fev 272021
 

Jiro Kawarazaki foi a estrela do filme “Gaijin – Caminhos da Liberdade”, da estreante diretora Tizuka Yamasaki, de 1980. O filme conta a história da imigração japonesa à partir da chegada de uma família numa fazenda de café no interior de São Paulo. Jiro e Kyoko Tsukamoto representam Yamada e Titoe, que formam o casal principal do enredo.

Jiro faleceu em julho de 2020, vítima de uma parada cardíaca. Tinha 79 anos de idade. A família não divulgou o fato, e a mídia só tomou conhecimento um mês depois, mas deu poucas linhas à respeito desse ator.

No currículo de Jiro constam 19 filmes longa-metragens feitos no Japão, entre 1961 e 1992. Num filme de 1974, “Wagamichi”, de Kaneto Shindo, Jiro tem um papel secundário, mas é um filme interessante porque trata de problemas das famílias de decasséguis da região do Tohoku, sobre uma história real de 1966. Jiro teve uma carreira mais longa e respeitável na TV, atuando em vários episódios da série de samurai “Mitokoumon” da TBS e em muitos outros, de vários estilos. Jiro também atuou nos palcos onde trabalhou em várias peças. O pai de Jiro era um famoso ator de Kabuki em Tóquio, já na quarta geração de atores dessa modalidade, e seus dois irmãos, duas irmãs e uma prima também seguiram a carreira de artística.

Comentário pessoal:

Lembro do Jiro Kawarazaki quando tinha acabado de chegar do Japão e estava num hotel de Atibaia, cidade onde seriam realizadas as primeiras tomadas com os atores japoneses. Jiro, Kyoko e Yuriko Oguri foram contratados pela Tizuka, e dentre eles, Jiro era o mais famoso naquela época. Mas era bastante humilde.

Na época, eu trabalhava e estudava à noite, e não tinha tempo, mas queria praticar o idioma japonês. Daí eu me oferecia ao Sanenari Oshiro, que era redator do jornal São Paulo Shimbun, para ir entrevistar artistas japoneses nos finais de semana. Nem sempre os artistas eram profissionais. Na maioria das vezes eram grupos de estudantes que vinham por intercâmbio e traziam alguma coisa para apresentar. Claro, o trabalho era voluntário e mesmo as despesas de transporte não eram reembolsadas. Não havia nenhuma espécie de apoio. Eu recebia um número de telefone e um nome, e depois eu ia atrás. Nesse caso, eu procurei o contato da Tizuka, a diretora do filme, liguei, marquei e fui no escritório dela. Os atores ainda não tinham chegado, mas fiquei sabendo que chegariam e fariam a primeira tomada naquele final de semana. Peguei o ônibus e fui para Atibaia. No hotel, a Tizuka disse que o intérprete não estava, e que iria chamar os japoneses.

Assim fiquei conhecendo o trio de atores, todos muito simpáticos, apesar de cansados da viagem. Naquele dia, como não ia ter filmagem, eu os levei até a praça de Atibaia onde estava tendo uma feira de artesanato. E lá comprei um pacotinho de coquinho doce. O Jiro gostou tanto daquilo, que voltou sozinho e comprou um monte deles.

Voltei a Atibaia novamente, num outro final de semana. Os atores já tinham feito várias cenas e estavam todos bastante integrados com o ambiente. Antonio Fagundes, Gianfrancesco Guarnieri, Ken Kaneko e José Dumont faziam parte do elenco e, por sorte, todos estavam lá. Conversei bastante com o José Dumont e com o Jiro Kawarazaki. Foi a última vez que o vi.

“Gaijin” foi o melhor filme do Festival de Cinema de Gramado de 1980. José Dumont recebeu o prêmio de melhor ator coadjuvante. Quem não assistiu deveria assistir.

Francisco Noriyuki Sato

fev 212021
 

O público alvo são as pessoas que apreciam ou têm curiosidade sobre o Japão, e aqueles que pretendem visitar o país no futuro, seja como turista, a negócios, para trabalhar ou como estudante, para que tenham maior proveito da oportunidade à partir do conhecimento de sua história.

A iniciativa é da Abrademi (Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações) em conjunto com o departamento cultural da Associação Cultural e Assistencial Mie Kenjin do Brasil. O objetivo é facilitar a compreensão da cultura japonesa através de explicações sobre o passado e o presente do Japão. Este curso segue o currículo do curso de história para universitários estrangeiros no Japão, e contém as atualizações mais recentes da reforma de ensino japonês.

