um nível razoável de comunicação em japonês. Há aulas intensivas de japonês especialmente para esses alunos poderem acompanhar as aulas.

Felizmente, o Japão tem sido atraente para muitos estudantes estrangeiros. Hoje, em certas universidades, 20% dos alunos não são japoneses.

Autor: Francisco Noriyuki Sato

Leia os textos anteriores:
O sistema de ensino que forma um país desenvolvido – 1
O custo do ensino no Japão hoje – 2

Conhecendo uma escola colegial japonesa
Conhecendo uma outra escola colegial japonesa