nov 222019
 

PROGRAMA : Comemoração de 50 ANOS ICB-USP

Seminário Brasil-Japão – USP e SBPN – Evento comemorativo de 50 anos do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo.

Data: 28 de novembro de 2019 início 14 horas. Término 19 horas

Abertura: 14 horas – Prof. Dr. Luis Carlos de Souza Ferreira, Diretor do Instituto de Ciências Biomédicas da USP – Presença do Cônsul Geral do Japão em Sâo Paulo, Dr. Yasushi Noguchi, Profa. Dra. Telma Zorn, Prof. Dr. Seizi Oga; Prof. Dr. Jackson  Bitencourt, Prof. Dr. Rivardo Luis Schmit e Prof. Dr. Ii-sei Watanabe, Professor Titular Sênior

14,40 Prof. Dr. Roberto Kawasaki – Palestra : Integração da comunidade nipônica brasileira no ambiente acadêmico-brasileiro.

15:00 Dr. Koshiro Nishikuni -Neurocirurgia – intercâmbio entre as universidades do Japão.

15:40 Prof. Francisco Noriyuki Sato – História do Japão – o sistema de ensino

16:00 Deputado Federal Junji Abe – Relação Brasil-Japão:  na política e na Educação, Vereador Aurélio Nomura, Deputado Estadual Coronel Saito, Ex-Vereador Matsuo Ebina

16:45 Intervalo para Café:

17:00 Música: Professor Ricardo Rikichi Origassa – Membro da Aliança Cultural Brasil-Japão ; Presidente do Conselho Deliberativo, Professor  Pedro Mizutani  – Presidente UPK, Professora Fusako Hara, Professora Nanko Hino, Professor Alexandre Hayafuji, Professora  Yooko Honda, Professor  Yuichi Oshima – Vice-Presidente ABRAC.

17:45 Demonstração de Kendoh – Profa. Taeko Takeuchi

18:30 Apresentação de Taiko – Marcos Teruo Tanaka

Universidade de São Paulo – Instituto de Ciências Biomédicas
Av. Prof. Lineu Prestes, nº 2415 – Anfiteatro – Cidade Universitária – Butantã

nov 152019
 

“A Modernização do Japão e as Relações Nipo-Brasileiras” foi o tema da palestra do prof. Dr. Shinichi Kitaoka, presidente da JICA – Agência de Cooperação Internacional do Japão. Realizado no amplo salão Nobre da Faculdade de Direito da USP, contou com a abertura do prof. Vahan Agopyan, reitor da Universidade de São Paulo e do prof. Floriano Peixoto de Azevedo, diretor daquela Faculdade, entre outros convidados.

Kitaoka falou sobre as relações nipo-brasileiras, mas foi sobretudo uma verdadeira aula de história. Começou falando das atividades da JICA com o Brasil, desde o desenvolvimento da agricultura no cerrado até o assoreamento do Rio Tietê, implantação de agrofloresta em Tomé-Açu, passando por bolsas de estudo e pela implantação do “koban”, o policiamento preventivo no Brasil. Kitaoka atuou na ONU, quando o Brasil propôs a sua entrada como membro permanente no Conselho de Segurança. Atualmente, só Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido são permanentes, os demais 10 países são eleitos a cada dois anos e se revezam. Japão e Brasil são os dois países que mais vezes integraram o conselho como membro não permanente. O Japão foi favorável à ideia, mas essa modificação no órgão não foi aprovada. Entretanto, por esse motivo, Kitaoka teve muito contato com o Brasil e sentiu que o País era um grande parceiro do Japão.

O Japão mudou da Era Heisei para Era Reiwa, em maio de 2019. No Japão, além da numeração do ano da forma ocidental, há o número do ano que acompanha o Imperador. Assim, Heisei foi o nome da gestão do Imperador Akihito. Em janeiro de 1989 começou a Era Heisei, e portanto, 2019 corresponde ao ano 31 da Era Heisei, que também é o primeiro ano da Era Reiwa. Essa forma de cálculo dos anos era comum, no mundo inteiro, no passado. Em 21 de outubro deste ano, foi feita a cerimônia de entronamento oficial do Imperador Naruhito, com a participação de líderes de 191 países. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro também esteve presente. Essa cerimônia utiliza aposentos tradicionais e é realizada desde o século 8, embora o trono em si é mais recente, foi utilizado na posse do Imperador Taisho, em 1911. Mas a existência da família real é comprovada desde o século 6, portanto, é muito antiga. Passagens do Man’yoshu, antologia de poemas do século 8, descrevem detalhes da corte do Imperador. 

