Uma pesquisa informal realizada pelo programa “Asa-Chan”, da rede de TV TBS de Tóquio, perguntou às adolescentes na rua: “O que você considera mais importante para a sua vida?”
Algumas disseram que é o seu cachorro, mostrando a foto no smartphone. Outras mostraram algum objeto que ganharam do pai ou algum parente. Mas a maioria das moças respondeu “kara-con”. Seguindo a mania dos japoneses de encurtar os nomes das coisas, “kara-con” significa “colour contact lens”. No caso, essas lentes nem sempre são usadas para mudar a cor dos olhos, mas sim, para aumentar a área escura da íris. Dizem que é para ficar “kawaii” como as personagens de mangá.
Foto: Lola Photography
A maioria usa as lentes todos os dias e dizem que não conseguem sair de casa sem elas. Podem deixar de se maquiar, mas jamais deixam de colocar as lentes. Elas se sentem envergonhadas em mostrar os olhos sem as tais lentes. Com certeza, o comércio ganha bastante com essa moda. Há destaque nos shoppings e há até sites especializados em venda de “kara-con”. Veja um deles: Kara-con-net
“Sair de casa com os olhos nus só depois que eu estiver morta”, declarou a cantora pop Kyary Pamyu Pamyu, de 22 anos.
Mais do que exótico, o Japão hoje é sinônimo de algo legal, “cool” e “fashion”. A forma pela qual o Japão passou de consumidor a exportador de cultura pop, tornando-se a primeira nação oriental a quebrar a hegemonia dos Estados Unidos na exportação de influência cultural no pós-guerra, é o assunto de JAPOP – O Poder da Cultura Pop Japonesa.
Escrito pela pesquisadora Cristiane A. Sato, da Abrademi e da Associação de J-Fashion, o livro é um passeio por várias formas da cultura popular japonesa: o karaokê, a música enka e o J-Pop, mangás e animês, novelas e séries de TV, filmes de samurais e de terror, ídolos do esporte e do showbiz, a dança Yosakoi Soran e a ópera Takarazuka, e ícones do consumo e da moda. Trata-se de um livro de fácil leitura, por não ser uma tese acadêmica, e tem a vantagem de estar dividido por assuntos.
O JAPOP – O Poder da Cultura Pop Japonesa contou com o apoio da Fundação Japão, assessoria cultural do Consulado Geral do Japão, sendo uma leitura recomendada para todos aqueles que querem estudar a cultura japonesa.
Informações: Livro: JAPOP – O Poder da Cultura Pop Japonesa
ISBN 978-85-60626-00-7 – Editora NSP
Formato: 160x230mm, 352 páginas, impressão preto e branco com fotografias.
JAPOP está à venda por R$ 35,00 na livraria do Museu da Imigração Japonesa, no Bunkyo, Rua São Joaquim, 381 – 3º andar, Liberdade, São Paulo/SP, de terça a sexta, das 9:00 às 17:30 sem intervalo e na segunda-feira e no sábado das 13:00 às 17:30. Quem visita o Museu também poderá encontrá-lo no 9º andar do prédio.
Para adquirir diretamente ou pelo correio:
LIVROCERTO Comércio Ltda. Av. Francisco Tranchesi, 1031, CEP 08270-460 – Parque do Carmo – São Paulo livrocerto@terra.com.br – tel.11 2527-2631
Mais informações sobre cultura pop japonesa: http://www.japop.com.br/
O vulcão do Monte Ontake (御嶽山 Ontake-san) que entrou em erupção no sábado, dia 27 de setembro de 2014, é o segundo mais alto do Japão, com 3.067 metros de altura. A última grande erupção havia ocorrido em outubro de 1979. O Monte Ontake também é conhecido como Kiso Ontake, recebendo o nome da pequena cidade mais próxima, da província de Nagano. Ele está a 100 km da cidade de Nagoya, província de Aichi.
