
By si.robi – Osaka US16 (17), CC 表示-継承 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=52043942
A imprensa japonesa em geral não deu muito destaque, mas foi surpreendente a vitória da Naomi Osaka sobre a russa Daria Kasatkina, a 20ª do mundo, na final do BNP Paribas Indian Wells, na Califórnia. Foi uma vitória fácil, que terminou com a contagem de 6-3 e 6-2. Para chegar à final, a representante do Japão venceu outras jogadoras de peso, como a Maria Sharapova e Karolina Pliskova, ambas ex-número 1, e venceu a romena Simona Halep, atual número 1 do ranking mundial.
De pai haitiano e mãe japonesa, Naomi nasceu na cidade de Osaka. Coincidentemente, Osaka é também o sobrenome da sua mãe, cujo pai preside uma cooperativa de pesca na cidade de Nemuro, em Hokkaido. Aos três anos, sua família se mudou para Nova Iorque, e depois para a Florida, onde reside até hoje. Seu pai, que não joga tênis, incentivou a prática desse esporte às suas filhas, Mari, que atualmente tem 21 anos, e Naomi, que tem 20 anos. As duas irmãs possuem dupla nacionalidade, mas ela optou pela japonesa ao se registrar na Associação Japonesa de Tênis.
Em 2013, Naomi foi aceita como tenista profissional e em 2015 já figurava como 144ª do ranking mundial. Em outubro de 2016, foi vice-campeã do WTA Toray Pan Pacific Open, onde foi eleita como a melhor dentre as novas tenistas, e saltou para a 48ª posição no ranking. Somando a vitória obtida no Indian Wells, em 19 de março de 2018, já figura como a 22ª melhor do mundo.
Com seus 1,80 m de altura e um saque que chega a 201,1 quilômetros por hora, possui uma força que dificilmente uma outra jogadora japonesa conseguirá alcançar. Daí a importância da miscigenação.
A última conquista na Califórnia rendeu para Naomi Osaka um prêmio de 1,34 milhões de dólares, mas ela é jovem e deverá alcançar destaque ainda maior nos próximos campeonatos. No seu discurso de vencedora, ao final do Indian Wells, Naomi surpreendeu o público ao não fazer o discurso padrão das japonesas, que sempre se preocupam em falar somente o necessário e com cuidadosa escolha de palavras. Ela falou, em inglês (porque está ainda estudando japonês), de forma improvisada e agradeceu todo o mundo, inclusive a adversária e o técnico dela, e lembrou de elogiar até das meninas que catam bolas. Foi muito aplaudida.
Vamos torcer para que Naomi Osaka tenha um futuro brilhante como tenista!

O escritor Yusaku Furuya, de 40 anos, teve uma ideia estranha ao usar o tema “unko”, que significa literalmente “merda”, para uma coleção de cadernos de atividades para se aprender o kanji, ideograma japonês. A coleção tem 6 volumes, uma para cada ano do ensino fundamental. As crianças japonesas, ao longo dos seis anos do fundamental precisam aprender o total de 1006 kanjis, o que não é nada fácil.
Assim, Furuya criou um desenho simples de uma “bosta” com bigode, que seria o professor. Como as crianças nessa idade acham graça só de falar a palavra, Furuya caprichou na dose e escreveu a palavra 3.018 vezes dentro dos textos dos cadernos. O texto é bastante criativo, ao colocar sempre o excremento como um ser ou objeto. Por exemplo: a camiseta com a estampa do “unko” é sucesso de vendas. Fui ao museu ver o “unko” do elefante de Naumann.
Os cadernos foram lançados em março de 2017 e, no final do ano, a publicação havia alcançado 2,8 milhões de exemplares vendidos, o que representa 40% de todos os cadernos de atividades de kanji vendidos no Japão para o ensino fundamental. A editora Bunkyosha está contabilizando os lucros dessa ousada iniciativa. Isso prova que uma ideia inovadora, que conta com o respaldo de uma empresa que aposta na ousadia, pode-se tornar um grande sucesso comercial em pouquíssimo tempo.