A ligação da família imperial com o Brasil já é antiga. A primeira visita do então Príncipe Herdeiro, mais tarde Imperador, Akihito e sua esposa Michiko, ocorreu em 1967. O casal voltou ao Brasil em 1978. Em junho de 1997, o casal retornou, desta vez na condição de Imperador e Imperatriz. Seu filho mais velho, o Príncipe Naruhito, agora Imperador, esteve no Brasil em 1982, esteve no Centenário da Imigração em 2008, e esteve participando do Fórum Mundial da Água, em março de 2018. Outros membros da família também estiveram no Brasil em diferentes épocas, mas o primeiro contato aconteceu em 1934, com a doação em dinheiro do próprio Imperador Showa para a construção do Hospital Japonês, em São Paulo, atual Hospital Santa Cruz, na Vila Mariana.

Explicando o nome da cátedra 

A cátedra Fujita-Ninomiya faz parte das atividades da JICA. Trata-se de um projeto que visa convidar ao Japão os recursos humanos que possam se tornar pilares do futuro e do progresso dos países em desenvolvimento. Dentro do projeto, a JICA estabeleceu um curso no Departamento de Direito Internacional e Comparado da Faculdade de Direito da USP, para o estudo e pesquisa do desenvolvimento e sobre a experiência do Japão na Era moderna.

“Explicando o nome do projeto, são dois nomes ilustres no intercâmbio entre o Brasil e o Japão, e curiosamente, eu os conheci no Japão quando éramos todos jovens. Edmundo Susumu Fujita (1950 ~ 2016) se formou na Faculdade de Direito da USP e seguiu carreira diplomática. Antes dele, os descendentes de japoneses foram ser médicos, engenheiros, mas nessa difícil carreira diplomática, Fujita foi o pioneiro, e ele progrediu pelo seu esforço pessoal. Ele foi Embaixador do Brasil na Indonésia e na Coreia do Sul. Infelizmente, ele faleceu há alguns anos.”

O outro nome é do professor da Faculdade de Direito da USP, Masato Ninomiya. Ele foi o primeiro nikkei a defender uma tese de Doutorado na Universidade de Tokyo, numa época em que isso era a coisa mais difícil do mundo.  Isso, porque, para conseguir o título era preciso estudar profundamente as leis da Alemanha, França, Reino Unido e Estados Unidos, nas quais a lei japonesa se baseia. Depois, estudar a lei japonesa, decifrando os caracteres japoneses. Antes dele, alguns da Coreia do Sul e Taiwan defenderam tese de doutorado, mas Ninomiya foi o primeiro de um país que não utiliza caracteres chineses a atravessar essa barreira. “O professor Ninomiya não queria que colocassem seu nome na cátedra, alegando que não ficava bem para uma pessoa que está viva, mas eu insisti que o nome deveria homenagear as duas pessoas de maior destaque nessa área”, afirmou Kitaoka.

O Japão na Era Meiji

Sendo um especialista em história política e diplomacia, o palestrante não poderia deixar de falar de algumas passagens importantes na história do Japão, e escolheu “Restauração Meiji”, de 1868, como tema para a sua “aula”.

2018 marcou o 150º aniversário da Restauração Meiji. Na verdade, o nome “restauração” pode ser inadequado, pois se tratou de uma verdadeira e grande revolução. O termo restauração se refere à volta do poder nas mãos do Imperador, o que é correto, mas as transformações foram muito maiores.

Vamos lembrar que o Japão chegou a 1868 depois de 260 anos do governo do xógum Tokugawa, e antes dessa família, houve um longo período de governo dos samurais, totalizando aproximadamente 700 anos onde quem comandava o país eram clãs de samurais. O fim do feudalismo ocorreu em apenas 15 anos, depois da chegada do navio negro do Comodoro americano Perry. Os portos foram abertos para o mundo e o Japão teve que correr para recuperar seu atraso, tanto na tecnologia como na política e na defesa. É possível acreditar que as armas que os japoneses usavam eram as mesmas de 260 anos atrás?

Agora, a maior mudança ocorreu na área política. Depois de tanto tempo, acabou a época em que os samurais estavam no topo da pirâmide, e quem ajudou a acabar com isso foram os próprios samurais. Sim, havia uma pressão muito forte porque se não fizessem isso, poderiam se tornar uma colônia de algum país ocidental, como ocorreu na África, na Ásia e na América. Houve então uma união para o bem do País, para se conseguir uma rápida modernização e poder competir com as potências estrangeiras. Em 1871, todos os feudos foram extintos, incluindo os de Choshu e Satsuma, que ajudaram a derrubar o xogunato, porque era necessário.

