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ESCOLHIDO provaÉ a primeira vez que as principais manifestações folclóricas japonesas são reunidas num só evento. O 1º Festival MIN será realizado no dia 11 de outubro de 2014, na Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social (Bunkyo). No evento, jovens de diversas regiões do Estado de São Paulo divulgarão a música folclórica japonesa por meio de danças folclóricas e canto acompanhado de instrumentos tradicionais, como o Shamisen, Shakuhachi, Koto, Sanshin e Taiko.

O evento permitirá, conhecer os traços marcantes de ritmos musicais, hábitos e tradições de diversas regiões. Representando a província de Okinawa, haverá participações especiais dos grupos Ryukyu Minyo Hozon Kai e Saito Satoru Ryubu Dojo.

Workshop – Após o Festival, será realizado um workshop de Shamisen, Shakuhachi e Minyo. O workshop é indicado para pessoas acima de 8 anos e não requer nenhum conhecimento prévio.

Destaques do programa

A programação inclui apresentações tradicionais de diferentes províncias japonesas. Soran Bushi, por exemplo, é uma das músicas mais famosas e tradicionais do Minyo, proveniente de Hokkaido, cantada pelos pescadores da região norte do Japão. Esashi Oiwake, também da mesma província é considerada uma das músicas mais difíceis, chamada popularmente de “O rei do Minyo”. De Kumamoto, vem Otemoyan, dança típica que ainda hoje pode ser apreciada nas ruas da cidade, durante o verão. Enquanto cantam, os artistas utilizam o dialeto de Kumamoto, sempre carregadas com o sotaque local.

Ainda no 1º Festival MIN, a famosa dança de chapéus giratórios, Hanagasa Ondo, de Yamagata, originária da nivelação da terra para um projeto de agricultura em 1918. Os chapéus, utilizados como proteção do Sol e das chuvas, retratam o trabalho braçal. Hatoma Bushi, de Okinawa, destaca agilidade e leveza, com base no karatê, luta típica do reino de Ryukyu. O evento traz também apresentações provenientes de Aomori, Akita, Miyazaki, Tottori, Toyama e Miyagi.

Minyo – a Música Folclórica Japonesa

A música folclórica japonesa traz como tema principal a transmissão do ritmo da vida e sentimentos do cotidiano do povo, o trabalho dos agricultores e pescadores, celebrações e até mesmo as histórias dos itinerantes. Em suas canções, os trabalhadores encontravam a força e perseverança para suas árduas jornadas, enaltecendo as glórias alcançadas e expressando as dores cotidianas, sendo um retrato fiel do sentimento e da alma do povo japonês. Veja e ouça um exemplo de Minyo no nosso post sobre o vulcão Monte Ontake!

Festival MIN – a nova geração da música folclórica japonesa (200 lugares)
Data: 11 de outubro de 2014 (sábado) – Início: 17h
Local: Pequeno Auditório – Bunkyo (do corredor que vai para o estacionamento, pegue o elevador e desça no 3º andar), Rua São Joaquim, 381 – Liberdade – metrô São Joaquim, São Paulo/SP. Estacionamento pago File Park entrando no prédio pela Rua Galvão Bueno.
Classificação: Livre – Ingressos: R$ 10,00 (antecipado) e R$ 15,00 (no dia)
Informações: (11) 99426-5123 (Alexandre Yamasaki)

Workshop de shamisen, shakuhachi, koto e minyo (200 lugares)
Data: 11 de outubro de 2014 (sábado) – Horário: 19h
Local: Pequeno Auditório – Bunkyo (do corredor que vai para o estacionamento, pegue o elevador e desça no 3º andar), Rua São Joaquim, 381 – Liberdade – metrô São Joaquim, São Paulo/SP. Estacionamento pago File Park entrando no prédio pela Rua Galvão Bueno.
Classificação: 8 anos – Ingressos: R$ 10,00
Informações: (11) 99426-5123 (Alexandre Yamasaki)

out 022014
 
recepcaopeixesvoadores

Calorosa recepção aos “peixes voadores” em Lins, 1949

Poucas pessoas se lembram, infelizmente, dos “Peixes Voadores” que visitaram o Brasil. Foi em 1949, e os quatro japoneses vieram após se apresentarem nos Estados Unidos e terem vencido quase todas as provas contra os competidores americanos, uma façanha para a época, e à frente do grupo estava Hironoshin Furuhashi, nascido em 1928. Como Furuhashi treinava no Tobiuo Swimming Club de Tóquio, e “tobiuo” significa “peixe-voador”, os americanos batizaram os nadadores japoneses de”Flying Fish”.

