nov 282014
 

Existem escolas e escolas. A Fuzoku Koutou Gakkou é um colégio que pertence à Kanazawa University, que possui escolas de todos os níveis, desde o pré-primário (youchien), e na mesma região. Dizem que funciona como laboratório, para se experimentar novos métodos de ensino desde o primeiro aprendizado escolar.

Essa blusa (sailor) de verão custa 82 dólares na Conomi, fabricante de uniformes escolares

Essa blusa (sailor) de verão custa 82 dólares na Conomi, fabricante de uniformes escolares

Visualmente, a diferença é que os estudantes não usam uniformes no verão. No inverno, há aquele tradicional uniforme de marinheiro (sailor fuku), que precisa ser impecável, sem mancha ou área desbotada.

DSCN6925A Fuzoku não é uma escola grande, possui apenas 120 alunos (3 salas) por ano , portanto, são 360 alunos no total, e por isso, é bastante disputada. Como a mensalidade é quase a metade de uma escola particular, esse colégio federal é procurado, ainda mais porque apresenta um bom índice de aprovação em boas universidades. Isso é um dado relevante no Japão. O diploma de uma boa universidade garante um bom emprego e isso vai ajudá-lo na carreira inteira desse aluno. Por isso, os pais investem bastante no ensino de seus filhos, e como isso custa caro, têm poucos filhos e a população japonesa está diminuindo. Só para se ter uma idéia, uma mala ginasial para carregar nas costas, conhecida aqui como “randoseru”, se for de couro legítimo, custa mais de 300 dólares. Some-se a isso o custo dos uniformes, de verão e de inverno, mais a mensalidade do colégio e também do “yobikou”, ou a escola preparatória para os vestibulares. Sim, há necessidade de fazer o cursinho se quiser pleitear vaga num bom curso superior, e começam isso cada vez mais cedo. Dos 120 alunos do primeiro ano desse colégio, 60 já estão fazendo cursinho para o vestibular!

DSCN6902Fazendo as contas, um aluno comum do curso colegial tem aula das 8h30 até 16h30. Depois, tem as atividades conhecidas como “club”, que pode ser futebol, tênis, artes plásticas, ou qualquer outra, que vai geralmente até 18 horas. O cursinho vai das 19 às 22 horas, diariamente. Aos sábados e domingos também tem atividades na escola. Como há alunos de outras cidades na Fuzoku, imagine quantas horas esses alunos têm para si mesmo?

DSCN6901Na Fuzoku, como em todas as outras escolas, os alunos fazem a limpeza da escola depois da aula. Há um revezamento e os alunos nem reclamam, pois fazem isso desde a pré-escola. E como todo o mundo troca de calçado ao entrar na escola, os corredores estão limpos e os alunos dizem que conseguem terminar tudo em 10 minutos. Nessa escola não há um refeitório, talvez por ter poucos alunos. Assim, cada aluno traz sua comida de casa (obentô), mas se desejar, pode comprar bebida ou alguns tipos de pães na lojinha. E cada um come onde quiser, muitos preferem a própria sala de aula. Em outras escolas onde há um refeitório, os alunos também se revezam na tarefa de servir os próprios alunos. É interessante porque nisso eles aprendem a trabalhar em equipe, a ver como funciona o outro lado do balcão e a procurar agilizar o atendimento.

Esse rigor existe na escola, mas não em casa. Os japoneses mudaram muito no pós-guerra. Os pais dão mais liberdade para os filhos, e a relação dentro da família não é mais tensa, como era antigamente. Quanto ao rigor na escola, ela foi adotada no período militar, quando ordem era ordem e ninguém podia discutir. O interessante é que isso foi preservado, apesar de todas as alterações que o ensino teve ao longo dos anos. Talvez porque esteja dando certo, pelo menos nas estatísticas. O Japão tem 5 universidades entre as 200 melhores do mundo. O Brasil não tem nenhuma entre as 200.

Saiba mais sobre o Sistema Educacional Japonês

Leia: Conhecendo uma escola colegial japonesa – parte 1

nov 142014
 

DSCN6280Conhecer uma escola japonesa é conhecer todas as outras? Não é bem assim. Muito se discutiu sobre a reforma do ensino a partir da década de 1990, porque, com a globalização, ficou claro que faltava aos japoneses mais criatividade, independência e o desejo de continuar aprendendo durante toda a vida. Na prática, o aluno estudava muito, se preparava para uma boa universidade, recebia o diploma, começava a trabalhar e só. Seu emprego continuava até a sua aposentadoria, em muitos casos, sem que tivesse que aprender alguma coisa além da rotina do trabalho. Hoje, depois do fim da bolha econômica, tudo mudou.