Hirobumi Ito, em 1885, se tornou o primeiro primeiro-ministro do Japão. Apenas 20 anos antes, um samurai de baixo escalão, que nem lhe era permitido andar de cavalo, jamais poderia pensar em falar sobre política. A Restauração Meiji foi, portanto, uma grande revolução. Foi Hirobumi o responsável pela Constituição japonesa, a primeira fora do Ocidente (estudiosos vão se lembrar da Turquia, mas essa acabou logo). Essa Constituição previu a realização de eleições com a participação popular.

Houve casos de revolta nesse período de transição, porém o número de mortos foi pequeno, se compararmos com a Revolução Francesa, e com certeza, é muito menos do que as baixas da Revolução Russa ou da Revolução Chinesa.

Voltando ao Período Edo

A família Tokugawa conseguiu se manter no poder e manter um período de paz graças a sua habilidade política e pelos mecanismos que criou. O primeiro Tokugawa se estabeleceu em Tóquio, enquanto o Imperador permaneceu em Quioto. Havia muitos clãs poderosos e para enfraquecê-los, ele criou o “sankin koutai”, que era a obrigação do daimyô, senhor feudal, de manter uma residência na capital Edo, onde deveria permanecer por um ano, e retornar para sua terra onde deveria ficar também um ano, isso continuamente. Enquanto estava em sua terra, ele deveria deixar a esposa e filho ou filha em Edo. Assim, Tokugawa tinha esses familiares como reféns, caso o daimyô se rebelasse. Para fazer o “sankin koutai”, o daimyô tinha despesas bem altas, e o objetivo de Tokugawa era fazer os daimyôs gastarem bastante dinheiro nessas viagens, para não terem dinheiro para armamentos. O “sankin koutai” tinha regras rigorosas, e determinava o número de pessoas que cada daimyô deveria trazer segundo sua renda. Assim, deveria ter um x número de cuidadores de cavalos, x cozinheiros, x cavaleiros, etc. Somando tudo, um daimyô comum viajava com 150 a 300 homens em sua comitiva, mas há casos de daimyôs mais ricos que tinham que viajar com 4 mil pessoas. Quando a viagem era longa e difícil, esse daimyô gastava muito com hospedagens e alimentação do seu grupo. Curiosamente, o “sankin koutai” acabou desenvolvendo estradas e aperfeiçoando os meios de transporte, assim como criou o turismo fortalecendo hospedarias, restaurantes e prestadores de serviços nos locais de passagem dessas comitivas.

Pode-se dizer que o prédio da Faculdade de Direito da USP combinou com o conteúdo da palestra do presidente da JICA. A faculdade, a primeira do Brasil, cujas aulas começaram em 1828, começou ali mesmo, mas o edifício da foto foi erguida na década de 1930. Onze presidentes da República estudaram nessa escola.

Durante o Período Edo, cada samurai só podia ter um castelo e deveria morar nele. Antes, os samurais moravam junto com os agricultores e saíam para a guerra quando era preciso.

Nesse período, o Japão esteve fechado às nações ocidentais, excetuando a Holanda, mas os comerciantes holandeses ficavam confinados em Dejima, uma ilha artificial em Nagasaki. Foi uma medida para se defender dos cristãos, que teriam incitado uma revolução nas Filipinas. Não havia um comércio tão intenso com a Holanda, mas os estudiosos se interessavam pelos livros que os holandeses traziam. Assim, muitos estudavam o idioma holandês, e o estudo ocidental era chamado de “rangaku”, e havia escolas onde se ensinava “rangaku”. Uma dessas escolas foi “Tekijuku” fundado por Koan Ogata, um médico, que ensinou química, física, história natural e outras matérias para seus alunos. Ogata foi o primeiro a publicar um livro sobre patologia no Japão. “Tekijuku” formou os principais líderes da Era Meiji, como Masujiro Omura, responsável pelo desenvolvimento de técnicas de navegação e do sistema militar; Sonai Hashimoto e Yukichi Fukuzawa. O último foi jornalista, escritor e tradutor . Ele era fluente em holandês, mas quando foi a Kanagawa conhecer os estrangeiros que chegaram com a abertura do porto, ele se decepcionou porque os estrangeiros só falavam inglês. Ele passou a estudar inglês e participou a primeira missão diplomática do Japão para os Estados Unidos. Foi o fundador da famosa Universidade de Keio.

O Período Edo representou 260 anos praticamente sem guerras, aumento da população, aumento da produção agrícola, desenvolvimento do comércio, aumento da alfabetização e o surgimento de uma cultura peculiar, sem a influência do exterior.

Em termos de alfabetização, que serviu como alicerce para o sucesso da Restauração Meiji, era praticamente uma responsabilidade dos templos budistas. Chamadas de “terakoya”, objetivou dar uma educação básica para as crianças, com ensino da matemática, escrita, e incluindo geografia e história nos textos utilizados. Isso fez com que 40% da população total do Japão estivesse alfabetizada quando da Restauração. Número surpreendente para essa época no mundo inteiro, já que estudar era privilégio das classes mais ricas.