Existe uma música popular que homenageia o Monte Ontake: “Kiso Bushi”. Não se sabe quem foi o autor, mas essa música regional tornou-se conhecida graças ao trabalho do prefeito de Kiso, Sunao Ito (1876 ~ 1942). Ele percebeu a vocação turística do lugar e divulgou a música e ensinou a dança do “Kiso Bushi”, que canta a vida dos trabalhadores que transportam toras de madeira através do rio. Na primeira estrofe aparece o “nakanori san”. Três pessoas conseguiam levar uma tora pelo rio. Quem ia na frente era conhecido como “henori”. Quem ia atrás era o “tomonori”, e o do meio era o “nakanori”. Na mesma estrofe aparece o Monte Ontake (Ontake-san), citando que é frio mesmo no verão. Dá para imaginar aqueles homens sem roupas especiais, no meio da água, empurrando o tronco. Nas últimas estrofes, a música faz menção às espécies de árvores típicas de Kiso: Sawara, Nezuko, Kouyamaki e Hinoki, cujas extrações eram proibidas durante o período Edo.
O prefeito Sunao Ito chegou a lançar uma revista chamada “Kiso no Ontake” em 1917 e aconselhou uma fábrica local a colocar o nome de “Nakanori-san” em sua bebida em 1925, tudo para tornar a cidade turística. Ito foi prefeito durante 12 anos e sua estátua pode ser vista na estação ferroviária Kiso-Fukushima.
Nos anos 50 e 60, “Kiso Bushi” foi divulgada através de novas mídias e alcançou sucesso nacional, havendo até um videoclip em desenho de animação nas vozes da dupla “The Peanuts”.
木曽節
木曽のナー 中乗りさん – Kiso no naa Nakanori-san
木曽の御岳(おんたけ)さんは ナンジャラホイ – Kiso no Ontake-san wa nanjarahoi
夏でも寒い ヨイヨイヨイ – Natsu demo samui yoiyoiyoi
合唱:ハー ヨイヨイヨイノ ヨイヨイヨイ – Coro: yoiyoiyoi no yoiyoiyoi
Por ser uma música folclórica, há diversas versões. A versão do vídeo abaixo foi gravada pela cantora Eri Chiemi e é interessante, porque começa bem tradicional e depois adquire um ritmo latino/cubano, muito em voga na década de 50.
Os desenhistas de mangá têm até o dia 17 de outubro para se inscrever no 5º Concurso Literário do Bunkyo na Categoria Mangá. A participação é gratuita e o tema desta edição é “lutar”.
Cada autor pode participar com uma única história no estilo Mangá, em língua portuguesa ou em língua japonesa. A história deve ter obrigatoriamente um título e no mínimo dez páginas (máximo 50), já com arte finalizada. Também são aceitas obras criadas por grupos e há na ficha campo específico para inscrição.
Os candidatos deverão encaminhar a ficha de inscrição juntamente com sua obra física (não será aceito envio eletrônico) e caso desejem receber o material de volta ao final do concurso devem se manifestar no campo específico da ficha de inscrição. O primeiro lugar recebe um prêmio em dinheiro no valor de R$ 1.000,00. Veja o regulamento aqui.
O resultado da seleção será divulgado no dia 22 de novembro no site www.bunkyo.org.br
ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA
BUNKYO – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social
Comissão de Atividades Literárias – Mangá
Rua São Joaquim, 381 – Liberdade – 01508-900 – São Paulo – SP
Informações: (11) 3208-1755
Kayoko Honda é uma japonesa, que começou aprender o português com 19 anos, quando era estudante de enfermagem e trabalhava no Hard Rock Café de Nagoia, província de Aichi. Hoje, aos 25 anos, trabalha como enfermeira e já fala e escreve o português, além de cantar em português, japonês e inglês.
Ela traduziu a música “Cedo ou Tarde” da banda Nx Zero para o japonês, fez um vídeo e postou no YouTube. Quando a banda foi para o Japão dar shows, Kayoko foi convidada a cantar junto com o grupo, a sua versão japonesa. Ela se apresenta em vários shows e casas noturnas japonesas, e já tem um bom repertório que varia de pop internacional a MPB e rock. Recentemente, ela fez uma turnê em Amsterdã e Inglaterra.
A Kayoko Honda está no Brasil e estará se apresentando no 3º To-sa Matsuri, nos dias 23 e 24 de agosto de 2014, no Parque da Água Branca, Zona Oeste, de São Paulo. Veja detalhes e a programação completa no nosso post anterior. Kayoko e Tsubasa são as grandes atrações do To-sa deste ano, além da banda Gaijin Sentai que se apresenta com o Diogo Miyahara.
Veja aqui um vídeo, onde Kayoko canta em japonês a música Quando a Chuva Passar da Ivete Sangalo: