jun 022015
 

O autor de Rurouni Kenshin (Samurai X) virá do Japão acompanhado da roteirista Kaworu Kurosaki especialmente para encontro com fãs.

capa_kenshin_siteA Fundação Japão em São Paulo traz para o Brasil, em julho, o mangaká (desenhista de mangá) Nobuhiro Watsuki, responsável por títulos como Rurouni Kenshin, conhecido no Brasil como Samurai X; Busou Renkin (Alquimista Armado) e Embalming – Another Tale of Frankenstein.

Acompanhado da escritora e roteirista de mangá e anime, Kaworu Kurosaki, Watsuki participará de encontros com os fãs em São Paulo, no Centro Cultural São Paulo, e também durante a 21ª Fest Comix, que acontece no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center, de 17 a 19 de julho.

Nestes encontros, Watsuki e Kaworu falarão sobre o processo de criação de seus principais sucessos, projetos para o futuro e também revelarão diversas curiosidades sobre suas trajetórias e rotinas junto aos mangás.

No primeiro deles, em 17 de julho, no Centro Cultural São Paulo, uma palestra às 19h30 será conduzida pela professora Sonia M. Bibe Luyten, Doutora em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações da Universidade de São Paulo, com tese sobre mangá, e Francisco Noriyuki Sato, presidente da Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações (ABRADEMI).

No dia seguinte, Nobuhiro Watsuki e Kaworu Kurosaki participam da 21ª Fest Comix, às 14h, no São Paulo Expo.

Diante da possibilidade de vir ao país, o mangaká não poupou elogios ao público brasileiro, sempre fiel às suas criações.

Desenho feito especialmente por Nobuhiro Watsuki para essa ocasião

Desenho feito especialmente por Nobuhiro Watsuki para essa ocasião

“A vinda de Nobuhiro Watsuki ao Brasil, promovida pela Fundação Japão, será um acontecimento marcante para todos os fãs e admiradores de
sua obra, especialmente o Samurai X”, afirma a professora Sonia Luyten, que é também idealizadora do primeiro núcleo de estudos sobre mangá no Brasil, na década de 1970, na ECA/USP, que deu origem à ABRADEMI.

Samurai X é um clássico, tanto em anime quanto em mangá, lançado no Brasil pela editora JBC. Concebido para durar apenas 30 semanas, a história de Battousai, o Retalhador, fez tanto sucesso que durou três anos, contabilizando 28 volumes encadernados no Japão e 56 na versão brasileira.

Esta série, explica a professora, faz parte das grandes obras primas do mangá, posteriormente transformadas em animê e em filme.

Quem é Nobuhiro Watsuki?

A trajetória deste jovem bem-humorado, que adora jogar videogame e coleciona bonecos de super-heróis, começou cedo. Ainda no colégio, sua obra Podmark ganhou o prêmio Pop Step Award, oferecido pela editora Shueisha a novos talentos.

Dali, Watsuki foi trabalhar como assistente de do já consagrado Takeshi Obata, produzindo os mangás Arabian Lamp e Chikara Mito Denzetsu. Em 1994, a editora Shueisha publicou Meiji Ken Kakuru Mantan (Crônicas de um Espadachim na Era Meiji), a primeira história protagonizada por Kenshin, que mais tarde voltaria no segundo volume de Samurai X.

Ainda em 1994, o mangá Samurai X (Rurouni Kenshin) passou a ser publicado semanalmente na revista Shonen Jump, a mesma de grandes sucessos do Japão, como Cavaleiros do Zodíaco e Yu Yu Hakusho.

Quem é Kaworu Kurosaki?

Escritora e roteirista de mangá e animê, Kaworu nasceu Japão e passou sua infância no Brasil. Casada com Nobuhiro Watsuki, atualmente escreve adaptações literárias e roteiros.

Kaworu também é roteirista do animê Captain Tsubasa, lançado no Brasil com o título “Super Campeões”, e games como Wild Arms the 5th Vanguard, lançado para o Playstation 2.

Palestra com Nobuhiro Watsuki e Kaworu Kurosaki
 Data: 17 de julho de 2015 (sexta) – Horário: 19h30
Local: Centro Cultural São Paulo – Sala Adoniran Barbosa lotação (622 lugares) – Endereço: Rua Vergueiro, 1000 – São Paulo – (ao lado da estação Vergueiro do metrô)
Entrada gratuita – A distribuição dos ingressos será iniciada duas horas antes do evento, com um limite máximo de 2 ingressos por pessoa.
 
