jan 262015
 

Estando no Japão, percebe-se que poucos tomam refrigerante. Em primeiro lugar, em qualquer restaurante ou café, a primeira coisa que vem à mesa é um copo de água gelada. E de graça. Ninguém acredita que nós pagamos R$ 5,00 (ou 240 ienes) por um copo de água nos restaurantes do Brasil. Mais os 10%¨de serviço. Em muitos lugares, o chá quente é servido e de graça também. Assim, quase ninguém pede Coca-Cola em restaurantes no Japão. Dizem que até o sushiman se enfurece quando alguém pede o refrigerante para comer junto com o seu sushi. Sim, o sushi é uma arte, enquanto Coca-Cola é um produto químico.

Vejamos como é o consumo da Coca-Cola nas ruas japonesas. Como em todo o Japão, as “vending machines” estão em todos os lugares para vender todos o tipos de bebidas, como chás, cafés e refrigerantes. As três máquinas da foto abaixo estão num espaço bem movimentado do bairro de Kohrinbo, onde ficam as lojas mais badaladas e as principais atrações turísticas de Kanazawa. A presença de jovens é muito maior aqui do que em outras regiões da cidade.

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Vejamos cada uma dessas três máquinas de perto. Quantas Coca-Colas você consegue ver?

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Detalhe: todos os produtos das duas máquinas a seguir são da própria Coca-Cola!

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Pergunta: Países desenvolvidos não tomam mais Coca-Cola?

 

jan 222015
 
Keiwa College

Keiwa College

Se você é um aluno matriculado numa escola de japonês, provavelmente vai ter a quem perguntar sobre o Noryoku Shiken, exame de proficiência, que é realizado uma vez por ano no Brasil. O exame é aberto, ou seja, mesmo quem tenha estudado em casa, ou nunca tenha feito um curso, pode prestar esse exame. E é para esse público que publicamos essas informações.

O que é: O Exame de Proficiência em Língua Japonesa é realizado desde 1984, e acontece simultaneamente no Japão e em outros 61 países. Em alguns países o exame ocorre em julho e dezembro, mas no Brasil acontece só uma vez por ano, em dezembro. Em 2015, será no dia 06 de dezembro, domingo. Poucos prestam esse exame? Não. O Noryoku Shiken é prestado anualmente por mais de 600 mil pessoas em todo o mundo. A idade dos participantes varia bastante. Há estudantes do ensino fundamental e médio, universitários e os pós-graduandos, além de pessoas que já trabalham e aqueles que já estão aposentados. Esses últimos querem apenas medir o seu nível de conhecimento, enquanto os demais pretendem utilizar a aprovação no futuro. Os aprovados recebem um certificado de aprovação emitido no Japão, pelo correio.

Qual a validade do Noryoku Shiken? Trata-se de um exame internacional e sério, levado em conta em diversas situações: 1 – Muitas faculdades aceitam o certificado desse exame como comprovante de compreensão do idioma japonês, 2 – Para prestar o exame como médico para atuar no Japão é exigido o grau N1 (máximo) desse exame. 3 – O mesmo ocorre com os enfermeiros. 4 – O grau N1 soma pontos na hora de solicitar visto temporário mais longo ou permanente. 5 – Algumas empresas exigem o documento para contratação de funcionários. 6 – O documento pode ajudar na hora de concorrer a uma bolsa de estudos no Japão.

Como se inscrever para o Noryoku Shiken: Em princípio, basta preencher um formulário e pagar a taxa, que em 2014 variou de R$ 90,00 (N5) a R$ 150,00 (N1). Atenção: Apesar do exame ser no dia 6 de dezembro de 2015, as inscrições precisam ser feitas durante o mês de agosto! O local para o próximo exame ainda não foi divulgado, mas geralmente ocorre no bairro da Liberdade, em São Paulo, e em várias capitais.

Veja os locais de inscrição do Noryoku Shiken 2015.