Uma das artes que se desenvolveu foi o Ukiyo-ê, que retratou os costumes e as paisagens daquele período. Kabuki, uma arte cênica popular, mas de tão interessante, que os samurais também iam assisti-la. Havia tranquilidade no Período Edo, que pode ser verificado nos livros escritos na época. Os japoneses viajavam muito até Ise Jingu, o maior santuário xintoísta do Japão. Consta que uma moça conseguia viajar sozinha e em segurança de Edo até Ise Jingu entre os séculos 17 e 18. A distância é de 400 km, e isso é surpreendente se compararmos com qualquer lugar do mundo.

O período representou também o intercâmbio entre os daimyôs, pois todos estavam morando em Edo.

Além das técnicas de guerra, a navegação praticamente não desenvolveu durante todo o período Edo. Antes do fechamento dos portos, era comum a navegação até Filipinas e Tailândia, por exemplo, para o comércio, mas durante Edo não houve necessidade de desenvolver a navegação mais longa. Assim, quando o Comodoro Perry chega ao Japão, surpreendeu, porque o navio do americano era pelo menos dez vezes maior do que o maior dos navios que o Japão possuía.

Turbulências no começo da Era Meiji

O Japão teve que abrir as portas e sua modernização teve que ocorrer muito rapidamente, mas nada foi tão simples. Surgiu um debate conhecido como “Seikanron”, por volta de 1873, que se discutiu o envio de tropas à Coreia, como punição por não reconhecer a legitimidade do Imperador Meiji e pelos insultos sofridos pelos diplomatas japoneses quando estes tentaram estabelecer um diálogo. Saigo Takamori, um dos estrategistas do governo Meiji, era favorável à ideia, porque, entre outros motivos, num confronto internacional poderia levar muitos samurais que estavam desempregados desde a extinção do sistema feudal. A ideia foi finalmente descartada e Takamori e outros lideres dessa proposta deixaram o governo Meiji, voltando para suas terras. Insatisfeito, Takamori lidera, em 1877, a Rebelião de Satsuma, na qual acaba derrotado. Depois desse episódio, os antigos samurais percebem que não havia possibilidade de vencerem o governo e então passam a lutar para vencer, não com as armas, mas pelas ideias. A modernização das ideias, portanto, ganha velocidade a partir desse ponto, com a formação de partidos políticos e a realização de uma eleição geral para a câmara baixa, efetivada em 1890.

Outro personagem que merece ser lembrado é Takeaki Enomoto. Natural de Edo, sua família servia ao clã Tokugawa. Quando o navio americano força a abertura dos portos, Enomoto, que já estudava holandês, vai estudar no Centro de Treinamento Naval em Nagasaki e em Tsukiji. Depois, Enomoto vai estudar na Holanda e continua na Europa entre 1862 e 1867, retornando fluente em holandês e em inglês. Quando o governo de Tokugawa cai em Edo, Enomoto e seus seguidores recusam a entregar a frota naval em poder do grupo (a maior frota do Japão), e seguem para Hakodate, em Hokkaido, onde organizam resistência em favor de Tokugawa no fortificado de Goryokaku, construído em 1864. No local, a tropa leal a Tokugawa fundam a República de Ezo, um país independente, elegendo Enomoto como presidente. O governo Meiji não quer que o País fique dividido e inicia a Batalha de Hakodate, onde a tropa de Enomoto é derrotada, em junho de 1869. Ele foi preso e, apesar de ser considerado um traidor do País, o governo Meiji reconhece que seus atos sempre foram de um patriota, aquele que pensa no melhor para o seu País. Assim, ele é libertado em 1872, e com todo o seu conhecimento, ele participa da Força Naval do Império. É enviado para a Rússia onde tem sucesso na assinatura de um tratado. Depois se torna Ministro da Marinha e ocupa outros ministérios, como da Agricultura e Comércio, da Educação e das Relações Exteriores. Nesse cargo, Enomoto foi muito ativo em incentivar a emigração dos japoneses, criando a seção de emigração dentro daquele ministério e incentivando empresas privadas a trabalharem com a emigração. Pode-se dizer então, que Takeaki Enomoto é o responsável pelo início da emigração japonesa para a América do Norte, Central e do Sul, incluindo o Brasil.

O que impressiona os estudiosos da história é a velocidade com que as coisas ocorreram no Japão. Saindo de um longo período feudal para uma democracia nos moldes ocidentais, e também a adoção do sistema de ensino semelhante aos das nações ocidentais.  Em 1872 foi estabelecido o ensino primário como no Ocidente. Depois vieram o ensino ginasial e o colegial, e também as universidades, que contrataram muitos professores do exterior, e com isso, o País se desenvolveu a ponto de poder-se equiparar às maiores potências mundiais em poucas décadas.