Terminada a guerra, atletas de ponta do Japão, de diversas modalidades, não conseguiam verba em seu país para as despesas de viagem para competições oficiais. Por isso, programavam exibições fora do país, levantavam alguma verba e mostravam que o Japão estava se reerguendo e que tinha atletas de nível internacional. A coletividade nipo-brasileira participou de diversos casos semelhantes, fazendo campanhas e arrecadando doações para esses atletas. No caso dos “Peixes Voadores”, sabe-se que ficaram dois meses na América do Sul, passando por São Paulo, Lins, Rio de Janeiro e outras cidades.

Hironoshin Furuhashi bateu seis recordes mundiais em 1948 e 1949, mas não pôde disputar os Jogos Olímpicos em 1948, pois o Japão, penalizado como culpado pela Segunda Guerra, teve que ficar de fora. Nos jogos de Helsinque, de 1952, infelizmente, Furuhashi competiu, mas não estava em plena forma.

Os “Peixes Voadores” trouxeram uma nova luz à sofrida coletividade nipo-brasileira. Se apresentando no Estádio do Pacaembu, foi a primeira vez que a bandeira japonesa era hasteada oficialmente após a guerra. Os ídolos japoneses foram aclamados em todos os lugares que se apresentaram. Na cidade de Lins, passearam em carro aberto e foram recebidos com aplausos e bandeiras japonesas. Outra consequência dessa visita dos nadadores foi a ascensão do nissei Tetsuo Okamoto na modalidade.

O garoto franzino, que tratava de bronquite, treinava no Yara Esporte Clube de Marília. O pai de Tetsuo era sitiante na cidade vizinha de Vera Cruz e não tinha condições de manter seu filho treinando num clube de elite. Mas o garoto era bom e seu talento foi reconhecido pelos dirigentes do clube. Aos 15 começou a treinar no Yara, e aos 17 pôde acompanhar os “peixes voadores” em sua viagem pelo Brasil. Foi a sorte. Ouviu dos japoneses a preciosa dica que mudou a vida do nadador. Eles recomendaram que Tetsuo treinasse nadando 10 km todos os dias, enquanto o técnico do Yara exigia apenas 1 ou 1,5 km, pois tinha receio de forçar a capacidade dos garotos. Tetsuo era um dos mais frágeis, tanto é que seu apelido era “Tachinha”, por ter um corpo fino e a cabeça muito grande.

Pódio em Helsinque, 1952: Hashizume, Konno e Okamoto. Três países diferentes, mas todos com cara de japonês.

Pódio em Helsinque, 1952: Hashizume, Konno e Okamoto. Três países diferentes, mas todos com cara de japonês.

Treinando com afinco, Tetsuo Okamoto brilhou nos Jogos Pan-americanos de 1951 em Buenos Aires. Ele venceu nos 400 m e nos 1.500 m, sendo este um recorde sul-americano. Voltando a Marília, ele foi recebido como herói, com palanque montado na praça da cidade. No ano seguinte, 1952, viria o confronto com os seus mestres japoneses, nos Jogos Olímpicos de Helsinque, na Finlândia. Dos quatro “peixes voadores”, três estavam representando o Japão. Aqui, uma grande surpresa nos 1.500 m livre. Ford Konno, um nikkei americano chegou na frente, superando o “peixe voador” Shiro Hashizume que ficou com a medalha prata, enquanto o nikkei brasileiro, Tetsuo Okamoto, conseguiu a medalha de bronze, inédita para o Brasil. Tetsuo havia superado dois de seus mestres “peixes voadores”.

Hoje, dia 2 de outubro, completam exatamente sete anos do falecimento de Tetsuo Okamoto, que tinha 75 anos de idade. Depois da gloriosa conquista, Tetsuo foi estudar nos Estados Unidos, onde continuou competido como representante da universidade. De volta ao Brasil, empreendeu como fazendeiro de café e na empresa de prospecção de poços artesianos.