Os níveis de proficiência: N5 – é o nível mais fácil, exige-se apenas conhecimentos básicos, N4 – ainda fácil, mas exige-se mais, N3 – É preciso compreender até certo grau a língua japonesa usada em situações cotidianas, N2 – Além de compreender a língua japonesa utilizada em situações do cotidiano, precisa ser capaz de compreender até certo grau a língua japonesa utilizada em situações mais amplas, e N1 – É o nível mais alto exigindo muito conhecimento e a utilização do idioma nas mais diversas situações.

noryoku livro8626Para todos os níveis, os exames são de três tipos: 1 – Compreensão do idioma, 2 – Compreensão do texto, e 3 – Compreensão auditiva. Os dois primeiros são de múltipla escolha e o último também, mas você ouvirá coletivamente uma gravação de diálogos em japonês antes de responder. Não há, por enquanto, um exame de conversação. O tempo do exame varia de 105 minutos (para N5) a 170 minutos (para N1). Como há intervalos (para ir ao banheiro, tomar água) entre os exames, calcule que você permanecerá durante 3 a 4 horas e meia desde a sua chegada no local. Se você está muito tempo sem estudar, certamente vai achar o tempo curto, pois são muitas e complexas as questões.

Você vai encontrar todas as informações e até simulações de exames para você medir o seu conhecimento antes mesmo de se inscrever. Site em inglês ou japonês.

Para estudar por conta: Há livros à venda nas livrarias da Liberdade em São Paulo. Em geral, esses livros estão divididos pelo nível do exame que vai prestar. Há livros para o N1, para o N2, para o N3, N4 e N5. Várias editoras publicam esses livros, em geral, com provas anteriores resolvidas, e outras explicam detalhadamente as questões. Note que até 2009, o exame era dividido em 4 níveis, e de 2010 em diante passou ao atual formato de 5 níveis. Os livros antigos ainda valem, mas se for adquirir, atente para esse aspecto. Se você não quiser investir num livro, que por sinal é caro (mais de R$ 75,00), poderá lê-lo gratuitamente na biblioteca do Bunkyo, Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, Rua São Joaquim, 381, São Paulo/SP.

jan 212015
 
Foto de Masahiko Ohkubo

Kobe na foto de Masahiko Ohkubo

O grande terremoto devastou a cidade portuária de Kobe e região, no dia 17 de janeiro de 1995. O acontecimento de magnitude 7.3 tomou a vida de 6.434 pessoas. Como imagens mais marcantes ficaram o elevado da via expressa contorcida e os edifícios caídos. Foi o primeiro maior desastre natural desde a Segunda Guerra no Japão.

Quase 80% das vítimas foram esmagadas pelas próprias casas, que ruíram e sua maioria morava em bairros antigos com ruas estreitas e casas de madeira, o que facilitou a propagação do incêndio que veio logo depois.

Como remover pessoas que são legítimas proprietárias de suas casas? Foto de Nagasaki, 11/2014

Como remover pessoas que são legítimas proprietárias de suas casas? Foto de Nagasaki, 11/2014 – Francisco Sato

O Japão aprendeu com o episódio. Desde então, esforços são feitos para construir residências e prédios públicos resistentes ao terremoto e ao incêndio. Hoje, 79% das casas japonesas já seguem esse padrão exigido por lei, mas quanto ao restante, todos consideram difícil obrigar os proprietários a derrubarem e levantarem novas casas, mesmo que elas sejam de madeira. Muitos proprietários são idosos e não querem mais investir no imóvel, mesmo com a ajuda do governo que oferece subsídios para a reforma. Outro problema é que essas casas antigas foram construídas em terrenos pequenos ou em ruelas muito estreitas, e a atual legislação exige recuos mínimos, justamente por causa do incêndio, o que torna inviável a aprovação de uma nova planta na propriedade. Existem até casas abandonadas nessa situação, porque ninguém quer comprá-las.