A palestra foi proferida pelo professor Shinichi Kitaoka (Ph.D.), presidente da JICA, Agência de Cooperação Internacional do Japão, em 4 de novembro de 2019, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP, dentro do Programa de Estudo do Desenvolvimento Japonês (Cátedra Fujita-Ninomiya).

Escreveu: Francisco Noriyuki Sato, jornalista e editor, do site culturajaponesa.com.br, autor de livros e professor de História do Japão. Foi assessor de comunicação da Cooperativa Agrícola de Cotia e assessor da relações públicas da Jetro. Atual presidente da Abrademi e diretor cultural da Associação Cultural e Assistencial Mie Kenjin do Brasil.

nov 142019
 

Os eventos acontecem no dia 23 de novembro, a partir das 15h, com entrada gratuita

A Fundação Japão promove, durante a exposição Tóquio Revisitada – Letras e Imagens, duas atividades culturais abertas ao público. A primeira delas é a atividade Inspiração, que promoverá um bate-papo com o fotógrafo Henrique Minatogawa. A conversa com o público incluirá sua passagem pela capital japonesa e suas experiências em capturar imagens de Tóquio através de suas lentes.

Em seguida, os participantes serão convidados para a oficina Tóquio em Oshiê, ministrada por Mi Oshiro. Oshiê é uma expressão japonesa composta por “OSHI” (empurrar, apertar) e “Ê” (desenho), que definem a técnica artística que consiste em sobrepor peças de papel produzindo um efeito de alto relevo.

A partir da técnica, a professora orientará a criação de uma imagem da cidade de Tóquio, incentivando toda a criatividade e imaginação dos participantes, unindo o tradicional, o contemporâneo e o pop.

As atividades são gratuitas e abertas ao público. As vagas são limitadas, com distribuição de senhas a partir das 14h30, no local.

Exposição Tóquio Revisitada

A exposição Tóquio Revisitada – Letras e Imagens segue em cartaz na Biblioteca da Fundação Japão até 21 de dezembro, com inspiração na escolha da cidade de Tóquio como sede dos Jogos Olímpicos de 2020.

Na exposição, imagens e letras, que têm como cenário principal a cidade de Tóquio de diferentes épocas, sob os pontos de vista de Fábio Shin, professor e desenhista de mangá; Guilherme Lira, ilustrador e designer; e Henrique Minatogawa, fotógrafo e jornalista. Rafael Tadashi Miyashiro, designer gráfico, Mestre em Artes e Doutor em Artes Visuais pela Unicamp, enriquecerá a ambientação da exposição com suas obras de Shodō, que remetem à uma Tóquio multifacetada, dinâmica, texturizada.

Complementam a visão da Tóquio na mostra os painéis de Ukiyo-e, de Hiroshige Ando, que retratam cenas da cidade na Era Edo, como Nihonbashi, da série As 53 vilas de TokaidoTemplo Senso-ji de Kinryu-zan, da série Os cem locais célebres de Edo.

Para os que queiram aprofundar seus conhecimentos, a Fundação Japão separou vasta bibliografia sobre a cidade, em diferentes áreas, como turismo, literatura, história, cultura, arte, sociologia e culinária, que poderá ser apreciada em um espaço exclusivo na exposição.

 A visitação à exposição é aberta ao público e tem entrada gratuita.

OFICINAS BIBLIOTECA CRIATIVA (12 vagas)

Bate-papo com o fotógrafo Henrique Minatogawa e oficina Tóquio em Oshiê, ministrada por Mi Oshiro

Local: Biblioteca da Fundação Japão em São Paulo

Data: sábado, 23 de novembro de 2019 – Horário: 15 h

Distribuição de senhas (uma por pessoa) a partir das 14h30

Evento gratuito – Idade mínima para participação: 12 anos

Exposição Tóquio Revisitada – Letras e Imagens

Datas: até sábado, 21 de dezembro de 2019

Horários: de terça a sexta-feira, das 10h30 às 19h30, e aos sábados, das 9h às 17h
Local: Biblioteca da Fundação Japão em São Paulo