Data: 18 de julho de 2015 (sábado) – Horário: 14h
Local: 21ª Fest Comix – São Paulo Expo Exhibition & Convention Center – Endereço: Rodovia dos Imigrantes, Km 1,5 – São Paulo
Site oficial do evento: www.festcomix.com.br
 
Realização: Fundação Japão em São Paulo
Apoio:
ABRADEMI
Centro Cultural São Paulo
COMIX Book Shop
Editora JBC

 

jan 152015
 

kaguyahimeA mais recente produção do Studio Ghibli, “Kaguya Hime no Monogatari” (em inglês “The Tale of Princess Kaguya”, ainda sem título em português), dirigida por Isao Takahata, foi indicada ao prêmio de Melhor Desenho Animado Longa Metragem nos Oscars 2015. Na mesma categoria também foram indicados os desenhos “Os Boxtrolls”, “Operação Big Hero”, “Canção do Mar” e “Como Treinar Seu Dragão 2”.

O anúncio à imprensa foi feito no dia 15/01/2015 em Los Angeles, pelos diretores J.J. Abrams, Alfonso Cuarón, pelo ator Chris Pine e pela Presidente da Academia de Artes Cinematográficas, Cheryl Boone Isaacs. Os vencedores serão conhecidos na grande cerimônia de entrega no dia 22 de fevereiro.

Embora os animês do Studio Ghibli sejam há anos indicados ao Oscar, tendo vencido em 2001 com “A Viagem de Chihiro” (a única vez em que um desenho japonês ganhou o Oscar na categoria de Melhor Longa Metragem de Animação), esta é a primeira indicação do diretor Isao Takahata ao prêmio.

Atualmente com 79 anos de idade, Takahata é um celebrado diretor no Japão por seu trabalho na série para TV “Alpes no Shoujo Heidi” (“Heidi” – 1974, clássico infantil que foi também exibido em vários países da Europa e no Brasil) e pelo trabalho em conjunto com o diretor Hayao Miyazaki no Studio Ghibli, onde conquistou grandes bilheterias com animês como “Hotaru no Haka” (“O Túmulo dos Vagalumes” – 1988) e “Heisei Tanuki Gassen Ponpoko” (“Ponpoko: A Luta dos Texugos pela Paz” – 1994). “Kaguya Hime no Monogatari” é o último e mais recente trabalho de Takahata, que há dez anos havia se afastado da produção e direção de animação para cuidar da administração do Studio Ghibli. O curioso é o grau artístico com que o desenho foi feito, inteiro em técnica de animação tradicional de desenhos à mão sobre papel, usando a técnica japonesa de ilustração tradicional aguada, que é extremamente difícil de se transpor para animação por não se tratar de traços uniformes e cores padronizadas sobre acetato (folhas de plástico transparente), indo contra a maré atual das animações por computador.

Kaguya Hime Official Extended Trailer

https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=9lDrkokymLQ

A Lenda da Princesa Kaguya (em português)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Conto_do_Cortador_de_Bambu

jan 022015
 

65 kouhaku youkai watchAssistindo ao 65º Kouhaku Utagassen, festival musical exibido anualmente pela TV NHK, constatei uma repetição das fórmulas antigas. Entendo a presença dos veteranos Shinichi Mori, Takashi Hosokawa, Hiroshi Itsuki, Sayuri Ishikawa, Akiko Wada e as homenagens, pois esses visam o público mais maduro que sempre prestigiou o programa. Seiko Matsuda, Hiroko Yakushimaru, Akina Nakamori e Hiromi Go, foram ídolos da década de 1980 e merecem espaço, na programação de mais de 4 horas da emissora estatal. Concordo.

O problema está entre os mais jovens. Vários grupos como AKB48, SKE48, NMB48, HKT48, Arashi e Perfume surgiram nos últimos anos, mas que utilizam a mesma fórmula de 30 anos atrás. Parece-me que está faltando criatividade. É tão estranho ver o grupo SMAP se apresentando quase todos anos nos últimos 22 anos, sempre com as mesmas músicas, mas o pior é ver que vários novos grupos utilizam a base da música e dança do SMAP, tanto tempo depois. Antes achava que o problema estava na produção do Kouhaku Utagassen, que escolhia as apresentações erradas, mas depois que assisti outras emissoras, cheguei à conclusão de que o programa da NHK até que reflete o que o público viu naquele ano.

Agora que o governo japonês acordou para a necessidade de promover seus produtos culturais no exterior, embalados sob o nome de “Cool Japan”, parece que está faltando criatividade entre os compositores. Aliás, o mesmo pode ser constatado no mangá e no animê. Sem novidades, repetem antigas fórmulas ou fazem a continuação de séries de sucesso. Dragon Ball Z e Kamen Rider estão de volta! Será que o “Cool Japan” começou com 30 anos de atraso?