O idoso também é fator de outra preocupação. No terremoto de 1995, verificou-se a dificuldade de cuidar de idosos sobreviventes que perderam suas famílias e seus vizinhos. Embora os desabrigados tenham deixado os alojamentos provisórios dentro de cinco anos, os idosos que passaram a viver sozinhos, ou ficaram doentes ou se acidentaram em casa, por viverem solitariamente, acreditam as autoridades. Nos anos seguintes à tragédia, mais de mil falecimentos foram registrados nessas condições em Kobe.

Aprendendo desde cedo, na demonstração dos bombeiros em Yokohama. Foto de Francisco Sato

Aprendendo desde cedo, na demonstração dos bombeiros em Yokohama. Foto de Francisco Sato

Quando se trata de prevenção, o Japão está na frente. Acostumados a lidar com emergências, os japoneses entendem que a prevenção começa com educação e treinamento. Bombeiros costumam fazer demonstrações em escolas e locais públicos, principalmente no Dia Nacional de Prevenção de Acidentes (1º de setembro, data do Grande Terremoto de Tokyo e Yokohama), e há 879.193 voluntários treinados para orientar e prestar a primeira ajuda à população local, divididos em 2.239 equipes espalhados pelo Japão. São 159,730 bombeiros instalados em 3.183 locais. Há vários museus e centros de treinamento acessíveis a qualquer pessoa. O Corpo de Bombeiros tem o nome de Fire and Disaster Management Agency, porque lida com terremotos, avalanches de neve, vendavais, furacões e deslizamentos de terra, ou seja, desastres de todo o tipo, tão frequentes no Japão. Só de incêndio, são registrados mais de 50 mil casos por ano, mas as chamadas de emergência superam a casa dos 5 milhões, incluindo 57 mil casos de resgate.

Para administrar as informações sobre o risco de desastre, foi instalado o sistema conhecido como J-Alert. Utilizando sinais de satélite, o alerta de todo o tipo é transmitido rapidamente para 98,7% dos municípios japoneses. A informação é transmitida também via emissoras de rádio e TV e no sistema de som das estações de trem, atingindo imediatamente 69,9% da população. No caso de terremoto, quem estiver assistindo qualquer emissora de TV  vai ouvir uma sirene típica e vai ver um texto na parte superior da tela, avisando o local do epicentro do terremoto e as regiões que poderão ser afetadas. O aviso de alerta também pode ser levado através de carros equipados com alto-falantes para o conhecimento das pessoas que estão na rua e em regiões mais afastadas.

No caso de um eventual desastre, várias cidades possuem centros de prevenção de catástrofes onde armazenam alimentos como pão, água e leite, e equipamentos como capacetes, marretas, cordas, serrotes, tendas e banheiros químicos em quantidade razoável para os primeiros dias. Além disso, como regra geral, todas as famílias precisam se prevenir, deixando perto da porta da casa uma mochila contendo gêneros de primeira necessidade, como remédios, identificação pessoal, água, roupas, etc.

Simulador de terremoto. Foto de Francisco Sato

Simulador de terremoto. Foto de Francisco Sato

A experiência têm mostrado ao longo dos séculos que desastres naturais não podem ser evitados. Há, até certo ponto, a possibilidade de se prever, baseado em acontecimentos anteriores ou em estudos especializados. Mas não se pode evitar. Muito se fala na possibilidade de erupção do Monte Fuji, o mais alto e o cartão postal do Japão. A última aconteceu em 1707 e atingiu várias cidades, que na época tinham poucos habitantes. Hoje, um evento desse porte deverá causar danos ainda maiores do que o tsunami que devastou a região de Tohoku (Miyagi, Fukushima e Iwate), em 2011, levando 15.889 vidas e 127.290 casas.

Estando no Japão, em caso de alguma ocorrência, digite 119. Para ver fotos, filmes e textos explicativos sobre prevenção, veja o link da Fire and Disaster Management Agency (em japonês).

Obs. Agradecimentos ao FDMA de Yokohama que deu uma visão geral do que é prevenção, para os estagiários da América Latina da JICA.
jan 192015
 
setsubun_mamemaki_siteVenha conhecer como os japoneses afastam o diabo de suas casas e iniciam um novo ciclo de vida nesta época do ano.