Av. Paulista, 52 – 3º andar, Bela Vista, São Paulo – SP

Entrada Gratuita – Mais informações: (11) 3141-0110

E-mail: biblioteca@fjsp.org.br

nov 142019
 

日本でブラジルのお話しているとシュラスカリア食堂の話が出て来ますが、知らない方にはピンと来ないと思いますので、ちょっと説明てみます。

シュラスコはブラジルのバーベキューなのですが、外国ではブラジリアン・ステーキとも呼ばれています。シュラスコを食べるのにはシュラスカリア(シュラスコ専門の食堂)へ行きます。サンパウロ市だけでおよそ500軒のシュラスカリアが有ります。シュラスカリアは二種類あり、アラカルト式は数少ないですが有ります。サンパウロで有名なアラカルトのシュラスカリアは例えばRubaiyatとかDinho’s Placeですね。でも一番多いのがホジージオ式(Rodizio)です。これは好きなお肉が食べ放題と言う贅沢なレストランです。日本でもブラジルのシュラスカリア・チェーンのバルバッコア(Barbacoa)が8店あります。これはホジージオ式です。サンパウロで一番有名なのは多分Fogo de ChãoとかNovilho de Prataでしょう。

今回はホジージオ式の説明をします。お店に入るとサラダのブッフェも食べ放題。サラダと言ってもチーズ、パン、煮物、スープとか魚焼きなども有ります。一番目立つのがお寿司と刺身がおいて有る事。肉は座っていたら持って来ます。普通は丸か四角のカードがテーブルに置いて有り、一面は緑色で裏は赤色です。緑色を置けば肉をどんどん持って来てくれます。赤にして置くと「今欲しくない」と言う意味です。持ってきた肉を見て食べたくないのなら要らないと言えば良い。もっと焼いたのが無いかとか聞いたら直ぐ持って来ます。

普通のホジージオ式のレストランのエスタンシャ(Estancia)店に基づいて説明します。ここでは平日の朝食、大人一人がR$ 62,90レアイスです。土、日、休みの日は朝食R$ 82,90レアイス、夜はいつでもR$59,90レアイス。子供は5歳までは無料、6歳から10歳まではおよそ半額です。10歳以上は大人と同じです。飲み物とコーヒーは別で、全て税入り、そしてブラジルでは普通、手数料として合計に10%か12%プラスされますが、このお店では要求されません。ここより安いお店も有りますし、もっと高いお店も有ります。お店によって肉の種類が少し違いますが、ワニの肉**が出る所も有ります。*レアイスはブラジルのお金。R$1が大体26円です。**別に美味しくないです。

エスタンシャ店では大人一人が肉だけで450グラム食べると計算しています。一番高い肉のピカニャは一人110グラムぐらい食べるそうです。この店では29の肉の種類が召し上がれるそうですが、実際は同じ肉のニンニク焼き、チーズ焼きとかバリエーションを含めています。どの店でも有るのは牛肉でPicanha, Fraldinha, Costela, Alcatra, Cupim, File Mignon。それから豚肉と鳥の肉 (太もも、むね肉、心臓)、そしてソーセージ(赤唐辛子入りと辛くないの)なども出て来ます。肉類の他、皿に入れてくれるのがライス、混ぜご飯、チーズパン(Pão de Queijo)、ポテトフライ、とか色々有ります。

このお店で平日は200人アテンドしていて週末はお客様は320人だそうです。レストラン内には150人座れます。従業員は普通の日は70人働いていますが、週末は予備のウェイター20名が手伝ってくれるそうです。このお店では駐車場は無料です。

(写真の上をクリックすると拡大します)

右の図はブラジルで使われている肉の切り方と名前です。赤い所が美味しいと言われている。同じ南米でもアルゼンチンでは少し違います。これは肉の質が同じではないからです。アルゼンチンは平らな所が多いですが、ブラジルは山が多い。それで牛もそれなりに体の筋肉が発達するのだと言われています。だからアルゼンチンの肉は柔らかいと、アルゼンチン人は言います。(実際、そんなひどい山で牛買っていないけどな)

佐藤フランシスコ紀行が書きました。

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nov 012019
 

A Century Travel, operadora especializada no Japão, está preparando uma excursão inédita com roteiro histórico, na companhia do professor de História do Japão, Francisco Noriyuki Sato, que dará in loco explicações para que se possa aproveitar cada minuto dessa viagem.

Data de saída: 31 de março de 2020 – 16 dias de viagem

DESTAQUES DA EXCURSÃO
Nara, Osaka, Kobe, Ise, Himeji, Quioto, Kanazawa, Shirakawago, Takayama, Iiyama, Kamakura & Tóquio. Época de sakurá e o clima é agradável.