Quanto a Hironoshin Furuhashi, foi presidente do Comitê Olímpico do Japão por dez anos, até 1999, e trabalhou muito para que o país sediasse os Jogos Olímpicos novamente (os anteriores foram em 1964), o que irá ocorrer em 2020. Furuhashi faleceu em 2009, num hotel em Roma, onde acompanhava o campeonato mundial de natação.

Veja: entrevista exclusiva com Tetsuo Okamoto

O jovem Affonso Penna em 1949

O jovem Affonso Penna em 1949

Affonso Penna-jornal dos sportsSobre a passagem dos “peixes voadores”, lembra o engenheiro Affonso Augusto Moreira Penna, bisneto e homônimo do presidente da República na época da chegada do Kasato Maru (1908): “Eu nadava, como atleta de competição, pelo Fluminense F.C. Estávamos em abril de 1949 e eu tinha 14 anos de idade. O Fluminense recebeu a honrosa visita dos “peixes voadores” japoneses, que já tinham brilhado nos Estados Unidos. Vieram ao Brasil: Hamaguchi, Murayama, Furuhashi e Hashizume. O nosso técnico Hélio Lobo colocou-nos sentados, sobre a borda da piscina, para observar o treinamento dos “peixes voadores” e como eles faziam a “puxada” da água. Após observá-los baixei meu tempo, nos 100 m “crawl”, em mais de 1 seg”.

No “jornal dos Sports” do Rio de Janeiro de 09/04/1949, constam os resultados da competição criada para a visita dos “peixes voadores”:
 – na 5ª prova – Regional (carioca) – Aspirantes (última categoria infanto-juvenil) – revezamento 3×50 m (3 nados – costas, peito clásico e “crawl”) – a equipe do Fluminense do “crawl”, formada por Affonso Penna e seus colegas, triunfou sobre as do Tijuca e do Botafogo, entre outras.
– na 6ª prova – Internacional – 200 m – Adultos – nado livre (“crawl”) – Hamaguchi e Murayama foram os primeiros;
– na 7ª prova – Internacional – 400 m – Adultos – nado livre (“crawl”) – Furuhashi e Hashizume foram os primeiros;
– na 8ª prova – Interestadual – Adultos – revezamento 4×50 m nado livre (“crawl”) – em primeiro lugar chegou a equipe do Rio de Janeiro. Em 2º lugar a equipe do Yara Clube de Marília onde já aparece o nome do grande nadador nikkei Tetsuo Okamoto.
out 012014
 
Restaurante especializado em Sanuki Udon no Japão (foto de Keyaki)

Restaurante especializado em Sanuki Udon no Japão (foto de Keyaki)

Kompira é o nome de um dos 12 guardiões de Buda. Aí seria budismo, mas o templo Kompira é xintoista, numa estranha fusão entre as duas religiões que aconteceu no passado. Hoje, Kompira é um local turístico da província de Kagawa, com termas e até teatro Kabuki.

No Brasil, Kompira Matsuri é um festival gastronômico promovido pela Associação da Província de Kagawa, e a principal atração é o Sanuki Udon. Sanuki era o antigo nome de Kagawa, e o Sanuki Udon é um dos três mais famosos tipos de udon (macarrão de trigo) do Japão. Essa sopa é tão popular que só em Kagawa existem cerca de 700 restaurantes especializados em Sanuki Udon.

O próximo Kompira Matsuri será realizado no dia 12 de outubro de 2014 a partir das 11 horas (almoço). A entrada é gratuita, e o Sanuki Udon de Tempurá será vendido a R$ 25,00. Esse preço é ótimo porque esse macarrão é trazido do Japão e tem sabor diferente do comum, e a porção é boa.

Como atração haverá show de kendô e de Shorinji Kempo, além de um pequeno bazar do departamento de senhoras. Sanuki Udon fez muito sucesso no Festival do Japão, e aqui está a oportunidade para saboreá-lo com calma e sentado.

Local: Associação da Província de Kagawa – Rua Itaipu, 422 – perto do metrô Praça da Árvore da linha Norte-Sul – Vila Clementino, São Paulo/SP. Informações: 11-5587-5303.