A Fundação Japão em São Paulo promove, no dia 24 de janeiro, a partir das 13h, a Marugoto Oficina Cultural. O tema do evento nesta edição será o Setsubun.

O tema está ligado à época do ano, que no Japão separa o inverno da primavera. Assim, Setsubun significa, literalmente, “separar uma estação da outra”, representando um novo ciclo de vida. Neste período, dizem que surgem os Oni (ogros) para causarem mal às pessoas.

Estes rituais e histórias sobre o surgimento do Setsubun, tanto em japonês como em português, serão revelados na oficina. Também serão realizadas brincadeiras e origami envolvendo o tema, bem como curiosidades sobre o mamemaki, uma das tradições neste dia, criada para afujentar o Oni.

A duração da oficina é de cerca de 1h30, com participação gratuita a partir de 14 anos de idade. Interessados devem realizar inscrição antecipada, pois as vagas são limitadas (20 participantes).

Serviço: Marugoto Oficina Cultural – SETSUBUN

Data: 24 de janeiro de 2015, sábado – Horário: a partir das 13h

Local: Fundação Japão em São Paulo, Avenida Paulista, 37 – 2º andar
Próximo a estação Brigadeiro do metrô – Vagas limitadas (máximo de 20 participantes)

Informações e inscrições até 22 de janeiro de 2015. Tel.: (11) 3141-0110
E-mail: info@fjsp.org.br (Para inscrição, enviar no e-mail o nome completo, telefone para contato e indicar o evento “Marugoto Oficina Cultural”)

jan 152015
 

kaguyahimeA mais recente produção do Studio Ghibli, “Kaguya Hime no Monogatari” (em inglês “The Tale of Princess Kaguya”, ainda sem título em português), dirigida por Isao Takahata, foi indicada ao prêmio de Melhor Desenho Animado Longa Metragem nos Oscars 2015. Na mesma categoria também foram indicados os desenhos “Os Boxtrolls”, “Operação Big Hero”, “Canção do Mar” e “Como Treinar Seu Dragão 2”.

O anúncio à imprensa foi feito no dia 15/01/2015 em Los Angeles, pelos diretores J.J. Abrams, Alfonso Cuarón, pelo ator Chris Pine e pela Presidente da Academia de Artes Cinematográficas, Cheryl Boone Isaacs. Os vencedores serão conhecidos na grande cerimônia de entrega no dia 22 de fevereiro.

Embora os animês do Studio Ghibli sejam há anos indicados ao Oscar, tendo vencido em 2001 com “A Viagem de Chihiro” (a única vez em que um desenho japonês ganhou o Oscar na categoria de Melhor Longa Metragem de Animação), esta é a primeira indicação do diretor Isao Takahata ao prêmio.

Atualmente com 79 anos de idade, Takahata é um celebrado diretor no Japão por seu trabalho na série para TV “Alpes no Shoujo Heidi” (“Heidi” – 1974, clássico infantil que foi também exibido em vários países da Europa e no Brasil) e pelo trabalho em conjunto com o diretor Hayao Miyazaki no Studio Ghibli, onde conquistou grandes bilheterias com animês como “Hotaru no Haka” (“O Túmulo dos Vagalumes” – 1988) e “Heisei Tanuki Gassen Ponpoko” (“Ponpoko: A Luta dos Texugos pela Paz” – 1994). “Kaguya Hime no Monogatari” é o último e mais recente trabalho de Takahata, que há dez anos havia se afastado da produção e direção de animação para cuidar da administração do Studio Ghibli. O curioso é o grau artístico com que o desenho foi feito, inteiro em técnica de animação tradicional de desenhos à mão sobre papel, usando a técnica japonesa de ilustração tradicional aguada, que é extremamente difícil de se transpor para animação por não se tratar de traços uniformes e cores padronizadas sobre acetato (folhas de plástico transparente), indo contra a maré atual das animações por computador.

Kaguya Hime Official Extended Trailer

https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=9lDrkokymLQ

A Lenda da Princesa Kaguya (em português)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Conto_do_Cortador_de_Bambu