O PACOTE INCLUI

  • Passagem aérea da Lufthansa em classe econômica a partir de São Paulo
  • Pernoite nos hotéis mencionados ou em similares em categoria turística com impostos locais inclusos
  • Café da manhã nos hotéis e refeições indicadas no programa
  • Traslados e passeios em ônibus privativo ou em transporte público de acordo com o roteiro
  • Guia local falando português ou espanhol
  • Bilhetes de trem expresso e trem-bala em classe turística conforme mencionado no roteiro
  • Ingresso dos pontos turísticos citados no programa
  • Seguro de viagem com cobertura médico-hospitalar de até US$ 60.000,00
  • Acompanhamento de guia brasileiro durante toda a viagem para grupo com mínimo de 15 passageiros

PREÇOS POR PESSOA (em dólar americano) – Valores válidos para mínimo de 15 participantes
Pacote Aéreo e Terrestre – USD 6.790 (acomodação dupla), USD 6.580 (tripla) e USD 8.480 (individual)
Pacote Só Terrestre – USD 5.900 (dupla), USD 5.700 (tripla) e USD 7.600 (individual)
Taxas de embarque e envio de bagagem USD 198,00
* Conversão do Dólar Americano para Reais pelo câmbio turismo de venda do dia do pagamento
Forma de pagamento: 20% de entrada (à vista ) + saldo em até 5 parcelas sem juros nos cartões Visa, Mastercard, Elo e Amex

Para maiores informações, contate: Century Travel – Tour Operator – Fone 11 3207-2644 A/C Claudia – email: claudia@centurytravel.com.br

ROTEIRO DE VIAGEM

31/03 – terça – De SÃO PAULO a MUNIQUE
13:00 – Apresentação no Aeroporto Internacional de Guarulhos, Terminal 3.
16:55 – Embarque no voo LH505 da Lufthansa para Munique.
01/04 – quarta – MUNIQUE a OSAKA
09:35 – Chegada em Munique. 12:15 – Conexão com o voo LH742 para Osaka.
02/04 – quinta OSAKA – NARA
06:20 – Chegada ao Aeroporto Internacional de Kansai, traslado para cidade de Nara , passeio de meio dia no Parque de Nara e o Templo Todaiji que abriga o Buda Gigante. Após o almoço, check-in no hotel e tarde livre. Hospedagem no Fujita Nara.
03/04 – sexta – NARA – QUIOTO
Saída do hotel e passeio dia inteiro conhecendo a região de Nara e Quioto. Visita ao Kofun Ishibutai, o mais impressionante dos antigos monumentos de pedra em Asuka. Acredita-se que seja a tumba de Soga Umako, um poderoso líder do clã Soga que governou o país durante a maior parte do período Asuka (538-710). Continuação para o Templo Asuka e para o Mausoléu do Imperador Jimmu. Parada para almoço (não incluso) em Tawaramoto cho, Chishiro. Prosseguimento para Quioto rumo ao Templo Fushimi Inari com seus famosos portais vermelhos (aparece em filmes). Chegada ao hotel e check-in. Hospedagem no Miyako Kyoto Hachijo.
04/04 – sábado – QUIOTO
Passeio o dia inteiro conhecendo Kinkakuji (Pavilhão Dourado), Castelo Nijo e Mercado Nishiki com tempo livre para almoço (não incluso). A seguir, passeio a pé pelo Caminho dos Filósofos, chegando ao Templo Kiyomizu, o mais famoso na antiga Quioto. Hospedagem no Miyako Kyoto Hachijo.
05/04 – domingo – dom QUIOTO – KOBE – HIMEJI – QUIOTO
Passeio de dia inteiro utilizando transporte público, desfrutando da modernidade do trem-bala.
Em Kobe, conheceremos: Kobe Parque Meriken, Museu Marítimo e Museu da Imigração. Sugestão para almoço (não incluso): comprar “Obentou” ou “Lunch box” para comer no trem com destino a Himeji (comer obentou no trem é comum). Caminhada da estação até o Castelo de Himeji, conhecido como o “Castelo da Garça Branca”, um dos mais belos e maiores do Japão. Retorno a Quioto de trem-bala. Chegada e caminhada até o hotel. Hospedagem no Miyako Kyoto Hachijo.
06/04 – segunda – QUIOTO – NAGOYA – TOBA – ISE – NAGOYA
As malas grandes serão despachadas para Tóquio (para não ter que carregar peso). Separar em uma mala de mão a troca de roupa para quatro dias.
Saída do hotel e caminhada até a estação de Quioto. Embarque de shinkansen para Nagoya onde prosseguiremos para visitação de criação de pérolas Mikimoto em Toba e o famoso santuário de Ise e sua longa rua comercial Okage Yokocho, que preserva o aspecto e sabores do período Edo. Retorno a Nagoya e hospedagem no Meitetsu New Grand.
07/04 – terça -NAGOYA – TAKAYAMA – SHIRAKAWAGO – KANAZAWA
Saída do hotel e caminhada até a estação de Nagoya. Embarque em trem expresso para Takayama. Chegada e passeio o dia inteiro. Caminhada pela rua de comércio Kamisan no Machi e parada para almoço (incluso). Prosseguimento em ônibus para Shirakawago, vila rústica e histórica com casas de telhados de palha Gassho-zukuri (Patrimônio da Unesco). Continuação para Kanazawa. Chegada e traslado ao hotel. Hospedagem no Ana Crowne Plaza.
08/04 – quarta – KANAZAWA
Passeio o dia inteiro pela cidade conhecendo o famoso Jardim Kenrokuen, o Castelo de Kanazawa e o Museu de Arte Contemporânea. Tempo livre no museu para almoço (não incluso). À tarde, visita a Higashi Chaya Machi (bairro das gueixas). Hospedagem no Ana Crowne Plaza.
09/04 – quinta – KANAZAWA – IIYAMA
Pela manhã, caminhada até a estação de Kanazawa para embarque com destino a Iiyama. Em Iiyama, teremos experiência cultural em Mori No Iê e almoço no local. À tarde conheceremos o Takahashi Mayumi Ningyokan, museu dedicado a bonecos realistas de pessoas que residem no campo. Estes bonecos mostram cenas da vida cotidiana nas áreas rurais, desde cenas da agricultura até a socialização com os vizinhos. Término do passeio no hotel. Hospedagem em Minshuku (casa japonesa tradicional) com jantar.
10/04 – sexta – IIYAMA – TÓQUIO
Saída do hotel e traslado para a estação de Iiyama com destino a Tóquio. Chegada e passeio de meio dia para conhecer a Praça do Palácio Imperial, o Museu Edo-Tokyo. Término do passeio no hotel. Hospedagem no Shinagawa Prince.
11/04 – sábado – TÓQUIO
Dia de tour histórico em Kamakura, cidade que fica ao sul de Tóquio, utilizando transporte público para conhecer o Grande Buda, a segunda mais alta estátua de bronze do Japão e visita ao Templo Hachimangu, o mais importante de Kamakura. Tempo livre para almoço (não incluso). Em horário adequado, retorno ao hotel. Hospedagem no Shinagawa Prince.
12/04 – domingo – TÓQUIO
Dia livre para atividades independentes.
Opcional – Tour pela cidade de Tóquio utilizando transporte público. Visita ao bairro Shibuya (da estátua do famoso cão), e em seguida embarque no trem da linha Yurikakome para ir a Odaiba. Ver o robô Asimo Show e tempo livre para almoço (não incluso) em Aqua City. Mini cruzeiro pelo Rio Sumida até Asakusa, grande templo e comércio tradicional. Tempo livre e retorno ao hotel. Hospedagem no Shinagawa Prince.
13/04 – segunda – TÓQUIO
Dia livre para atividades independentes. Hospedagem no Shinagawa Prince.
14/04 – terça – TÓQUIO – FRANKFURT – SÃO PAULO
Check-out e traslado ao Aeroporto de Haneda.
14:05 – Embarque no voo LH 717 da Lufthansa para Frankfurt.
18:45 – Chegada a Frankfurt Partida para Guarulhos no voo LH506 às 22:05.
15/04 – quarta – SÃO PAULO
04:55 – Desembarque em São Paulo no Aeroporto Internacional de Guarulhos (Terminal 3).