Enquanto não surgem novidades, assista ao tema do animê Youkai Watch com King Cream Soda – Geragerapoo…

キング・クリームソーダ / 初恋峠でゲラゲラポー(妖怪ウォッチ)

Outra música do mesmo animê Youkai Watch – Youkai Taiso Daiichi – ginástica que fez muito sucesso em 2014 e muitas escolinhas adotaram essa dança-ginástica!

「ようかい体操第一」まなこ&ミク先生と踊ろう! 【反転】

Obs. Esse texto é uma opinião pessoal minha e não reflete o pensamento geral do site culturajaponesa.com.br

– Francisco Noriyuki Sato, jornalista, ex-estagiário da JICA na Kanazawa University.

第65回NHK紅白歌合戦について

毎年NHKの紅白歌合戦見ていると最近新しい物が出て来ていない事が目に付きました。大ベテランの歌手森進一、細川たかし、五木ひろし、石川さゆりや和田アキ子は昔からのファンの方々の為と理解できますし、八十年代ヒットした郷ひろみ、松田聖子、中森明菜や薬師丸ひろ子も分かりますが、AKB48, SKE48, NMB48, HKT48、Perfume, 閑ジャニ, 嵐とか新しい名前のグループは沢山有りますが、何か新しいアイデアが無くて30年前のフォームを繰り返しているみたいです。二十四年前始まったSmapが今でも昔の歌で紅白に出ているのは可笑しいですが、新しいグループでもSmapと同じような歌と踊りを見せていました。私は最初、NHKのプロデューサーの間違った選択でこのようなプログラムに成るのだろうと思っていましたが、実際、他のテレビ番組を見ていると紅白歌合戦は大体一年間日本でヒットした歌を集めている事が分かりました。

やっぱりアイデアが出て来ていないのだ。日本政府が「Cool Japan」と名乗って世界に日本のポップカルチャーを売り出そうと努力している時に新しい物が無いとは残念ですね。しかも音楽だけでは有りません。漫画やアニメでも新しいアイデアが無く、30年前のフォームを使っているか、昔のキャラ自体を使っているかですね。それで昔売れっ子のドラゴン・ボールZや仮面ライダーが帰ってきたわけです。これから新しい物に投資するのは大事ですが、「Cool Japan」が三十年遅れて始まったのかも知れませんね。やっぱり良い製品がある時に売り込むほうが効果が有るでしょう。米国だったら品物が出来上がる前に売り出していただろうね。

第65回NHK紅白歌合戦で一番目立ったのがアニメ「妖怪ウオッチ」のテーマソングでした。ゲラゲラポー、ゲラゲラポー。

注意・このコメントは私自身の意見で当サイトの意見では有りません。勝手に書いてしまってどうもすみませんでした。漢字が違っている可能性も有りますのでどうもすみません。

佐藤フランシスコ紀行 ・ 新聞記者・2014年JICAの研修生として金沢大学でお世話に成りました。

 

out 282014
 

“Ohana Matsumae é uma estudante colegial comum de 16 anos que mora em Tóquio. A vida dela muda quando a sua mãe some com o namorado para fugir das dívidas. Ela precisa se mudar para Yunosagi, perto de Kanazawa, para morar com a avó e trabalhar numa pousada”. Esse é o enredo de “Hanasaku Iroha”, um mangá de P.A.Works e Eito Chida,  publicado pela revista Gagan Joker, de dezembro de 2010 a outubro de 2012. O sucesso o transformou numa série de animê com 26 capítulos, em 2011, com direção de Masahiro Ando, e um longa para cinema foi lançado em 2013. Veja o trailer com a música-tema da série de TV:

hanasaku irohahanasaku festivalA cidade de Yunosagi é fictícia, mas foi espelhada em Yuwaku, cidade vizinha de Kanazawa, na província de Ishikawa, onde existem várias pousadas de banho, como a da protagonista. No mangá aparece um festival chamado “Yunosagi Bonbori Matsuri”, que celebra a data em que o Deus protetor de uma criança volta para a sua nuvem (Izumo) e são escritos pedidos em lanternas de papel para indicar-lhe o caminho (Bonbori significa lanternas). Esse festival não existia, mas depois do sucesso da série, foi criado pela cidade de Yuwaku, e recebeu o nome de”Yuwaku Bonbori Festival”.  No ano de sua criação, em 2011, nove hotéis-pousadas da cidade estavam completamente lotadas de fãs do animê, até acontecer o tsunami de 2011, quando registraram-se muitos cancelamentos, embora a cidade estivesse bem distante da tragédia. Apesar disso, o festival continuou e, neste ano, no dia 11 de outubro de 2014, foi realizado o quarto Yuwaku Bonbori Festival, que alcançou sucesso total.

hanasaku iroha bonbori

O festival bonbori saiu do mangá e agora é realidade

Kanazawa será tema de outro mangá nos próximos meses. O mesmo autor de “Tokyo Shutter Girl”, Kenichi Kiriki, está trabalhando num novo mangá chamado “Kanazawa Shutter Girl”. O autor afirma que pretende seguir o modelo do mangá anterior, que foi transformado em filme live-action para cinema. Na história, estudantes de um colégio feminino de Tóquio, que fazem parte do grupo de fotografia, saem às ruas carregando antigas câmeras com filmes para fotografar e falar com as pessoas.

