jun 302016
 

Tokyo_Olympics_1964_Web_4751Desde que o Japão sediou pela primeira vez os Jogos Olímpicos, em 1964, o país  está prestes a viver um novo marco em sua história. Em 2020, será a sede dos Jogos Olímpicos pela segunda vez.

Para celebrar esta trajetória, relembrar grandes artistas em atuação na década de 60, e comemorar a próxima edição no país, que acontecerá em 2020, a Fundação Japão promove três eventos muito especiais.

A Emergência do Contemporâneo: a Vanguarda no Japão, 1950 – 1970

Inédita no país, a exposição de arte de vanguarda japonesa traz 70 obras produzidas ao longo de 20 anos por artistas como Kazuo Shiraga, Sadamasa Motonaga, Atsuko Tanaka, Genpei Akasegawa, Jiro Takamatsu, Natsuyuki Nakanishi, Arata Isozaki, Yoko Ono, Yutaka Matsuzawa e Kishio Suga. É interessante porque o Japão produziu vários movimentos artísticos na década de 50, dando espaço para artistas como Atsuko Tanaka, cujos trabalhos podem ser vistos no Ashiya Art Museum, em Hyogo.

De 14 de julho a 28 de agosto, no Paço Imperial do Rio de Janeiro, obras do pós-guerra ao auge da economia japonesa estarão expostas baseadas em temas como “Política da Abstração”, “Intervenção Urbana” e “Arte e Engajamento Social”. Algumas delas, inclusive, foram exclusivamente produzidas para esta exposição.

Mostra de Cinema Japonês – Especial Ko Nakahira

Pela primeira vez no Brasil, a mostra de longas-metragens de Ko Nakahira estará em cartaz de 27 de julho a 1 de agosto, no Centro Cultural Banco do Brasil. Um dos principais cineastas atuantes no período dos Jogos Olímpicos de 1964, destaca-se pelo andamento dinâmico e técnicas cinematográficas diversas. Na mostra, oito obras apresentarão o variado universo de Nakahira, incluindo temática juvenil, ação, comédia, suspense e filme de arte.

Concerto POP: Olha pro Céu – Look at the Sky

Dias 29 e 30 de julho, no VIVO Rio, a produção conjunta Brasil-Japão traz uma apresentação de união dos dois países, com a participação de grandes nomes da música japonesa e brasileira. O ponto alto será a apresentação de SUKIYAKI – ue wo muite arukou”, a canção japonesa que conquistou o mundo em 1964. Este momento reunirá, no palco, os artistas japoneses e brasileiros cantando em japonês, inglês e português. Participam do show Vanessa da Mata, Tokyo Ska Paradise Orchestra e Marcia, além do convidado especial Emicida.

Exposição:  A Emergência do Contemporâneo: a Vanguarda no Japão, 1950 – 1970

De 14 de julho a 28 de agosto de 2016

Paço Imperial – Praça Quinze de Novembro, 48 – Centro – Entrada Franca

Realização: Fundação Japão | Paço Imperial | IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional | Ministério da Cultura. Apoio especial: Ishibashi Foundation. Apoio: Lufthansa Cargo AG | Amigos do Paço | Consulado Geral do Japão no Rio de Janeiro | Prefeitura do Rio de Janeiro

Cinema – Mostra de Cinema Japonês – Especial Ko Nakahira

De 27 de julho a 1 de agosto de 2016

Entrada franca (retirada de ingressos 1 hora antes de cada sessão. Limite de 2 ingressos por pessoa.)

Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro de Março, 66 – Centro

Realização: Fundação Japão. Apoio: Centro Cultural Banco do Brasil | Consulado Geral do Japão no Rio de Janeiro | Prefeitura do Rio de Janeiro | Ministério da Cultura

Música – Concerto POP: Olha pro Céu – Look at the Sky

29 e 30 de julho de 2016, às 20h30 (abertura da casa para o público às 19:30)

Ingressos à venda: www.vivorio.com.br ou na bilheteria do Vivo Rio

Vivo Rio – Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo

Realização: Fundação Japão, Produção: Sony Music do Brasil. Apoio : Consulado Geral do Japão no Rio de Janeiro |Prefeitura do Rio de Janeiro

mar 272013
 

Treze milhões de cópias vendidas. “Ue o muite arukou” ou “Sukiyaki” tornou o cantor Kyu Sakamoto no japonês mais conhecido do mundo, em 1963.

Ouça a música original gravada por Kyu Sakamoto:

Aqui a versão da mesma música gravada em português pelo grupo carioca Trio Esperança:

Nascido em 1941, na província de Kanagawa, a infância de Sakamoto nao foi muito fácil. Era o período do pós-guerra, seu pai enfrentava dificuldades financeiras e bebia, e seus pais acabaram se separando quando ele tinha 14 anos. Tinham ao todo nove filhos, e os filhos menores, como o jovem Kyu, ficaram com a mãe, adotando o sobrenome dela. Assim, o nome real do cantor era Hiroshi Oshima (大島 九). O nome “Hiroshi” utilizava o kanji que mais comumente se lê como “kyu”, ou nove, como referência de ser o nono filho. Assim, o nome artístico ficou Kyu Sakamoto, usando o sobrenome do pai.

Kyu tocava trumpete na banda da escola, e aos 16 anos já era vocalista do grupo “The Drifters”, mas logo se desentendeu com os integrantes, passando a fazer parte do “Danny Iida and Paradise King”, que conseguiu gravar o primeiro disco em 1959, com Kyu no vocal, e alcançou um grande sucesso. Kyu foi convidado a gravar sozinho e estreou com a música “Ue o muite arukou”. Sucesso imediato. A sorte maior veio quando o inglês Louis Benjamin, proprietário da Pye Records, ouviu a música em sua visita ao Japão, em 1963. Depois de constatar a dificuldade que os britânicos teriam para pronunciar o nome da música, resolveu alterá-la para “Sukiyaki”, simplesmente porque era fácil de falar e era japonês. Primeiro, ele lançou a versão instrumental da música, que foi gravada por Kenny Ball and his Jazzmen. Depois do sucesso dessa versão, foi a vez de lançá-la na voz de Kyu Sakamoto, que alcançou o sexto lugar nas paradas inglesas. A música foi lançada nos EUA, no mesmo ano, pela Capitol Records e alcançou o primeiro lugar na Billboard Hot 100 Number One Single, permanecendo no posto por três semanas.

Com o sucesso, o cantor pôde se apresentar em vários países, e várias versões continuam sendo gravadas no mundo inteiro. Até hoje, Sukiyaki foi a única música japonesa a liderar o ranking da Billboard americana.

Em 1968, Kyu Sakamoto e Hachidai Nakamura participaram do 3º Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro. Naquele ano, a música “Sabiá”, de Tom Jobim e Chico Buarque, foi a vitoriosa, na voz de Cynara e Cybele, mas foi um festival tumultuado, feito em várias etapas, com protestos e vaias, em plena época da censura militar. As músicas de protesto ao regime fizeram sucesso, como foi o caso de “Pra não dizer que não falei das flores”, que Geraldo Vandré lançou naquele evento, e o japonês campeão de vendas nem foi notado. Ele não cantou “Sukiyaki”.

Kyu Sakamoto faleceu em agosto de 1985, na queda do Boeing 747 Jumbo, da JAL, quando ia de Tóquio a Osaka.