Mensagem do prof. Francisco: – “Esse roteiro permite percorrer as principais localidades históricas e assim aprender os principais acontecimentos da longa história do Japão. Pedi para que a Century Travel programasse menos troca de hotel possível, para se evitar estresse e perda de tempo para refazer as malas. E assim, a viagem será menos cansativa mesmo para aqueles com mais idade e permite ter tempo livre, para aqueles com mais fôlego, para conhecerem outras localidades. Os hotéis selecionados são de bom padrão. Podem verificar na internet. Esse é o roteiro do grupo, mas você pode chegar antes ou voltar depois, para aproveitar e visitar seus parentes ou conhecer outras províncias não previstas no pacote. É só falar com a operadora Century”.

Francisco Noriyuki Sato – Natural de São Paulo, é formado em Jornalismo e Publicidade pela Universidade de São Paulo, foi assessor de relações públicas da Jetro, órgão do governo japonês na área de comércio exterior, e assessor de comunicação da Cooperativa Agrícola de Cotia. É presidente da Abrademi – Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações e diretor cultural da Associação Mie Kenjin do Brasil.  Bolsista pela JICA na Universidade de Kanazawa, ministrou palestras em universidades japonesas em 2016 e 2019, e leciona o curso completo de História do Japão desde 2017. Autor do álbum “A Filosofia do Samurai na Administração Japonesa” e dos livros “História do Japão em Mangá” e “Banzai – A História da Imigração Japonesa”.

Para maiores informações, contate: Century Travel – Tour Operator – Fone 11 3207-2644 A/C Claudia – email: claudia@centurytravel.com.br