Para iniciar o trabalho, Kiriki esteve em Kanazawa, com o diretor de fotografia Motoyuki Kobayashi e algumas modelos vestidas como colegiais, e fotografou vários locais históricos da cidade para escolher as cenas. Veja o trailer do filme live-action “Tokyo Shutter Girl”. São três diretores e cada um dirigiu um trecho. Esse trecho é o de Makoto Tezuka, filho do Deus do Mangá.

out 202014
 
akihabara predios.jpg

Foto de Danny Cho

Decepção para os brasileiros que, em viagem ao Japão, fazem questão de visitar Akihabara, o paraíso dos eletrônicos. Durante a bolha econômica japonesa, nos anos de 1980, esse bairro floresceu ostentando prédios com gigantescos letreiros coloridos e inúmeras lojas, uma do lado da outra, onde incontáveis modelos de câmeras e outros itens ainda pouco conhecidos no mundo estavam empilhados na entrada.

Os letreiros continuam coloridos e a gigante Yodobashi Camera também mantém seu ponto comercial, mas percebe-se que o bairro mudou seu foco, predominando-se lojas e serviços voltados aos fãs de mangá, animê e game. Há muitos Maid Cafe, onde as atendentes estão vestidas como garçonetes francesas do passado, o bar AKB-48 e o bar Gundam, e muitos outros estabelecimentos desse tipo, onde as moças de cosplay distribuem folhetos no meio das ruas. São muitas as lojas que vendem DVDs, games e bonecos para colecionadores. Se esse é o seu objetivo, não haverá decepção.

akihabara maid.jpg

Foto de Carter McKendry

Pedaço de bolo num Maid Cafe

Pedaço de bolo num Maid Cafe.
Foto de Joaquim Rocha

 

Para quem procura notebooks, tablets ou smartphones (conhecidos como Smaho), algumas dessas lojas são Duty Free Shop, ou seja, basta apresentar um passaporte estrangeiro onde possa verificar que vai ficar menos de seis meses no Japão, e não terá que pagar os 8% do imposto de consumo que é aplicado sobre todos os produtos e serviços. É uma grande vantagem. Mas terá que subir escadas apertadas e visitar várias lojas até encontrar o que procura. Há também muitas lojas pequenas que vendem produtos novos junto com usados em ótimo estado, mas têm-se a impressão de estar na Rua Santa Efigênia, em São Paulo. Não que as lojas sejam ruins, mas é possível deparar com etiquetas com dois preços: o preço em destaque, mais baixo, é quando você compra o equipamento (notebook ou tablet) junto com a assinatura do provedor de internet, e o preço escondido é para você que não quer os serviços agregados.

Patrick Macias, jornalista do The Japan Times, escreveu em 2007 que o bairro estava mudando. Depois do boom dos PCs, na década de 1990, Akihabara começou a receber os visitantes chamados de Otaku – fãs e colecionadores de animê, mangá e game -, que têm no consumo de tecnologia eletrônica, um aliado na manutenção de suas fantasias. Passou a ser chamado de Akiba por eles que fizeram a felicidade dos comerciantes que tinham esses produtos. Porém, na disputa pelo concorrido espaço em Tóquio, Akiba perdeu alguns prédios para escritórios de empresas como a NTT, gigante da comunicação, e o espaço passou a ser ocupado por assalariados comuns e otakus.

Na prática, os consumidores passaram a frequentar menos o bairro de Akihabara, porque as grandes redes japonesas de eletrônicos, como a Yamada Denki, estão em suas cidades. E hoje, qualquer cidadão pode pesquisar e comprar pela internet sem medo, porque no Japão o produto é entregue no dia seguinte e sem falta. Akihabara, que começou como mercado negro de produtos elétricos nos primeiros anos do pós-guerra, está em transformação, como acontece sempre no Japão. Aqui, a ordem não é destruir para fazer algo novo. O lema “Renovar e Manter” se aplica mais uma vez.

Para saber mais sobre o comércio de eletrônicos em Akihabara: site oficial