Houve uma reforma no sistema educacional em 2002, radical, na opinião de educadores, que resultou na eliminação das aulas aos sábados (até 1990, o aluno japonês tinha 240 dias letivos, contra 180 dos americanos), para diminuir a pressão sobre os estudantes. Agora, além das tradicionais aulas de matemática, japonês, inglês, geografia e história, que são ministradas nos três anos que duram o curso colegial, há aulas de educação doméstica, artes e informação, conforme o ano. A matéria mais nova, que reflete essa reforma, está presente no 2° e no 3° ano, é o “Sogo”, que pode ser traduzido como “estudos integrados”. Aqui, o assunto depende do interesse de cada um, e não tem a ver com as matérias exigidas nos exames vestibulares, mas são e serão importantes na vida de todos. Exemplos: meio-ambiente, globalização e tecnologia da informação.

Ao entrar no Kanazawa Nisui Koto Gakko, uma surpresa: com um enorme pátio coberto de linhas modernas, em nada lembra aquelas escolas que apareciam em filmes. Mais parece um shopping center ou edifício de escritórios. A construção é de 1999, mas a escola existe desde 1949. Todos os visitantes são obrigados a tirarem o sapato e colocarem o chinelo. No caso dos alunos, eles usam um calçado próprio para uso interno. Assim, a escola está bem limpa. Trata-se de uma escola mantida pela província de Ishikawa. Em Nisui estudam 1200 alunos, 400 em cada ano, divididos em 10 classes por ano. Se nos anos 90 começaram a incentivar o ensino sob o lema “educação com liberdade”, em Nisui levaram a sério. Aqui os alunos são mais comunicativos e parecem estudantes do Ocidente.

DSCN6284Há um rigoroso exame para ser admitido numa escola pública como a Nisui, porque o custo é menor do que numa escola particular. Mesmo assim, não é barato. Num colégio público paga-se em média 1.600 dólares de matrícula anual, mais 4.200 dólares durante o ano. Já numa escola particular, o valor dobra, e por isso, os pais economizam e guardam um valor todos os meses para que os filhos possam estudar. Além disso, há despesas de transporte e alimentação, pois a escola não dá comida. E por isso os japoneses têm poucos filhos e hoje a população está diminuindo. O nível colegial não é obrigatório no Japão, é caro, e mesmo assim, 96% das pessoas terminam o colégio, sendo o índice mais alto do mundo.

A escola Nisui, como praticamente todas as outras, têm o início das aulas às 8h30 e continua até 16h30. Depois, começam as atividades chamadas de “club”, que são as extracurriculares, como as esportivas tênis, beisebol, badminton, equitação e tênis de mesa, e culturais como culinária, jornalismo, shodô e coral. Essa atividade dura 2 horas em média. Tempo para assistir TV e entrar no facebook? Muito pouco, pois precisam fazer as lições em casa. Nos finais de semana também há atividades dentro da escola e fora dela, por isso é comum ver estudantes uniformizados nas ruas, mesmo aos domingos. Sabe-se que de todos esses estudantes colegiais, cerca de 53% irão disputar vagas em 220 faculdades públicas e 500 particulares. E outros 18% irão para escolas especializadas em alguma atividade.

Sem dúvida alguma, o Japão é um país que prioriza a educação.

Leia sobre o Sistema Educacional Japonês

Conhecendo uma escola colegial japonesa – 2

dez 052012
 

A Escola Tampopo (bilingue) fará, no dia 9 de dezembro, a partir das 15 horas, a apresentação dos trabalhos de seus alunos de 2 a 12 anos (são 63 alunos), que incluem teatro, coral, piano, desenho e shodo. Trata-se da 28ª Mostra dos Alunos, que este ano tem como tema o folclore brasileiro. O evento acontece na rua Joaquim Távora, 605, metrô Ana Rosa, São Paulo/SP. Informações: Tel. 5571-2629.

dez 052012
 

A 48ª Exposição e Bazar Beneficente da Escola Shiinomi acontecerá no dia 9 de dezembro, das 9 às 18 horas, na própria escola, que fica na Rua Santa Cruz, 2130 – Vila Gumercindo, São Paulo/SP.
Ikebana, Shuji e Desenho dos alunos serão expostos. Haverá alimentos, bingo e até uma barraca de pescaria. A renda será doada às quatro entidades beneficentes nikkeis. Informações: Tel. 5061-3575.