O curso será realizado on-line. Fizemos um vídeo completo com depoimentos dos alunos explicando como é a aula:
Vídeo completo com depoimentos de alunos 8’55

As aulas que fazem parte do curso são as seguintes:
Programação (domingos – 9h às 10h30) – Local: On-Line
– 21 fev   – Aula 01 – Ocupação do arquipélago. Períodos Jomon, Yayoi e Kofun
– 28 fev   – Aula 02 – Períodos Asuka e Nara – A família imperial
– 07 mar – Aula 03 – Período Heian
– 14 mar – Aula 04 – Período Kamakura – A origem dos samurais
– 21 mar – Aula 05 – Período Muromachi
– 28 mar – Aula 06 – Período Sengoku – guerra civil e chegada dos portugueses
– 11 abr  – Aula 07 – Período Edo – isolamento do Japão
– 18 abr  – Aula 08 – Período Edo – fortalecimento de uma cultura própria
– 25 abr  – Aula 09 – Período Edo final – abertura dos portos
– 02 mai – Aula 10 – Período Edo Final – turbulência na queda de Tokugawa
– 09 mai – Aula 11 – Período Meiji – governo em torno do Imperador
– 16 mai – Aula 12 – Período Meiji – modernização e reformas
– 23 mai – Aula 13 – Período Taisho
– 30 mai – Aula 14 – Período Showa antes da Segunda Guerra
– 06 jun  – Aula 15 – Segunda Guerra Mundial
– 13 jun  – Aula 16 – Perído Showa final – reconstrução e crescimento
– 20 jun  – Aula 17 – Era Heisei
– 27 jun  – Aula 18 – Era Reiwa e atualidades
– 04 jul   – Aula 19 – História de Okinawa – Enquanto era o reino de Ryukyu
– 11 jul   – Aula 20 – História de Okinawa – Após se tornar uma província japonesa até hoje

A taxa para participar de cada aula é de R$ 25,00 + R$ 2,50 (taxa do Sympla). Esta inscrição é somente para a aula 02. Será necessário fazer uma inscrição para cada aula e para cada aula há uma apostila e um certificado. Poderá ser paga com cartão de crédito.

Esse curso, com algumas diferenças na distribuição do conteúdo, foi realizado em 2017 na Associação Cultural Mie para mais de 200 alunos em todas as aulas. Foi repetido em 2018 e 2019 alcançando também grande sucesso e sofreu algumas atualizações em 2020. Agora, por causa da pandemia, o curso está no formato on-line e são aulas mais curtas e o dobro da quantidade de aulas.

As aulas serão transmitidas utilizando-se o Zoom. Os alunos precisam instalar o Zoom no equipamento que vai utilizar para assistir as aulas (https://zoom.us/) , tanto no desktop, notebook, tablet ou celular. O aluno inscrito receberá um tutorial de como fazer o acesso pelo ingresso do Sympla. A aula terá o mesmo conteúdo da aula presencial e o professor responderá as perguntas dos alunos ao final de cada aula. Todos os inscritos poderão assistir a aula depois, pois receberão o link para acessar o vídeo da aula pelo YouTube.

Os professores são:
– Cristiane A. Sato, formada em Direito pela USP, autora do livro JAPOP – O Poder da Cultura Pop Japonesa e presidente da Associação Brasileira de J-Fashion, palestrante em universidades, entidades, embaixada e consulado geral do Japão, foi bolsista da JICA em 2016, na Universidade de Kanazawa.
– Francisco Noriyuki Sato, formado em Jornalismo pela USP, autor dos livros História do Japão em Mangá, Banzai – História da Imigração Japonesa no Brasil, entre outros, e é presidente da Abrademi e editor do site culturajaponesa.com.br. Foi também bolsista da JICA, em 2014, e ministrou palestras em universidades e museus do Japão em 2016 e 2019.

Para qualquer comunicação, utilize o endereço: abrademi@abrademi.com

fev 162021
 

Saiu a lista dos cursos oferecidos para a comunidade nikkei da JICA – Agência de Cooperação Internacional do Japão, para serem usufruídos entre outubro de 2021 e março de 2022. As inscrições, que vão até 1º de Abril de 2021, devido à pandemia, são recebidas por e-mail ou pelo correio. Depois do recebimento da documentação, a JICA fará uma análise para ver se o candidato preenche os requisitos, e estando de acordo, o candidato é chamado para uma entrevista, que acontecerá no período entre 22 a 30 de Abril de 2021. Essa entrevista poderá ser por videoconferência, também por causa da pandemia.

São vários cursos realizados na própria JICA em Yokohama e em outras universidades e instituições no Japão. Há cursos individuais e para grupos, e enquanto alguns são curtos (menos de 30 dias), outros são longos.

As novidades deste ano são a inclusão do curso “Hospitalidade Japonesa – Omotenashi”, realizado em 20 dias, oferecendo 10 vagas, e de “Educação de Herança Cultural Usando Tecnologia da Informação”, com duração de um mês e com seis vagas. São muitos os cursos e vale a pena dar uma olhada porque a lista vem sofrendo mudança nos últimos anos.

Como no ano passado houve dificuldades nas viagens internacionais por causa da Covid-19, os candidatos do ano passado foram remanejados para este ano, e por isso, alguns cursos não têm mais vagas e não estão na lista deste ano. Portanto, todas as vagas que estão na lista são as efetivamente disponíveis para esse período.

Confira os requisitos e a lista de cursos 2021/2022 https://www.jica.go.jp/brazil/portuguese/office/activities/nikkeis01_01_01.html